Histórias do Mundo: Galo cantador pode ir a tribunal

Vizinhos perturbados pedem "cabeça" do galo madrugador  

Em Resende, no distrito de Viseu, uma família recebeu uma intimação invulgar: três dias para matar os galos, ou seria levantado um processo em tribunal. Os queixosos alegam que o cantar dos galos perturba a vizinhança. Os criadores não entendem os motivos do conflito. É um caso que em Resende já é tema “de anedota”. Alheio a tudo isso está o galo que canta todas as madrugadas às 5h30! Acabará no tacho por ordem de um juiz? 

Galo acusado de cantar de madrugada pode ir a tribunal 
É um galo "careca" e que canta de madrugada e não encanta um casal que, alegando que não dorme, fez queixa na GNR. Os donos da ave madrugadora já foram avisados de que se o galo não desaparecer, o caso vai parar ao tribunal.
Nunca um galo tinha dado tanto que falar na vila de Resende. Luís Loureiro e a mulher, Fernanda, têm desde Fevereiro um galo que passou a ser a anedota para as bandas de Viseu.
Tudo começou há cerca de dois meses quando o casal recebeu a visita de fiscais da Câmara, onde chegaram denúncias anónimas por causa do cantar do galo. "Vieram aqui, mas viram que estava tudo bem e foram embora. A denúncia era anónima e não puderam responder", recorda Luís Loureiro.
Há um mês e meio, Luís foi identificado e, mais tarde, notificado pela GNR. Foi nessa altura que percebeu que era o casal que vive num apartamento a 200 metros que apresentara queixa por ser acordado pelo cantar do galo.

Despertar às 5.30 horas
"Começa a cantar por volta das 5.30 da madrugada, mas ele até canta mais, cerca de uma hora, porque há mais galos na zona e desafiam-se uns aos outros", explica Luís.
Quando há dez anos se mudou para o bairro onde habita, o casal queixoso já lá estava e o resto da vizinhança sempre criou galos para consumo próprio. "Eu cheguei a ter 12 galos e nunca ninguém se queixou. Este não canta mais do que os outros ", afirma o dono do galo.
Há oito dias os donos da ave receberam uma carta de um advogado da Régua, que lhes dá três dias para retirarem o galo das proximidades. "Se assim não suceder, imediatamente serão instaurados no Tribunal os processos adequados à solução litigiosa da situação em casa e pedido de indemnização de todos os danos morais, lê-se na carta.
Fernanda, a mulher de Luís, diz que a ave só vai para a panela quando for preciso comê-la. "Mais ninguém se queixa. A mim os galos não me incomodam e aqui também há cães a ladrar. Qualquer dia o casal está a queixar-se do sino, colocado há um mês", ironiza.
"É a risada total na vila", atira Sandra Oliveira, que até há menos de 15 dias tinha dois galos. "Só os matei porque precisei deles", garante. Também ela e o marido, Fernando, foram notificados pela GNR e receberam uma carta de um advogado. Já os galos tinham sido comidos. "Só me ri. Se era para meter medo, não conseguiram", afirma. E garante que vai continuar a ter galos. E a quem se queixou não vai pedir justificações.

A senhora que não gosta dos galos...
A queixosa Joana Santos, 25 anos, "só quer estar em casa com tranquilidade". "Há uma vizinha mais próxima que tem galos e são esses que incomodam mais. Eu só quero estar em casa sem ruído e dormir descansada, não tenho nada contra os vizinhos, mas parece que eles querem guerra", referiu. E o galo de várias cores, com pescoço vermelho e crista feliz, lá vai cantado de madrugada, como qualquer galo, alheio às leis dos homens e às vontades dos juízes!  


Agência de Notícias


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