“Setúbal é o
caso mais preocupante”, diz a empresa
Os municípios da península de Setúbal
fecharam o ano de 2011 com dívidas de 17,8 milhões de euros à empresa
multimunicipal Amarsul, responsável pela valorização e tratamento de resíduos
sólidos. No relatório e contas de 2011, a dívida global dos municípios passou a
ser de 17,8 milhões de euros, quando em 2010 era de 10,6 milhões, e 16 milhões
referem-se a uma verba já vencida. Por outro lado, a crise originou uma redução no
lixo produzido pelos municípios, com uma quebra de cerca de 7 por cento em 2011
em relação ao ano anterior, numa tendência que se mantém em 2012.
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Autarquias acumulam dívidas à Amarsul |
O município que fechou o ano com o maior valor em
dívida foi Setúbal, com 7,2 milhões de euros, seguindo-se Seixal (2,9 milhões),
Barreiro (2,1 milhões), Sesimbra (1,8 milhões) e Palmela, com 1,5 milhões em
dívida.
Os municípios com menores valores de dívida são Montijo, com 625 mil euros,
Alcochete, com 645 mil euros, Moita, com 569 mil euros, e Almada, com 271 mil
euros.
Nos últimos meses de 2011, a Amarsul (detida em 51 por cento pela Empresa
Geral de Fomento, pública, e em 49 por cento pelos municípios) avançou com
injunções aos municípios de Seixal, Alcochete, Barreiro, Palmela, Sesimbra e
Setúbal, no valor de 14 milhões de euros, mas acabou por desistir das acções,
já que em 2012 foram celebrados acordos de pagamento com os municípios.
"Confirmamos que foram efectuados os acordos em 2012 e que os atrasos
verificados em alguns casos são, de uma maneira geral, curtos e acabam por ser
ultrapassados com o bom pagamento dos valores em dívida. O caso que oferece
mais preocupação prende-se com o município de Setúbal e que já foi devidamente
reportado", disse à Lusa fonte oficial da Amarsul.
O vereador André Martins, da Câmara de Setúbal, referiu à Lusa que a
autarquia tem a perspectiva de liquidar as dívidas, salientando a importância
de existirem programas de ajustamento financeiro relativamente aos pagamentos
com a Amarsul.
"Temos a maior dívida porque Setúbal transporta para os aterros da
Amarsul uma quantidade significativa de resíduos. Existem acordos que estão a
ser avaliados para reprogramar o pagamento à Amarsul e está controlado. As
outras autarquias vivem situações idênticas", disse André Martins.
A crise chegou ao lixo
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Aterro da Amarsul produz cada vez menos lixo |
A crise originou uma redução no
lixo produzido pelos municípios da península de Setúbal, com uma quebra de
cerca de 7 por cento em 2011 em relação ao ano anterior, numa tendência que se
mantém em 2012.
A
Amarsul, empresa municipal responsável pela recolha do lixo nos nove municípios
da península de Setúbal, refere, no relatório e contas de 2011, que a crise
financeira que afeta o país originou uma redução de consumo, que provocou, por
sua vez, uma redução de resíduos urbanos e equiparados gerados.
Em 2010,
a Amarsul recolheu cerca de 443 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos nos
municípios, enquanto em 2011 recolheu apenas 414 mil toneladas, com Setúbal a
ser o concelho com uma maior redução, de 85 mil toneladas para 75 mil, menos 12
por cento.
Os
restantes municípios - Barreiro, Moita, Seixal, Almada, Alcochete, Sesimbra,
Montijo e Palmela - também registaram reduções em 2011, o que originou uma
quebra geral de cerca de 7 por cento
"O
decréscimo da entrada de resíduos nos ecoparques da Amarsul mantém-se, fator
que podemos atribuir ao contexto económico atual. Em 2012 já evidenciámos uma
diminuição de 11 por cento de resíduos entrados, comparativamente a 2011",
disse à Lusa fonte oficial da empresa Amarsul.
A mesma
fonte referiu, contudo: "Não podemos inferir esta percentagem aos resíduos
depositados em aterro, uma vez que as novas instalações de aproveitamento de
resíduos que possuímos permitem-nos prolongar o tempo de vida dos aterros e um
reencaminhamento dos resíduos indiferenciados".
A nível geral,
a empresa conseguiu um acréscimo de 2,8 por cento de resíduos em 2011, o que se
deveu a um aumento de entradas de resíduos provenientes da Tratolixo, empresa
intermunicipal detida em 100 por cento pela AMTRES - Associação de Municípios
de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra.
A
Tratolixo – que há um ano inaugurou um ecoparque em Mafra – permite encaminhar os resíduos não passíveis
de qualquer aproveitamento, embora a funcionar de forma gradual no primeiro
semestre - passou das 66 mil toneladas em 2010 para as 115 mil toneladas em
2011, num aumento de quase 75 por cento, decisivo para compensar as quebras dos
municípios da região de Setúbal.
Agência de Notícias
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