Estudantes desafiam Setúbal a melhorar oferta formativa


Câmara e Associação de Estudantes trocam acusações

A Associação Académica do Instituto Politécnico de Setúbal (AAIPS) defende que a autarquia de Setúbal deve investir no IPS (Instituto Politécnico de Setúbal), em vez de estabelecer um protocolo com o grupo Lusófona. “Se a oferta formativa disponibilizada pelo grupo Lusófona for igual ou semelhante à formação praticada pelo IPS, a câmara municipal deveria melhorá-lo”, refere Sílvia Araújo, presidente da AAIPS. Por seu lado, a autarquia defende que este protocolo permite estabelecer parcerias com o IPS e que “O ensino politécnico e o ensino universitário não conflituam. Pelo contrário, complementam-se e ambos, em conjunto, podem e devem contribuir para a materialização de objetivos ambiciosos no âmbito do desenvolvimento e da investigação.

Estudantes do IPS não gostam do acordo da autarquia com Lusófona

“A edilidade setubalense não dá o devido valor ao IPS porque aposta num novo centro de pós-graduações, em vez de recorrer ao instituto e ajudar a melhorar a sua oferta formativa”, adianta a presidente da AAIPS. A Câmara Municipal de Setúbal em comunicado de imprensa, adianta que esta é uma “ideia clara de desenvolvimento que constitui uma oportunidade para estabelecer parcerias com o Instituto Politécnico de Setúbal”.
Sílvia Araújo, no entanto, diz que o IPS “consegue assegurar a oferta educativa do ensino superior no distrito”, argumento que a câmara municipal contesta referindo que “o IPS não consegue, sozinho, assegurar toda a oferta educativa de ensino superior que a autarquia quer no quadro da estratégia de desenvolvimento para um concelho que vive um processo assinalável de modernização e qualificação visível em variados setores, nomeadamente, a disponibilização de pós-graduações na área do Turismo”. A presidente da AAIPS acrescenta que “criar uma instituição privada tendo em conta a fragilidade económica actual dos alunos não responde às suas necessidades”.
O comunicado da autarquia diz ainda que a “ própria Associação Académica, enquanto representante dos estudantes do IPS, pode testemunhar que a Câmara de Setúbal não está de costas voltadas para a instituição, quando sabe que os representantes dos alunos recebem anualmente apoio logístico no valor de milhares de euros para o desenvolvimento de atividades como a receção ao caloiro e a semana académica”.

Autarquia assina protocolo com Lusófona
A Câmara de Setúbal vai assinar um protocolo com o grupo Lusófona que “prevê a possibilidade de arrendamento de instalações da autarquia, caso haja disponibilidade para o efeito”, esclarece a autarquia. O interesse em desenvolver projetos formativos superiores avançados que “permitam potenciar e criar oportunidades de formação, emprego e investigação”, bem como o “grande objetivo estratégico de reforçar e fortalecer” a posição de Setúbal como capital de distrito são duas razões que motivam a celebração deste acordo.
A presidente da AAIPS declara que “este protocolo não é necessário porque o instituto politécnico pode responder às necessidades dos alunos e podem criar-se oportunidades de formação, emprego e investigação”. 
A presidência do Instituto Politécnico de Setúbal ainda não tomou qualquer posição em relação a este tema.


Agência de Notícias 

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