Em Reportagem: Onda de insegurança cresce

Assaltos em série no Distrito

Esta foi uma semana de “horrores”, no distrito. Assaltos, muitas vezes com recurso a violência, espalharam-se pelo distrito. Casas, cafés, casas de alterne e carjaking engrossam o número de assaltos e aumenta a certeza de insegurança. Na maior parte das vezes, relatam as testemunhas, há um sotaque brasileiro o que pode confirmar de que se trata do mesmo grupo. As polícias investigam mas, até agora, sem grande resultado. E mesmo quando apanham os criminosos, o tribunal acaba por os mandar embora, pouco depois.

Roubos por carjacking está a aumentar

Não é novo, mas os portugueses confiam cada vez menos nas autoridades de segurança e confiam ainda menos nos tribunais. Os assaltos são mais frequentes, a violência cada vez maior e há pouca autoridade na rua. Esta semana, no distrito, aumentaram os crimes com recurso a violência. Vamos a factos reais.  
No sábado passado, pouco passava das onze da noite, uma mulher foi vítima de roubo da viatura pelo método de "carjacking" na zona de Azeitão, concelho de Setúbal. As autoridades estão ainda a investigar o caso e, apesar do crime estar "sob investigação", sabe-se que o agressor terá sido um homem com uma faca.
Poucos dias depois, numa rua ao lado, foi um homem a vítima escolhida para mais um roubo semelhante. De acordo com fonte policial, “dois homens encapuzados, ameaçaram o proprietário do Seat Leon com uma arma de fogo para levaram o carro”. A polícia não coloca de parte que num e noutro roubo tenham sido feitos pelo mesmo grupo. A Polícia Judiciária está a investigar o caso. 



Assaltos no concelho de Palmela 


Recurso a armas de fogo cada vez mais frequente 
Em Aires, no concelho de Palmela, o susto foi ainda maior. Três homens, com uma arma de fogo em punho, assaltaram na noite de quarta-feira, um café, onde no interior estavam apenas o casal de proprietários, que acabou por ficar sem dinheiro, tabaco e até um computador portátil.
Tudo terá acontecido pelas 21h30, quando os assaltantes, encapuzados e a falar com sotaque brasileiro, entraram no interior do espaço e anunciaram o roubo às vítimas, com cerca de 40 anos. Armados com uma pistola, os ladrões facilmente dominaram as vítimas, que não tiveram qualquer reacção. Num ataque que durou menos de cinco minutos, os ladrões acabaram por roubar vários documentos, uma quantia não apurada de dinheiro, um computador portátil, bem como uma caixa cheia de maços de tabaco. Colocaram-se em fuga num carro e a GNR tomou conta da ocorrência. Ainda andam a monte.
Ainda no concelho de Palmela, quatro homens encapuzados e armados com pistolas assaltaram ontem ao início da noite uma moradia na Lagoinha. Em casa estava um casal, de 60 anos, com uma neta, de 10 anos. Os ladrões manietaram os adultos e reviraram toda a casa. O valor do ouro e dinheiro roubados não foi divulgado. Ficou o susto e o medo. As autoridades continuam a investigar.


Pânico na casa de alterne, no Montijo
Bar de Alterne, no concelho de Montijo, viveu minutos de terror 

Três mulheres, três clientes e o proprietário de uma casa de alterne passaram por momentos de terror, na noite de quarta-feira, num assalto em Canha, junto ao cruzamento de Pegões, no concelho de Montijo, onde estiveram sequestrados e foram roubados com violência.
Os cinco assaltantes, também de sotaque brasileiro, segundo as testemunhas, e fortemente armados, acabaram por fugir com todos os bens pessoais das vítimas, bem como dinheiro e artigos comercializados na casa.
Tudo aconteceu ao final da tarde, pelas 19h30, quando os cinco homens irromperam à força pelo Tugas Bar. De imediato exibiram as duas caçadeiras e um revólver com que estavam armados, usando a força para intimidar os três clientes, três funcionárias e também o proprietário daquele espaço. Algumas das vítimas, que mostraram uma maior resistência, foram mesmo alvo de agressões por parte do gang armado, tendo uma delas levado uma coronhada na zona da cabeça.
Depois de manietados num cenário de terror, os clientes, funcionárias e proprietário do espaço foram conduzidos à força até à zona da cozinha da casa de alterne, onde ficaram fechados sob a vigilância de alguns dos ladrões, enquanto os restantes revistaram todo o espaço. No final apoderaram-se de dinheiro, bebidas e bens.
Insatisfeitos com o produto do roubo, os assaltantes decidiram ainda revistar todas as vítimas, despojando-as de todos os seus pertences, desde carteiras, dinheiro, telemóveis, relógios e artigos de ouro.
Pouco antes da fuga, os cinco ladrões avisaram as sete pessoas para não saírem dali, o que lhes deu tempo para abandonarem o espaço e fugirem, ao que tudo indica numa viatura ligeira, tomando a direcção de Vila Franca de Xira. A GNR esteve no local e a Polícia Judiciária de Setúbal, uma vez que foram usadas armas de fogo, investiga o caso e procura o gang armado. Até agora, nada!

Medo em Almada
Assaltos continuam sob investigação policial 

Em Almada, mais do mesmo. Em pânico ao ver três assaltantes armados invadirem o minimercado onde se encontrava, um homem fugiu do estabelecimento comercial situado na Marisol, em Almada. O gang perseguiu-o, obrigou-o a ajoelhar-se e, com uma faca encostada ao pescoço, a vítima entregou todos os bens.
João Silva é dono do minimercado Gejota, na Marisol. "O ataque ocorreu pelas 18h00 de segunda-feira, quando no interior estavam uma funcionária minha e um cliente", explica o comerciante. Os três ladrões atacaram com a cara coberta por capuzes de sobretudos. Dois traziam pistolas e outro uma faca. "Roubaram centenas de euros da caixa registadora. Foi todo o dinheiro do dia", acrescenta João Silva.
O único cliente que estava no minimercado na altura foi também roubado. Apesar da fuga, foi interceptado e levaram-lhe a carteira. A PJ está ainda a investigar.


Idosos sequestrados e roubados em Setúbal  

Aos 81 anos, Mário Agostinho não queria acreditar quando, ao final da tarde de sábado, dois homens com sotaque brasileiro, cada um empunhando uma arma de fogo, lhe entraram no minimercado e anunciaram o assalto, na localidade de Pontes, Setúbal. Mário Agostinho, que se encontrava apenas acompanhado da mulher, foi obrigado, apesar da idade, a deitar-se no chão. Os ladrões acabaram por fugir minutos depois com dinheiro e vários maços de tabaco.
Os últimos clientes já tinham saído do minimercado – anexo à residência dos proprietários – quando, pelas 18h40, os ladrões agiram. Terão esperado que as vítimas, ele de 81 e ela de 72 anos, ficassem sozinhas.
Encapuzados e cada um com uma pistola, os ladrões entraram em passo acelerado, dirigindo-se de imediato para a zona onde estava a caixa registadora. Mário Agostinho foi obrigado a deitar-se, ao mesmo tempo que pedia para não lhes fazerem mal.
Antes de fugirem, em direcção a Águas de Moura, os ladrões tiveram ainda tempo para levar uma caixa com vários maços de tabaco. Há cerca de dois anos, o mesmo local foi alvo de um assalto por intermédio de um homem armado. A GNR esteve no local e a PJ de Setúbal investiga o roubo. Ainda sem resultado.


Prisão ilegal?

Trabalho das polícias é cada vez mais difícil 

Depois quando há detenções, depressa o tribunal os coloca, de novo, na rua. Foi o que se passou em Setúbal. ‘Charroco’, alcunha do homem que ao princípio da tarde de sábado foi baleado numa nádega por agentes da PSP de Setúbal depois de ter tentado atropelar dois deles, foi posto em liberdade, por prisão ilegal.
Detido pelas 12h30 de 10 de Dezembro, ‘Charroco’ foi assistido no Hospital de Setúbal e ficou detido na prisão da PSP. Segunda-feira, o Ministério Público decidiu que o detido deveria ser julgado sumariamente pelos crimes de resistência à autoridade, condução sem carta, injúrias e difamação agravada. No entanto, pelas 13h00 do mesmo dia, ‘Charroco’ foi libertado por se encontrar preso há mais de 48 horas. O arguido continua assim em liberdade condicional.


GNR apanha assaltante de banco

Já hoje, no distrito de Santarém, um homem assaltou à mão armada um banco no centro de Samora Correia, Benavente, mas foi detido pela GNR, que o perseguiu e conseguiu deter quando tentava escapar com uma mochila cheia de dinheiro.
"Por volta das 11h30, um homem na casa dos 40 anos, com gorro e armado com uma caçadeira, entrou no Millennium, efectuou um disparo para o ar e concretizou o assalto. Quando ia a sair com a mochila, uma patrulha da GNR, que estava a passar no local, foi alertada pelos clientes e pessoal do banco", explicou fonte policial.  
Segundo a mesma fonte, a patrulha da GNR "encetou uma perseguição e deteve o indivíduo que fugia a pé em direcção a uma viatura, situada a cerca de 200 metros do banco". No percurso, "ainda enfrentou os militares com a arma mas não efectuou mais qualquer disparo", possivelmente "porque a mesma terá encravado".  
Depois de detido, o homem foi levado para o posto da GNR de Samora Correia, onde ainda se encontra. Como o caso envolveu uma arma, as investigações passam para a alçada da Polícia Judiciária, que já se encontra no local. 



Paulo Jorge Oliveira 

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