Almada quer linha de alta tensão enterrada

Proposta da REN para enterramento parcial é insuficiente para a população


A população de Almada exigiu que a Linha de Muito Alta Tensão Almada/Trafaria seja enterrada nas zonas urbanas e considerou insuficiente uma nova proposta da REN para enterrar apenas parte daquela linha aérea de transporte de energia.

Moradores do concelho de Almada descontentes com  a  REN

A posição da população de Almada foi expressa durante uma assembleia realizada na semana passada na União de Freguesias da Sobreda e Charneca da Caparica em que participaram cerca de uma centena de munícipes, todos a favor do enterramento da LMAT em zonas urbanas.
Na reunião, em que também estiveram representados diversos órgãos autárquicos do concelho, Câmara Municipal, Assembleia Municipal e União de Freguesias da Sobreda e da Charneca da Caparica, foi analisada a nova proposta da REN para o enterramento de parte significativa da nova linha, entre Almada e a Trafaria.
A proposta da REN vai ao encontro dos anseios dos órgãos autárquicos e da população, tendo em vista a minimização do risco de radiações, que têm consequências nefastas para a saúde pública, mas é ainda considerada insuficiente pelos munícipes e pela Câmara de Almada.
"Vamos negociar com bom-senso e com firmeza, tendo a consciência de que estamos a falar em nome todos: de Almada, dos órgãos autárquicos, das instituições, das populações, das forças políticas que, unanimemente, estão nesta posição relativamente a este processo", disse o vice-presidente da Câmara de Almada, José Gonçalves.
"Naturalmente que um processo negocial pressupõe ponderação e avaliação e, como também foi aqui dito, consciência da força de cada uma das partes", acrescentou José Gonçalves.

Autarcas pedem equilíbrio
O projeto da nova Linha de Muito Alta Tensão Almada/Trafaria (LMAT) foi aprovado há cerca de oito anos, mas REN sempre recusou o enterramento da linha, por se tratar de uma opção mais dispendiosa, embora já utilizada em grandes cidades, designadamente em Lisboa e no Porto.
O litígio com a Câmara de Almada tornou-se inevitável, dando origem a vários processos judiciais, entre a autarquia, REN e Direção-geral de Energia, processos esses que ainda correm nos tribunais.
A nova proposta da REN, que poderá colocar um ponto final no diferendo entre as partes, prevê apenas o enterramento parcial da LMAT, entre a Quinta da Saudade e a zona do Areeiro, perto da Charneca de Caparica.
Alguns munícipes, como Jorge Rafael, reconheceram que se trata de uma aliteração positiva por parte da empresa, mas lembraram que a REN se propõe manter o transporte de energia por via aérea em zonas que estão a escassos "15 a 20 metros de espaços educativos".
"A linha aérea (LMAT) passa junto a um colégio para pessoas com deficiência", corroborou um responsável da Misericórdia de Almada.
No final da reunião, os eleitos da CDU na Câmara de Almada reafirmaram a intenção de ter em conta a vontade da população, mas advertiram que é necessário haver equilíbrio e ponderação nas negociações com a empresa.


Agência de Notícias
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