O desafio da sustentabilidade ambiental


Colectividades do Barreiro apostam nas energias renováveis

O (ECO) desafio de sensibilizar e promover boas práticas ambientais, lançado pela Câmara do Barreiro, através da Divisão de Sustentabilidade Ambiental, em articulação com a S.energia, encontrou nas coletividades e associações do Concelho fortes aliados. Os oito participantes adotaram medidas comportamentais sustentáveis com o objetivo de promover, designadamente, a eficiência energética nos seus edifícios. Dois anos depois, a produção de energias renováveis e a diminuição de emissões de C02 são os resultados mais visíveis desta aposta.


Coletividades do Barreiro apostam em paneis solares 

Na passada sexta-feira, 16 de março, as instalações dos Bombeiros Voluntários do Barreiro – Corpo de Salvação Pública, serviram de palco para a apresentação dos resultados já obtidos pelos participantes. Aderiram, faseadamente, ao projecto o Sporting Clube Lavradiense, SFAL, “Os Leças”, Futebol Clube Barreirense, SIRB “Os Penicheiros” e os “Franceses”.
Estas seis coletividades tornaram-se microprodutoras de energia fotovoltaica. As duas corporações de Bombeiros do Concelho do Barreiro – Corpo de Salvação Pública e Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste, também integram este desafio mas com resultados diferentes. No primeiro caso, a entidade tornou-se produtora de energia de minigeração e, no segundo caso, este Desafio servirá para a reconversão da respetiva frota. Em comum existem também vantagens que assentam em poupança nos consumos energéticos, recursos naturais e/ou matérias-primas; aumento da consciencialização para as questões relacionadas com o ambiente e melhoria da sua imagem junto da comunidade local.

“O que perdemos quando não poupamos”
Para além de uma clara redução nos custos energéticos mensais, as entidades aderentes a este ECO DESAFIO também já se aperceberam que existem benefícios não contabilizados e que se prendem diretamente com a diminuição do consumo de gás; diminuição de consumos energéticos pela substituição de lâmpadas; diminuição dos consumos de água e aumento da taxa de reciclagem.
Nuno Banza, Vereador responsável pela Sustentabilidade Ambiental no Município afirmou que “devemos apoiar quem deve ser apoiado e não, quem não precisa. E este é claramente um caminho que estamos a percorrer, com esta experiência do ECO DESAFIO”. Nuno Banza foi mais longe nesta afirmação e concluiu, mesmo, que esta experiência deve ser “replicada a nível nacional”. Isto porque, explicou, não seguir este caminho, implica perder três vezes. “Portugal não tem petróleo nem tem gás natural. Tudo o que consumimos é importado. E uma parte da energia elétrica que é produzida e consumida em Portugal provém de fontes não renováveis. Se não optarmos por este caminho, perdemos porque estamos a importar um recurso não renovável, nem nacional”, diz o vereador.
“É acima de tudo, uma responsabilidade por parte da Autarquia fazer este caminho” disse Nuno Banza, e por parte de quem adere, é uma oportunidade. Uma oportunidade de ter um “desempenho global mais correto e sustentável” pois a poupança nos consumos e de recursos são uma realidade.


Aposta ganha

A Câmara do Barreiro investiu cerca de 5 mil euros, por entidade (num total de 35 mil euros) destinados à aquisição de sistemas de produção de energia e de aquecimento de águas quentes sanitárias, bem como à reconversão de frota (no caso dos Bombeiros Sul e Sueste). A este valor somaram-se 700 euros em equipamentos distribuídos pelos aderentes (ecopontos, por exemplo). A Autarquia, com o envolvimento direto da S.energia (Agência Regional de Energia para os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete), fez o acompanhamento técnico para questões relacionadas com a poupança de água e energia, e apoiou na submissão de candidaturas (Programa GERE da ADENE). Neste desafio foram, igualmente, parceiros as empresas Home Energy, Self Energy, Sunergetic, Simarsul e Central de Cervejas.
Nuno Banza referiu, ainda, que num momento tão difícil como o atual, as instituições que estão envolvidas neste projeto vão beneficiar das mais-valias geradas pela subsidiação da tarifa que, se existirem, ficam nas sociedades/entidades. “As mais-valias não estão a ser distribuídas como um lucro, e ao ficarem na sociedade permitem que estas instituições tenham maior capacidade de intervenção”. Concluindo afirmou: “É uma aposta ganha”.

Agência de Notícias 

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