Obra no andar inferior na origem da derrocada na Arrentela


Edifício ainda não pode ser habitado

A derrocada parcial do piso de um terceiro andar de um prédio no Seixal, que fez nove feridos ligeiros e 21 desalojados, terá sido provocada pela ausência de um elemento de suporte das lajes. Segundo o vice-presidente da autarquia, a estrutura de suporte constava do projecto inicial do imóvel e deverá ter sido retirada em obras posteriores à sua construção.

Obras no piso inferior faz ruir piso superior 

Foi esta a conclusão a que chegaram os técnicos camarários que durante o dia de ontem realizaram uma vistoria, em colaboração com um perito da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, ao número 18 da Rua Dr. Arlindo Vicente. Foi aqui que, pelas 22h30 de segunda-feira, ocorreu a queda parcial da zona da sala do terceiro andar sobre o piso inferior.
No momento do acidente, decorria no andar de cima uma festa de aniversário, enquanto no de baixo dormiam uma mãe e uma filha. Segundo os últimos dados divulgados pela Câmara do Seixal, a evacuação do edifício deixou desalojadas 21 pessoas. Dessas duas estão a dormir numa instituição do concelho, dez numa residencial e as restantes nove em casas de familiares.
“Concluímos que o colapso da estrutura das duas lajes se deveu à ausência de um elemento de suporte. Entre os escombros e detritos não há vestígios dessa parede, que suportava as duas lajes”, explicou o vice-presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos.
Ao longo do dia de ontem moradores do prédio já tinham adiantado a hipótese de a derrocada ter tido origem em obras realizadas há cerca de três anos no segundo andar. O vice-presidente da autarquia diz que não é neste momento possível confirmar que a derrocada tenha sido provocada por essas obras, que segundo diz não foram licenciadas. 

“Consulte os técnicos antes de fazer uma obra em casa”

“Neste momento o nosso principal objectivo é restabelecer a segurança. Depois se verá como é em termos de custos e responsabilidades”, disse ainda Joaquim Santos.
No entanto, segundo os técnicos mo local, a obra realizada no 2º piso – que consistiu na destruição completa da parede que dividia sala e cozinha – esteve na origem do acidente ocorrido anteontem. E o facto de ter sido demolida sem aconselhamento prévio de especialistas levou a que tanto o tecto do segundo andar como o soalho do terceiro piso perdessem consistência, provocando o desabamento. A zona da sala foi a mais afectada.
De acordo com o autarca, estão em curso desde o início da tarde de ontem obras com vista à estabilização do edifício. Só após a sua conclusão será possível determinar quando poderão os moradores do número 18 da Rua Arlindo Vicente, na freguesia da Arrentela, voltar às suas habitações. 
Segadães Tavares, engenheiro civil, explicou a gravidade de fazer obras em casa sem licenças: "Partir paredes sem qualquer aconselhamento é pura ignorância. Há paredes que não têm aparência de suporte mas são muito importantes para a construção". Um aviso para quem pensa fazer obras em casa.


Agência de Notícias 

Comentários