Estado reduz período do RSI para 12 meses


Novas regras do RSI levam 60 mil pessoas para os centros de emprego

Os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) vão ter de assinar um contrato de inserção com o Estado, com a duração de 12 meses, que inclui um reforço dos deveres para todos os membros do agregado familiar. Pelo menos 60 mil serão obrigados a inscrever-se no centro de emprego. As novas regras foram aprovadas ontem em Conselho de Ministros.

Conselho de Ministros aprovou novas regras do RSI

Este contrato de inserção, como o designou o ministro da Solidariedade e da Segurança Social, é obrigatório e, sendo o RSI um subsídio para um agregado, "deve incluir obrigações para todos os membro do agregado familiar". 
De acordo com o ministro Pedro Mota Soares, há obrigações nas áreas da educação, da saúde e do serviço social comunitário, mas também no campo profissional. "Não faz sentido que quem tenha idade e capacidade activa para o trabalho não esteja inscrito no centro de emprego". 
Por isso, essa será condição obrigatória, estimando o Governo que entrem nos centros de emprego nos próximos meses pelo menos 60 mil pessoas – o ministro repetiu esse alerta, uma alusão a um certo enviesamento da taxa de desemprego por causa desta medida.
"Nos próximos meses haverá acréscimo dos inscritos nos centros de emprego", avisou o ministro Mota Soares. "Têm obrigatoriamente de aceitar trabalho e acções de formação profissional. Atualmente isso não é obrigatório e é um erro porque não permite a inserção social dessas pessoas". Assim, como o ADN anunciou ontem, o estado espera que os 60 mil que não procuraram emprego… possam se inscrever em breve.
"Queremos acentuar o carácter transitório do RSI: serve para inserir as pessoas do ponto de vista social e laboral", defendeu o ministro, alegando que estas são medidas para "salvaguardar a sustentabilidade da Segurança Social".

Depósitos bancários só até 25 mil euros e detidos deixam de receber
60 mil terão de se apresentar nos centros de emprego 

No diploma que aprovou em Conselho de Ministros, o Governo também alterou algumas condições para a atribuição do subsídio, baixando para um quarto o limite máximo dos depósitos bancários que os beneficiários podem ter. 
Até agora os beneficiários do RSI poderiam ter até cerca de 100 mil euros no banco (240 IAS, o Indexante dos Apoios Sociais, que é de 419,22 euros), mas o limite agora imposto é de 60 IAS, o que perfaz 25.153 euros.
Para o cálculo do património passam a contar também os bens móveis sujeitos a registo,como é o caso dos automóveis.
Os detidos a cumprir pena deixam de ter acesso ao RSI e quem for detido preventivamente verá o subsídio suspenso. Porém, no caso de quem cumpre pena, a família pode continuar a beneficiar do RSI, frisou o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Só são elegíveis para a candidatura ao RSI estrangeiros que residam em Portugal há pelo menos três anos e cidadãos nacionais a residir no país há mais de um ano.
O ministro não entrou em pormenores sobre as poupanças que o Estado terá com as novas regras, mas o Orçamento do Estado previa já um corte de 70 milhões de euros no RSI.
No entanto, o gabinete do ministro, citado pelo jornal PÚBLICO, diz que as condições de recurso implicarão um recálculo de todas as prestações pelo que só no final desse processo se saberá o montante que se poderá poupar e o número de beneficiários que deixará de ter acesso ao RSI.
Atualmente há cerca de 340 mil beneficiários do RSI.

Agência de Notícias 

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