PJ deteve fiscal da Câmara de Sesimbra

Fiscal apanhado em flagrante delito quando recebia dinheiro de dois empresários

A Polícia Judiciária de Setúbal comunicou na quinta-feira a detenção de um fiscal da Câmara de Sesimbra, em flagrante delito, por suspeitas de corrupção. A operação, levada a cabo pelo Departamento de Investigação Criminal de Setúbal, culminou ainda na detenção de dois empresários da construção apanhados a pagar ao fiscal algumas centenas de euros para este ignorar irregularidades detectadas na obra.

Funcionário da Câmara de Sesimbra é suspeito de corrupção 

A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar o caso desde Janeiro, na sequência de uma participação formal da Câmara de Sesimbra, que tinha indícios contra aquele funcionário. Isso levou a polícia a montar uma operação de vigilância ao fiscal, que terminou na detenção do mesmo em flagrante delito. Em comunicado, a PJ fala apenas de um fiscal “de uma autarquia pertencente ao distrito de Setúbal”, tendo o município de Sesimbra confirmado a detenção do seu fiscal. As detenções ocorreram na semana passada, mas só esta quinta-feira é que a polícia divulgou a operação.
A Câmara de Sesimbra divulgou ontem à tarde (6 Fevereiro) uma nota onde explica que “o processo teve origem numa denúncia que lhe foi feita e que prontamente encaminhou para as autoridades competentes”. A autarquia garante que prestou toda a colaboração solicitada nas investigações e que “considera intoleráveis tais práticas e fará tudo o que esteja ao seu alcance para a erradicação deste tipo de comportamento”.
O município adianta ainda que vai esperar pela conclusão do inquérito-crime para apurar eventuais responsabilidades disciplinares do fiscal.
"O funcionário da autarquia, fiscal municipal, utilizava a sua posição para contactar proprietários de imóveis em construção ou já construídos, mas que tinham sido sujeitos a alterações, a quem referia que poderia, a troco de uma quantia de dinheiro, agilizar a situação na câmara respectiva", refere a nota da PJ.
Uma fonte daquela polícia adiantou que o montante das luvas variava entre os 500 e os 1000 euros e que a investigação irá continuar para perceber a dimensão da actividade criminal.
Os três detidos foram presentes a primeiro interrogatório judicial, tendo um juiz de instrução proibido o fiscal de continuar a exercer as suas funções, ficando ainda obrigado a apresentações semanais às autoridades policiais. Os empresários ficaram obrigados a apresentar-se quinzenalmente às autoridades e todos foram sujeitos a termo de identidade e residência.

Agência de Notícias

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