Três lutas violentas na última semana em Palmela

Moradores e utentes de centro de toxicodependência "em guerra"


Confrontos entre um grupo de moradores da Volta da Pedra, em Palmela, e utentes de um centro de acolhimento para toxicodependentes na mesma localidade provocaram seis feridos na semana passada. O caso mais grave ocorreu sexta-feira à noite. Um toxicodependente em recuperação foi esfaqueado na zona lombar. Está internado em estado grave no hospital de Setúbal.


Semana de confrontos na localidade da Volta da Pedra

A localidade é tranquila e os incidentes violentos são quase raros. Mas na última semana tudo mudou e a pacifica Volta da Pedra, nos arrabaldes de Palmela, tornou-se notícia de jornais pelas piores razões. Uma série de confrontos entre moradores e utentes de um centro de acolhimento de toxicodependentes tem assustado a população local.
O Correio da Manhã escreve que os utentes do centro de toxicodependência falam em "discriminação" e dizem "temer o pior". Depois de duas rixas violentas com intervenção da GNR e disparos, no sábado e na quarta-feira, o grupo de populares envolvido em agressões "convidou os utentes do centro para beberem café, em sinal de tréguas". "Estamos fartos de ser agredidos, provocados, ameaçados de morte. Não fazemos mal a ninguém, mas temos direito a sair do centro, beber café, conviver. Por isso, aceitei que nos encontrássemos no café Bom-Bom, nunca pensei que fosse uma cilada", contou Agostinho, responsável do centro Ardente Abraço, que acolhe 14 pessoas com todo o tipo de problemas sociais.

“Agressões têm de parar” pedem os responsáveis do Centro
"Dentro do café, conseguimos conviver. No exterior, um popular pediu-me um cigarro. Disse que não tinha e começaram a bater-me. Os meus colegas intervieram. Envolvemo-nos e fomos espancados violentamente até a GNR chegar. Em plena confusão, vi o Luís Lopes cheio de sangue, já inconsciente. Foi atacado à facada pelas costas", conta João Roberto, 40 anos, toxicodependente que também foi agredido.
A GNR acorreu ao local com vários militares. Não houve detenções. Para Maria Nobre, diretora das três casas Abraço Ardente no País, "a perseguição aos utentes tem de parar, antes que alguém morra".
Na aldeia ninguém fala do assunto e quem fala é a medo. “O clima está pesado e tudo isso não é benéfico para ninguém”, diz uma moradora a Volta da Pedra. “Existe medo e devemos respeitar as pessoas”.


Agência de Notícias 

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