Greve geral promete paralisar distrito de Setúbal

Transportes aderem em força à greve

A greve geral marcada para amanhã, quinta feira, promete paralisar o distrito devido aos mais de mil contatos que a CGTP tem feito junto de trabalhadores de empresas públicas e privadas no distrito. A nível de transportes o distrito deve parar quase na totalidade. As autarquias vão trabalhar o mínimo tal como as repartições públicas. A Autoeuropa, uma das maiores empresas da região, também pára. Há manifestações em várias localidades do distrito.

Greve Geral de amanhã promete parar região de Setúbal e Lisboa 

Luís Leitão, dirigente da União de Sindicatos de Setúbal (USS) da CGTP, perspetiva uma resposta sem antecedentes dos trabalhadores e desempregados “contra uma política que impõe cortes sobre cortes”.
“É preciso mudar de política e mandar o atual Governo para a rua”, prossegue Luís Leitão, que classifica a situação da não atribuição dos subsídios de férias à função pública como “a última grande trapalhada do executivo”. “O país tem alternativas viáveis às políticas de austeridade que apenas afundam as famílias e trabalhadores para o desemprego e a precariedade”.

Manifestações em várias localidades
Amanhã, a USS vai realizar um total de nove concentrações em concelhos do distrito, tendo início às 10 horas em Setúbal, passando pelo Seixal às 10h30, Almada, Alcácer do Sal, Grândola e Sines às 11 horas e Moita, Barreiro e Santiago do Cacém às 15 horas. “É necessário aumentar os salários em vez de se aumentar o horário de trabalho e reduzir consequentemente o valor do trabalho”, frisa o dirigente sindical da USS, que vê no investimento feito à preodução a melhor forma de inverter a situação atual do país.
A solidariedade demonstrada por outros setores da sociedade, como a cultura, à greve marcada pela CGTP tem o reflexo em Setúbal através do adiamento em um dia da produção teatral do grupo 3+1 no Teatro Estúdio Fontenova (TEF), que estava agendada para quinta feira. José Maria Dias, diretor artístico do TEF admite que “as razões invocadas pelo sindicato para a paralisação de quinta-feira são partilhadas por quem vive da arte dramática”, conclui o diretor artístico da companhia.

Transportes quase parados
Metro Sul do Tejo vai estar a 50 por cento durante a greve 
As ligações fluviais entre Lisboa, Cacilhas, Trafaria, Barreiro, Seixal e Montijo vão estar totalmente interrompidas no dia da greve geral. As últimas ligações do grupo Transtejo acontecem nesta quarta-feira às 23h nos percursos Barreiro-Terreiro do Paço e Terreiro do Paço-Barreiro. No dia 28 de Junho, as primeiras ligações acontecem logo às 0h30 (Barreiro-Terreiro do Paço) e à uma da manhã (Terreiro do Paço-Barreiro). A empresa avisa que por questões de segurança os terminais e estações estarão encerrados.
Circular de comboio não vai ser tarefa fácil. O serviço da CP vai parar totalmente quinta-feira, já que não foram definidos serviços mínimos pelo tribunal arbitral, nomeado pelo Conselho Económico e Social. As dificuldades começam já nesta quarta-feira ao final do dia, com atrasos e supressões nos serviços urbanos, regional e inter-regional, e prolongam-se até à manhã de 28 de Junho.
Nas ligações de Setúbal a Lisboa, a Fertagus garante que reúne “todas as condições para o normal funcionamento da sua actividade, desde que sejam garantidas pela Refer as normais condições de circulação”.
A  Carris garante serviços mínimos para algumas das carreiras. Estarão a funcionar, a 50 por cento do regime normal, os autocarros 703, 708, 735, 736, 738 742, 751, 755, 758, 760, 767 e 781. Também está assegurado o transporte exclusivo de deficientes. A Carris prevê “alguma perturbação no serviço regular”.
O mesmo acontece no distrito de Setúbal com a Transportes Sul do Tejo a avisar que “poderá haver perturbações” nas várias carreiras da empresa.
Sem fixação de serviços mínimos pelo tribunal, o Metro de Lisboa não vai ter transporte entre as 23h20 desta quarta-feira e a 1h de 28 de Junho, sexta-feira. “Está previsto que a normalização do serviço ocorra a partir das 6h30 de dia 28”, assegura a empresa, num comunicado divulgado no site oficial. Nessa informação aos utentes, o conselho de administração tece críticas à greve geral e “lamenta profundamente todas as perturbações causadas pelos sindicados aos clientes e à cidade”.
Já a Metro Transportes do Sul – em Almada e Seixal – prevê assegurar, pelo menos, 50 por cento das circulações no horário normal.

Dia de não produção na Autoeuropa 
A Autoeuropa decidiu determinar o dia de quinta-feira, greve geral, como dia de não produção do seu parque industrial.
"Tendo como objetivo minimizar os esperados efeitos da greve geral convocada para a próxima quinta-feira no quotidiano dos seus colaboradores, assim como no fluxo de trabalho dos seus fornecedores, a Volkswagen Autoeuropa determinou que essa data será um dia de não produção", diz a Autoeuropa em comunicado  endereçado às redações.
A decisão, refere o texto, "tem como como propósito minimizar as dificuldades que previsivelmente serão sentidas pelos colaboradores da empresa, em particular no acesso a serviços públicos como redes escolares e de transportes".
A Autoeuropa assume que são ainda esperadas dificuldades "na cadeia de fornecimento de origem nacional, pelo que esta decisão destina-se igualmente, a evitar perturbações no fluxo" de produção da empresa.
As Comissões de Trabalhadores do parque industrial da Autoeuropa decidiram na semana passada aderir à greve geral marcada para o dia 27 de Junho.

Agência de Notícias 

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