Mau tempo já provocou um morto


 Um morto,  dois feridos graves e muitos estragos nesta dia de temporal

Um idoso, de 85 anos, morreu este sábado com um traumatismo craniano em Carreira do Mato, em Abrantes, após ter sido projectado para o chão pelo portão de casa, impelido pela força do vento. A queda de duas chaminés no concelho de Sintra feriu dois jovens. Alerta vermelho continua até as 18 horas de hoje em quase todo o país. 

Mau tempo está a provocar centenas de quedas de árvores 

Em declarações à agência Lusa, a responsável pela Protecção Civil de Abrantes e presidente da autarquia local, Maria do Céu Albuquerque, disse que o homem, de 85 anos, ainda foi alvo de tentativas de reanimação, sem sucesso. 
"Ao ser projectado pelo portão de casa, impelido pela força do vento, o senhor, com 85 anos, caiu mal e bateu com a cabeça no chão não reagindo às tentativas de reanimação", disse aquela responsável. 


Dois feridos em Sintra
O mau tempo provocou a queda de duas chaminés de um prédio em Agualva, concelho de Sintra, ferindo dois jovens que foram transportados para o Hospital Santa Maria, disse comandante dos Bombeiros de Agualva-Cacém.
De acordo com Luís Pimentel, ao início da tarde o vento forte e a chuva provocaram a queda de duas chaminés de um prédio, tendo uma delas caído em cima de uma jovem de 13 anos e de um outro de 18 anos.
Ambos foram assistidos no local, um deles apresenta fracturas expostas, tendo posteriormente sido transportados para o Hospital Santa Maria, em Lisboa.
O mau tempo tem provocado vários estragos em todo o país. Segundo a protecção civil já foram registadas mais de quatro mil ocorrências. 

Santiago do Cacém e Setúbal também com problemas
A Comandante Distrital de Bombeiros de Setúbal, Patrícia Gaspar, adiantou à Lusa que “no concelho de Santiago do Cacém, o mau tempo deixou uma casa destelhada e quatro pessoas desalojadas, que, entretanto, já estão a já estão a ser apoiadas pelos serviços da protecção Civil Municipal”.
Em Setúbal, o CDOS registou a ocorrência de cinco quedas de cabos eléctricos, três aluimentos de terras, uma pequena inundação numa habitação e 24 quedas de estruturas, sobretudo telhados de chapa e painéis de publicidade.
Várias ruas de Lisboa têm estado temporariamente encerradas para limpeza de árvores ou objectos caídos – sobretudo painéis publicitários –  na via pública arrastados pelo vento forte, disse à agência Lusa fonte do comando metropolitano da PSP da cidade.
A situação mais permanente verificou-se na ponte 25 de Abril que tem a circulação de motociclos e veículos pesados suspensa devido ao estado da via e às fortes rajadas de vento, mas que poderá voltar à normalidade “dentro de pouco tempo”.
Na avenida Gago Coutinho, o trânsito esteve suspenso para que as autoridades retirassem uma árvore caída, situação já resolvida, tal como aconteceu no túnel João XXI, em Lisboa.
“As ocorrências de árvores e materiais caídos nas vias foram bastantes, por toda a cidade, mas mais durante a madrugada, e tratam-se de casos resolvidos rapidamente”, acrescentou a PSP.
Fonte da Polícia Municipal de Lisboa referiu que em Monsanto, no Campo Grande e na rua Félix Correia também se registaram incidentes do mesmo tipo.
Desde as 18 horas desta sexta-feira, a Protecção Civil registou 522 ocorrências na região de Lisboa, à excepção da cidade. A maioria delas está relacionada com quedas de árvores e postes, como aconteceu em Vila Franca de Xira, Alenquer e na própria capital.


Mau tempo em todo o país 
Há vários estragos no país devido ao forte vento
Em Santarém, registaram-se 386 ocorrências relacionadas com o mau tempo, a maioria das quais foram quedas de árvores. Também esta manhã, 40 pessoas que viviam num acampamento comunitário na cidade de Peniche foram realojadas na Casa Municipal da Juventude.
No Porto, há registo de 365 ocorrências relacionadas com o mau tempo. Entre as situações mais complicadas destaca-se duas árvores que caíram na linha do metro, em Gaia e perto do Hospital de São João, e que obrigaram ao corte da linha nesses locais.
Na Guarda, o vento forte derrubou 24 árvores em vários pontos do distrito e, no distrito de Leiria, o mau tempo deixou quartéis de bombeiros sem comunicações via rádio e vários concelhos sem electricidade.
A auto-estrada do Norte (A1), junto a Pombal, esteve encerrada durante a manhã, devido à queda de cabos eléctricos. A circulação foi entretanto retomada.
A energia eléctrica tem sido fortemente afectada em todo o país devido ao vento forte, sendo as zonas centro do país e o litoral as mais atingidas. 

Alerta vermelho até às 18 horas de hoje
O Instituto do Mar e da Atmosfera estendeu o aviso vermelho até às 18 horas e alargou-o também ao distrito de Portalegre. São agora 16 os distritos com o aviso meteorológico mais grave. 
Desde as oito horas da manhã de sexta-feira até ao meio-dia deste sábado que a Protecção Civil registou 3888 ocorrências em todo o país. Destas, 2589 são quedas de árvores. Os distritos mais afectados são Lisboa, Coimbra e Porto. Miguel Cruz, da Protecção Civil, disse que a A1 está cortada ao trânsito desde o meio-dia ao quilómetro 138, na zona de Pombal.
O encerramento da auto-estrada do Norte deveu-se à queda de árvores e a um poste de alta tensão e ainda não há previsões de reabertura. Também não se circula no IC2 na zona da Castanheira do Ribatejo. O IP3 está igualmente cortado na zona de Penacova e é impossível circular na A22 entre Monte Gordo e Vila Real de Santo António, disse à Lusa uma fonte da GNR.

Paulo Jorge Oliveira 

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