Refugiados sequestram técnicos no Centro de Acolhimento


Tensão na Bobadela resulta em sequestro e confronto com a PSP

O Centro de Acolhimento de Refugiados da Bobadela, em Loures, atingiu esta segunda-feira níveis de sobrelotação, tendo alguns utentes decidido fechar-se lá dentro e prendendo os técnicos com eles quando foi ordenada a sua saída, disse fonte da PSP. Seis pessoas foram detidas e dois polícias ficaram feridos.


Centro de Acolhimento de Refugiados da Bobadela está lotado

A reunião no Centro de Acolhimento de Refugiados da Bobadela, em Loures, começou pelas dez horas, mas as técnicas não tinham boas notícias para dar a cerca de 50 utentes. Dentro de uma semana teriam de abandonar as instalações porque o centro está sobrelotado e há mais refugiados para entrar naquele acolhimento.
Aflitos por não terem para onde ir, seis refugiados fecharam as portas da associação e sequestraram nove técnicos, entre advogados, psicólogos e assistentes sociais.
Agentes da PSP foram chamados ao local e tiveram de lançar gás-pimenta para conseguir entrar nas instalações.
A PSP deteve seis utentes do Centro de Acolhimento de Refugiados da Bobadela, por sequestro e ofensas à integridade física de um agente, durante uma operação que causou ferimentos em dois polícias e num dos detidos.

Dois polícias feridos
Em declarações à agência Lusa, o subcomissário Jairo, do Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS) da PSP, adiantou que os agentes da autoridade tiveram de recorrer ao uso de gás pimenta para entrar no edifício, que estava barrado por alguns dos utentes do centro, que se fecharam no seu interior, quando foi ordenada a sua saída.
Segundo o responsável, durante a operação ficaram ligeiramente feridos dois polícias -  um deles agredido por um dos detidos - os quais tiveram necessidade de receber tratamento no Hospital de Loures. Um dos seis utentes detidos acabaria também por ficar ferido, tendo sido assistido no local.
Os seis homens encontram-se presos e serão presentes durante o dia de terça-feira ao juiz de instrução criminal do Tribunal da Comarca de Loures, para primeiro interrogatório judicial.

Centro lotado
Mónica Frechaut, psicóloga, foi uma das técnicas que estiveram fechada dentro do centro de Refugiados. "Eles [detidos] fecharam as portas e durante cerca de 20 minutos não nos deixaram sair. Queriam que tivéssemos soluções para eles, mas é complicado. Felizmente, tudo ficou resolvido", disse.
O Centro de Acolhimento de Refugiados da Bobadela, em Loures, atingiu níveis de sobrelotação. O Centro foi construído num terreno cedido pela Câmara de Loures e tem por objetivo garantir condições de acolhimento e de integração a pessoas que escolheram Portugal como destino seguro, durante um período transitório, até decisão sobre o requerimento de asilo. O Centro acolhe um total de 107 pessoas, oriundas da Guiné, Congo, Afeganistão, Paquistão, Somália, Irão, Colômbia e Corno de África.


Agência de Notícias 

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