Electro Arco de Pinhal Novo pondera evitar despedimento

Trabalhadores apresentaram solução para evitar despedimento colectivo

 

A Electro Arco, em Pinhal Novo, está a ponderar alternativas a despedimento colectivo, depois de duas reuniões com representantes dos trabalhadores realizadas a semana passada. A empresa tinha sobre a mesa um processo de despedimento coletivo de cerca de 60 trabalhadores (50 por cento do total) afetos à secção desta empresa que produz o fio de soldar mig/mag. No entanto, empresa e trabalhadores estão a dialogar e um acordo que passe por não despedir ninguém está, agora, em cima da mesa. A Câmara de Palmela já demonstrou empenho em ajudar numa solução.

Trabalhadores reuniram com administração e apresentaram propostas 
Rosa Fernandes, representante do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia, refere que pediu à empresa “um último esforço para manter os postos de trabalho, embora com turnos mais reduzidos”.
A Electro Arco anunciou o despedimento coletivo de sessenta trabalhadores e fundamentou a decisão com a paragem da produção do fio mig-mag, porque esta “é economicamente mais viável se for feita a partir de Itália ou de outros países com preços mais competitivos”. Rosa Fernandes destaca que o objetivo da empresa “é encerrar a produção na totalidade em Portugal”.
A representante do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia lembra que até ao ano passado a Electro Arco “encontrava-se numa situação financeira estável e sempre deu aumentos aos seus funcionários”. A empresa “sente um pouco o reflexo da crise, mas nada que não possa ser ultrapassado”, refere a sindicalista.

Trabalhadores mostram esperança
 “É possível manter na fábrica da Electro Arco, na Venda do Alcaide,[Pinhal Novo, concelho de Palmela], a produção do fio mig-mag”, desde que a empresa tenha vontade em continuar “e deseje encontrar possíveis soluções junto com os trabalhadores, para evitar despedimentos”, disse Esmeralda Marques, representante do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras.
Esmeralda considera que a situação das pessoas fica bastante complicada, porque “no distrito não há nenhuma fábrica que as possa empregar”, uma vez que este trabalho “é muito específico e muitos trabalhadores dedicaram a sua vida à Electro Arco”.
A representante do sindicato dos trabalhadores das indústrias transformadoras lamenta que “mais uma vez uma empresa decida que é mais barato produzir noutro lugar e mande pessoas para a rua a fim de aumentar os lucros”.
Por sua vez, Rosa Fernandes “questiona a empresa sobre o que fez para mitigar esta situação” e evitar que os trabalhadores “se vissem de repente num processo de despedimento”.
A sindicalista realça que os operários “receberam uma lista com o nome das pessoas visadas” e neste momento “há pessoas que já estão dispensadas”. O critério “foi pegar em todas as pessoas que fizessem parte daquela área de produção e mandá-las para a rua”, concluiu Rosa Fernandes.

Administração estuda propostas
Despedimento colectivo envolve 60 pessoas da fábrica de Pinhal Novo
Basicamente, lançou-se à empresa o desafio de tentar novas soluções, mais “humanizadas” e que não tenham como critério único de ponderação a estratégia de mercado, suportada pela saúde financeira da empresa.
Importa, ainda, apurar situações de possível exclusão de pessoas abrangidas no grupo identificado para despedimento como, por exemplo, o caso de trabalhadores atualmente abrangidos pela lei da paternidade, com incapacidades comprovadas ou que estejam em situação de poder negociar a reforma antecipada ou a pré-reforma.
A direção da Electro Arco não quis falar sobre o assunto, dizendo que se trata “de um problema interno da empresa”.


Agência de Notícias 

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