Banca recebe 7 casas por dia

Moita, Montijo e Palmela no  topo da lista das pessoas que entregam as casas

Famílias e promotores imobiliários entregaram, nos seis primeiros meses do ano, uma média de sete casas por dia à Banca como forma de terminar com a dívida, segundo estimativas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). Moita, Montijo e Palmela estão no topo da lista das pessoas que entregam as casas aos bancos. Em vez de apoiar a compra de casa, os bancos estão a financiar o arrendamento de casas oferecendo produtos a juros que ultrapassam os 14 por cento. A DECO alerta para o incentivo ao endividamento. 

Montijo, um dos concelhos onde se entrega mais casas ao banco

Trata-se de uma quebra significativa face a igual período do ano passado, da ordem dos 60 por cento Um facto que tem a ver com a descida das taxas de juro e sobretudo à maior abertura dos bancos para renegociar dívidas.
"Esta descida explica-se, em grande parte, com as medidas de facilitação do pagamento de dívidas, que têm vindo a ser adotadas pelos bancos", sublinha Luís Lima, presidente da APEMIP. Ainda assim, o número de imóveis entregue entre Abril e Junho aumentou cerca de 11 por cento face ao trimestre anterior, o que se traduz na entrega de 707 imóveis, mais 68 do que nos três primeiros meses.
Apesar do número de casas entregues pelas famílias registar um decréscimo, a entrega de imóveis feita por promotores imobiliários continua a subir.
As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto concentraram 34,5 por cento das entregas de imóveis para terminar dívida de crédito.
Sintra, Oeiras, Gondomar, Coimbra, Moita, Montijo, Olhão, Palmela e Moura foram os municípios mais penalizados pelas dificuldades de pagamento, representando mais de 50 por centro das casas entregues a nível nacional.

Bancos incentivam arrendamento de casas
Em vez de apoiar a compra de casa, os bancos estão a financiar o arrendamento de casas oferecendo produtos a juros que ultrapassam os 14 por cento. A DECO alerta para o incentivo ao endividamento.
A primeira oferta surgiu há cinco meses pelo Active Bank.
O Jornal de Negócios escreve que o crédito pode ser contratado para mudar de casa e comprar móveis ou eletrodomésticos, com verbas entre os mil e 10 mil euros.
O prazo para pagar varia entre os 6 meses e 7 anos, mas a TAEG, a Taxa anual efetiva, chega aos 14,2 por cento.
Outra oferta é a do Banco Popular, lançada no mês passado, com uma taxa de juro mais baixa e com prazos entre 1 e 2 anos, para um crédito até aos 5 mil euros.
A banca tenta assim, virar-se para o mercado do arrendamento, já que a compra de casa continua em queda.

DECO e Associação Lisbonense de Inquilinos aconselham cuidado
A DECO avisa que estes produtos são um incentivo ao endividamento, lembrando que se as pessoas não têm dinheiro para pagar a renda, dificilmente vão conseguir pagar a renda e o empréstimo.
Natália Nunes, ouvida pela TSF, apela a uma decisão consciente e responsável das famílias na hora de pedir empréstimos à banca.
A DECO aconselha ainda outras alternativas, como o subsídio recentemente aprovado pela Assembleia Municipal de Lisboa.
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Lisbonense de Inquilinos diz que se trata de mais uma forma de espoliar as famílias. Romão Lavadinho critica o que diz ser um apoio ao consumo.

Agência de Notícias


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