Maquinistas não chegam a acordo com CP e avançam para greve

Ano começa com greve... na CP

O ano vai mesmo começar em greve na CP. O sindicato dos maquinistas decidiu manter a paralisação já convocada para 1 de Janeiro, depois de mais uma reunião falhada com a administração da empresa. Em causa estão os processos disciplinares alegadamente ilegais interpostos pela transportadora, que já levaram à paralisação dos maquinistas durante o fim-de-semana de Natal. Entre 23 e 26 de Dezembro foram cancelados 2.702 comboios.
Comboios irão começar o ano de 2012 parados nas estações 



A reunião que decorreu esta tarde entre o Sindicato Nacional dos Maquinistas e a administração da CP terminou sem consenso. À saída do encontro, o presidente do sindicato revelou que a paralisação marcada para domingo se mantém, assim como a greve até 31 de Janeiro às horas extraordinárias, “porque a empresa se recusou a reavaliar este procedimento de perseguição disciplinar aos maquinistas à luz do acordo de 9 de Junho”. Assim, “o processo voltou à estaca zero. A empresa manteve a proposta do dia 22, o que é inaceitável e inqualificável”, afirmou António Medeiros.
Em causa estão cerca de 200 processos disciplinares, como noticiou o ADN no dia 23 de Dezembro, interpostos pela transportadora, que o sindicato considera serem ilegais à luz de um acordo estabelecido em Junho, depois da aplicação de faltas injustificadas a alguns maquinistas que não cumpriram os serviços mínimos de greves realizadas em 2010. 
Segundo o sindicato, por causa deste acordo, não deveriam ter sido abertos quaisquer processos disciplinares. Mas a empresa não partilha da mesma opinião, defendendo que o compromisso estabelecido implica apenas que as faltas injustificadas relativas a essas greves – que a empresa considerou ilegais – seriam passadas a faltas de greve.

Sindicato ainda insiste numa solução
Maquinistas ainda querem acordo com CP


À saída da reunião, a porta-voz da CP, Ana Portela, afirmou que “o Conselho de Administração não pode negociar o exercício do poder disciplinar da empresa” e, lamentou “que o sindicato não tenha reconsiderado a sua posição" e mantido a greve. 
Apesar da falta de consenso, António Medeiros garante que o sindicato vai insistir “que pode haver solução para o problema, desde que haja negociação e desde que o presidente [da CP] esteja na mesa de negociações a assumir com o sindicato a solução do conflito”.
Segundo o presidente do sindicato, não foi agendada, até ao momento, outra reunião sobre o processo.

Paralisação no Natal cancelou 2.702 comboios

O primeiro período de greve dos maquinistas levou ao cancelamento de 2.702 comboios entre a meia-noite de sexta-feira e as 12h00 de segunda-feira, segundo cálculos feitos pela Lusa a partir de dados da empresa. 
A paralisação estava agendada para 23, 24 e 25 de Dezembro, mas na segunda-feira de manhã ainda houve perturbações na circulação ferroviária. A greve, em plena época natalícia, provocou um prejuízo de 2,5 milhões de euros segundo números divulgados pela CP.


Agência de Notícias 

Comentários

  1. A CP usa e abusa do direito às greves. Quando acham que ganham pouco (+1300 €/m), fazem greve. Lá estão as centrais sindicais que nasceram para isso mesmo: «projectos prontos a sair para todo o tipo de greves». Tudo o que seja no sentido de derrotar o governo vigente, seja ele PS ou PSD, estão sempre de acordo no bota-abaixo. A administração da CP castigou os maquinistas, por não acatarem as decisões do Tribunal, pronto, vieram para a greve!!! O Governo tem culpa em fazer tábua raza dos direitos da Constituição, mesmo sabendo que essa greve prejudicou MILHARES DE PESSOAS. Depois, finda a greve, Suas Exas os maquinistas ainda não ESTAVAM NOS POSTOS DE TRABALHO PARA INICIAR O SERVIÇO! Porquê? Então todos os trabalhadores não se tem de deslocar para as terras do posto de trabalho, a pé, de carro, de táxi, ou autocarro? Quando ELES fazem greve, como é que eles vão trabalhar? As baldas sucedem-se, impunemente. FINDA A GREVE OS OPERÁRIOS TEM DE ESTAR NO POSTO DE TRABALHO PARA INICIAR A LABORAÇÃO IMEDIATA!

    Abraços
    João Pinto

    ResponderEliminar
  2. Os maquinistas da CP depois das notícias sobre os seus vencimentos deixaram de ter razão de existir... eu por metade do vencimento que estes artistas auferem faço o mesmo trabalho e não refilo, e como eu uma larga maioria da população que tem hoje trabalhos stressantes que começam de manhã e acabam à noite, em casa, agarrados a papeis e computadores, enquanto espreitam os filhos pelo canto do olho, para no fim do mês verem pingar na conta esmolas quando comparados com os ordenados destes senhores. É óbvio que ele eles se estão nas tintas para o povo porque simplesmente já não pertencerem ao povo, em pt os maquinistas são da burguesia... e muitos nem ler sabem.

    ResponderEliminar
  3. Os trabalhadores da CP dispõem de 195 itens que contribuem para ‘engordar’ a sua remuneração. Aos salários dos maquinistas grevistas , por exemplo, junta-se abonos de produção, subsídios fiscais, ajudas de custo e subsídio de agente único . Só por se apresentar ao trabalho, cada maquinista recebe mais de seis euros por dia, devido ao subsídio de assiduidade. Apenas em subsídios de condução, a CP gasta cerca de quatro milhões de euros, aos quais se juntam 2,4 milhões de euros em prémios de condução e 3,3 milhões de euros noutros prémios . Tudo isto é pago pelo contribuinte, pois não há venda de bilhetes e de passes que chegue mesmo que sejam caríssimos.
    "Há maquinistas que ganham 50 mil euros. Os trabalhadores da CP - que hoje estão mais uma vez em greve, nomeadamente, contra os cortes salariais -, têm vencimentos anuais muito acima da média portuguesa”, escreve um jornal . De acordo com a folha salarial da CP, que li no Jornal Sol, “um inspector-chefe de tracção recebe 52,3 mil euros, há maquinistas com salários superiores a 40 mil euros e operadores de revisão e venda com remunerações que ultrapassam os 30 mil euros por ano".
    Concluindo, têm regalias até dizer basta: 300 horas/ano de viagens para a parentela toda, folgas e mais folgas, dormida em hotéis bem jeitosos, subsídio de assiduidade de 6 euros/dia (este é de bradar aos céus ) e queixam-se a toda a hora. Imagine-se que agora estão a fazer greve pq foram feitos processos disciplinares a quem não cumpriu serviços mínimos na greve anterior. E se os médicos ou enfermeiros não cumprissem serviços mínimos? E se os coveiros tb os não cumprissem? Isto é uma vergonha! Estão-se nas tintas para os utentes e convocam logo a greve para dias como estes. Hão-de esticar tanto a corda que qualquer dia têm aí à porta os chineses (que também são comunistas) para ver o que é bom.
    Eu sou defensor das greves. Aderi à Greve Geral porque é preciso lutar pelos nossos direitos. Mas estas greves são demais. Não fazem sentido, não é uma greve fundamentada. Já basta de palhaçada. Juro, se fosse PM, uma das coisas que fazia era despedir esta gente toda. O país iria compreender. Porque isto já é demais!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário