Uma das vítimas do Meco tinha fita adesiva nas calças

Pais pedem ajuda para recolha de fotografias que provem esta teoria

O único sobrevivente da tragédia do Meco, o Dux da Lusófona, voltou a quebrar o silêncio sobre o que aconteceu no fatídico dia. Depois de ter falado com as autoridades, João Miguel Gouveia deslocou-se às instalações da Universidade para se encontrar de forma sigilosa com o administrador da instituição, conta o Jornal de Notícias de domingo. Há fortes suspeitas que um dos corpos encontrados teria fitas adesivas nos tornozelos. Pais entregam hoje no Tribunal de Almada o pedido para se constituírem assistentes no processo judicial.

Famílias das vítimas mortais estiveram ontem no Meco, em Sesimbra

No final da tarde da passada quinta-feira, João Miguel Gouveia regressou à instituição de ensino que lhe terá mudado a vida. O Dux esteve, então, nas instalações do Campo Grande da Lusófona para se reunir de forma sigilosa com o filho do administrador da instituição, Manuel José Damásio e com um adjunto da Direção. No encontro esteve também presente um docente de Psicologia Clínica, Paulo Lopes, alegadamente próximo da família Damásio.
Em declarações ao JN, funcionárias daquele estabelecimento de ensino revelaram que João Gouveia chegou sozinho e cabisbaixo.
“Há um esforço da Lusófona, que inclui mostrar o Conselho Oficial da Praxe Académica (COPA) como um órgão sem qualquer secretismo, para conseguir resolver” este caso, acrescentou uma das mulheres.
Saliente-se que o Dux apenas havia quebrado o silêncio junto dos agentes da Polícia Marítima e dos Bombeiros de Sesimbra, aos quais falou pontualmente sobre o que acontece na noite de 15 de Dezembro, e que apenas serviu para identificar as vítimas mortais e o local onde tudo aconteceu.
Por responder ficam as questões dos familiares dos seis jovens arrastados pelas ondas do Meco, que esperam há 50 por dias por explicações.
Ainda durante o dia de ontem, os familiares das seis vítimas mortais denunciaram que o Conselho Oficial da Praxe Académica da Lusófona, a que pertence o sobrevivente João Miguel Gouveia, terá reunido no dia seguinte à tragédia.
Em comunicado, os pais dizem que há fortes suspeitas que o corpo de Pedro Negrão terá sido encontrado com fitas adesivas nos tornozelos.
“Existem quatro testemunhas da chegada a terra do corpo do Pedro Negrão; como algumas destas pessoas tiraram fotos e como se sabe que o corpo apresentava na zona dos tornozelos restos das calças (amarrados com fita isoladora preta), solicitamos a quem ainda possui essas fotos que as faça chegar ao nosso mail, ou entre em contacto connosco para poderem ser analisadas adequadamente”, lê-se no comunicado.
Referem que da "muita informação relevante (que) tem chegado" ao email 'tragedia.meco@gmail.com', os pais avisam que estão "a par de muitos factos ocorridos e que ainda não são do domínio público, mas que a seu tempo se saberão".

Pais constituem-se assistentes do processo
Os pais dos seis jovens que a 15 de Dezembro perderam a vida no mar do Meco revelaram ainda que vão, esta segunda-feira, entregar no Tribunal de Almada o pedido para se constituírem assistentes no processo judicial. As dúvidas sobre o que realmente aconteceu continuam a ser muitas.
O requerimento judicial irá será entregue, durante a tarde desta segunda-feira, no Tribunal de Almada. A decisão da entrega conjunta do pedido de assistência no processo foi tomada na tarde de ontem (domingo), precisamente na Praia do Meco, onde familiares e o representante legal estiveram reunidos.
O advogado das famílias criticou, no fim de semana em entrevista na TVI e na SIC, a Polícia Marítima por não ter garantido a preservação de eventuais provas na casa e nos pertences das vítimas, lembrando que o “afogamento simultâneo de seis jovens não é normal”.
O advogado considerou ainda lamentável um encontro que terá ocorrido esta semana entre o sobrevivente da tragédia e os responsáveis da Universidade Lusófona.

Agência de Notícias
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