Lisboa recorda os 25 anos do incêndio do Chiado

Plano de Siza Vieira deve ficar concluído em 2014
O Plano de Pormenor da Recuperação da Zona Sinistrada do Chiado (Lisboa), elaborado pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira para reabilitar a zona depois do enorme incêndio de Agosto de 1988, deve ficar concluído em 2014, mais de 25 anos depois. O vereador da Reabilitação Urbana da Câmara de Lisboa não tem dúvidas de que o incêndio "foi um enorme desastre e um trauma", mas considera também que, "olhando para o aspecto positivo que estas coisas também têm", assim foi possível "acelerar a reabilitação do Chiado, que hoje é uma das zonas mais dinâmicas da cidade de Lisboa".
 
Incêndio começou na madrugada de 25 de Agosto de 1988
Se não houver imprevistos no decorrer dos trabalhos, a última fase deste plano, a ligação pedonal do chamado "Pátio B" às ruínas da Igreja do Carmo, ao largo do Carmo e ao elevador de Santa Justa, que começou no início de Julho, pode ficar concluída em 2014.
Em declarações à agência Lusa, o vereador da Reabilitação Urbana da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, lembrou que esta intervenção foi uma proposta do actual executivo ao arquitecto para que incluísse no seu trabalho o espaço envolvente ao Convento do Carmo, "onde havia umas construções que eram uns barracões da GNR construídos nos anos de 1950 do século passado".
Desta forma, vai pôr-se aquele espaço a descoberto e à vista a estrutura da cabeceira da igreja. Simultaneamente, far-se-á ali "um terraço com uma vista espectacular sobre a colina do Castelo e o Rossio".
A isto junta-se, explicou Manuel Salgado, "um elevador que sai da rua do Carmo, do espaço de uma loja municipal, e que permite que as pessoas com dificuldades de locomoção possam subir directamente da rua do Carmo para essa plataforma, e daí, no futuro, vir a ter acesso ao museu de arqueologia".
"Vai ser um ganho de espaço de espaço público muito importante para o peão nesta zona do Chiado", considerou.

Incêndio acelerou reabilitação do Chiado
25 anos depois e o plano de Siza Vieira ainda não terminou 
Comentando o facto de a reconstrução do Chiado ter demorado um quarto de século, Manuel Salgado, também arquitecto, explicou que "o tempo da cidade é um tempo longo" e que "estas obras são sempre relativamente demoradas".
"Estes são processos que têm muitos interessados, muitos parceiros, e que demoram tempo a concretizar", afirmou.
Esta última fase, por exemplo, "corresponde a um projecto que está a ser feito há cinco anos" e que "passou por uma negociação complicada com o Turismo de Portugal, que é quem financia a obra", através de verbas de contrapartidas do Casino de Lisboa.
Olhando para as mudanças que o Chiado sofreu nos últimos 25 anos, Manuel Salgado não tem dúvidas de que o incêndio "foi um enorme desastre e um trauma", mas considera também que, "olhando para o aspecto positivo que estas coisas também têm", assim foi possível "acelerar a reabilitação do Chiado, que hoje é uma das zonas mais dinâmicas da cidade de Lisboa".
O vereador afirmou ainda que "hoje era impossível voltar a acontecer um incêndio daquela dimensão" e, sobretudo, "que se propagasse daquela forma".

Siza Viera regressa ao Chiado
Álvaro Siza Vieira regressa este domingo ao Chiado 

A 25 de Agosto de 1988, um incêndio deflagrou nos extintos armazéns Grandella, no Chiado, destruiu vários edifícios históricos, provocou mais de meia centena de feridos e duas vítimas mortais, ganhando lugar na memória colectiva como uma das piores catástrofes que assolaram a capital portuguesa.
No próximo domingo, 25 de Agosto de 2013, passam 25 anos sobre um dos maiores incêndios que assolaram a zona histórica de Lisboa, destruindo parte significativa do seu edificado e algum património histórico da cidade. Assinalando a efeméride, a Câmara de Lisboa promove um conjunto de iniciativas que evocam os acontecimentos do dia em que ocorreu o fogo, bem como o processo de reconstrução de toda a zona ardida.
O arquitecto Álvaro Siza Vieira, autor do Plano de Recuperação do Chiado, acompanhado pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, conduzirá uma visita à obra dos Terraços do Carmo, intervenção que fecha assim o Plano de Pormenor de Recuperação da Zona Sinistrada do Chiado (ponto de encontro às 17 horas no Largo do Carmo junto à entrada para o elevador de Santa Justa).
Antes, no período da manhã, logo às nove horas, arranca um Simulacro na zona do Chiado. Envolvendo mais de 310 operacionais ligados a várias entidades (CML, RSB, INEM, EDP, Lisboa Gás, PSP, GNR e PJ, entre outros) e cerca de 20 figurantes.


Agência de Notícias 

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