Os ‘pintelhos’ da grande loja dos Tachos Portugal

Criticas Soltas - by Joana Teófilo Oliveira
Os ‘pintelhos’ da grande loja dos Tachos Portugal

Posso estar errada, equivocada e estas tratas todas. Mas tenho uma teoria para o facto das novas nomeações para o Conselho de Supervisão [era importante saber o que estes senhores supervisionam] da EDP. Para mim o caso foi o seguinte. Alguém, sem querer pois claro, confundiu as ditas nomeações com a lista de convidados para a festa de anos de Pedro Passos Coelho. É verdade que o primeiro-ministro só faz anos no verão mas os chineses regem-se por outro calendário e têm dificuldades com o português. E aglora? Devem ter perguntado.

Passos Coelho, cheio de simpatia pelos seus novos amigos chineses, entregou a Cao Guangjing um convite para passar por Massamá daqui a cinco meses e o Cao (o homem forte da eléctrica chinesa) achou que a lista de convidados era uma sugestão para enfiar os melhores amigos do primeiro-ministro na empresa que tinha acabado de comprar. Essa é a minha única explicação para que Eduardo Catroga, Braga de Macedo, Paulo Teixeira Pinto, Ilídio Pinho ou Celeste Cardona acabem com os seus belos rabiosques sentados em cadeiras que valem no mínimo 45 mil euros por mês, em part-time.

Só assim é possível perceber porque acabaram todos convidados para a EDP. Afinal o Estado privatizou a EDP e disse logo, para não existirem dúvidas, que não queria ter mais nada a ver com aquilo, louvou o funcionamento do mercado, homenageou o pensamento liberal e o mercado chinês.
Se não foi isso, qual a razão para sentar no Conselho de Supervisão, por onde passam todas as orientações estratégicas da empresa, precisamente aquelas pessoas que andaram a dar uma ajudinha a Passos Coelho nos últimos meses, incluindo o seu velho patrão (Pinho) e a inefável Cardona, que o CDS deposita em todas as prateleiras douradas da pátria. A esta hora o Catroga deve estar a dizer: “Lá estão eles outra vez a discutirem ‘pintelhos’. Bolas!”. Pois é, a malta cá do burgo gosta é de discussões destas. Não temos mais nada em que pensar. Ganhamos bem, não trabalhamos [porque a maioria é desempregada], temos uma boa vida e depois dá-nos para isso. Discutir os ‘pintelhos’ dos chinocas dos portugueses que nasceram com o rabo virado para as cadeiras do poder.
E, sobretudo, ninguém me convence de que os chineses chegaram a Portugal ao volante de vários camiões TIR de notas de euro para deixarem a EDP cheiinha de amigalhaços do poder estatal. Ou… Espera! Não me digam… Será possível que… os chineses tenham percebido tão depressa exactamente como este país funciona? Raio que parta os chineses, pá!
E a nomeação de um autarca que deve mais de 7 milhões à Águas de Portugal? Foi por acaso? Eu acho que o homem foi posto na direcção das Águas de Portugal porque daqui a um ano ficava no desemprego [o senhor já não podia se recandidatar a presidente da Câmara do Fundão] e, para evitar mais um português despedido.., o senhor primeiro ministro pensou: vou dar um exemplo ao país e dar trabalho a um futuro desempregado. Meteu água! Assim o homem fica com emprego para a vida e uma reforma choruda mas como irá fazer agora? Vai pagar a dívida da autarquia do Fundão às Águas de Portugal ou irá lixar as “Águas” e perdoar a dívida da autarquia que agora dirige. E assim o amigo Passos Coelho criou-lhe uma enorme confusão e o homem, de certeza, já não consegue dormir desde há vários dias só a pensar em que água vai agora andar!
O melhor é reunirem-se todos por estes dias numa loja Mozart deste país [naquelas lojas onde se discute a essência da pureza da alma], comerem todos umas “natas” portuguesas – seguindo a ideia do ministro Álvaro – enquanto discutem coisas de homens. Que neste caso o tema não serão as “boazonas das mulheres”, nem os futebóis, nem as minis ou os caracóis. O tema será antes: “qual a próxima nomeação para a Grande loja dos Tachos Portugal”.