Em Reportagem: Comunistas querem "verdade" sobre locais em estudo

PCP quer conhecer operações de voos low-cost em Beja

A possível adaptação de uma das Bases Aéreas, Sintra, Montijo ou Alverca, para transferência das companhias low-cost, ignorando o aeroporto de Beja, levou o PCP, através de João Ramos, a questionar o Ministério da Economia e do Emprego. Isto porque o Governo já disse a infra-estrutura alentejana não era “interessante” e, agora, diz que é “uma proposta em estudo”. Os comunistas – e o país – querem saber se, de facto, quais as soluções em estudo.

Comunistas defendem estudo do aeroporto de  Beja 




O Ministério da Economia e do Emprego foi questionado pelo deputado do PCP eleito por Beja, João Ramos, sobre a possibilidade de o Governo estar a estudar a adaptação de uma das Bases Aéreas para transferir as companhias low-cost.  
Num programa de debate televisivo, na RTP, o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, acrescentou à lista das três bases aéreas o aeroporto de Beja. No entanto, o mesmo secretário de estado em Outubro, disse que o novo aeroporto de Beja não foi considerado interessante "porque, sublinho, estamos preocupados com a racionalidade do investimento. Por isso estamos a analisar bases da Força Aérea e da Nato. Temos a opção de juntar o tráfego civil e militar”, referiu na altura.
João Ramos diz que “numa altura em que se diz não haver dinheiro para investimentos públicos”, a “opção” pela adaptação de uma daquelas três bases é “estranha”, porque existe o aeroporto de Beja, “já construído, a operar e que resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, de Beja”, disse.
De acordo com João Ramos, o aeroporto de Beja, através das melhorias das ligações rodoviárias e ferroviárias, “ficaria a uma distância de Lisboa semelhante à que existe entre outros aeroportos e capitais de países da Europa”. Desta forma, o deputado quer saber se o Governo “confirma que o aeroporto de Beja está a ser equacionado como alternativa” para receber companhias de baixo custo e se “já estão definidos os critérios que presidirão à escolha da alternativa”, questiona o deputado comunista.

Aeroporto de Beja custou 33 milhões
João Ramos questionou Governo


Recorde-se que o aeroporto de Beja custou aos cofres do Estado Português 33 milhões de euros e recebe cerca de mil passageiros por ano. De acordo com os números da ANA, dificilmente o número de voos realizados naquele aeroporto “chegarão para pagar sequer os custos de manutenção, 350 mil euros por ano”.  
Ainda não há datas para se avançar com uma decisão do estudo, contudo admite-se que esta possa ser tomada até Abril de 2012, altura em que a easyJet abrirá a sua base no aeroporto da Portela. No entanto, “o investimento será realizado apenas no ambiente de privatização da ANA”, diz Sérgio Monteiro.
No memorando assinado no final de Outubro com a EasyJet já está prevista a transferência da “low cost” para a nova infra-estrutura aeroportuária que será coordenada com a Portela, assim que possível. 
As bases aéreas de Sintra, Alverca e Montijo são os locais em estudo. E também já é publico que a autarquia de Montijo é contra a utilização da Base Área local e defende a construção de raiz de um novo aeroporto, no Campo de Tiro de Alcochete e a autarquia de Sintra diz-se de “braços abertos” para receber a solução que, em 2007, foi chamada de Portela+1 e que foi “rejeitada” pelo Governo de José Sócrates.

Paulo Jorge Oliveira  

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