Em Reportagem: Bombeiros de Lisboa iniciaram protesto

Bombeiros em greve, em Lisboa 

Os bombeiros Sapadores de Lisboa iniciaram esta noite uma greve de dez dias contra alterações aos horários de trabalho e apenas responderão a serviços mínimos que envolvam o salvamento de pessoas, como fogos ou desencarceramentos. Os bombeiros protestam contra a criação de um quinto turno de serviço, além dos quatro que actualmente existem, pela Câmara de Lisboa. A 4 de Janeiro será a vez dos Voluntários das corporizações de Amadora e Sintra suspenderem o transporte de doentes até que a Administração Regional de Saúde lhes pague.

Sapadores de Lisboa só vão trabalhar em casos urgentes até 8 de Janeiro 


Os bombeiros Sapadores de Lisboa iniciam hoje uma greve de dez dias contra alterações aos horários de trabalho e apenas responderão a serviços mínimos que envolvam o salvamento de pessoas, como fogos ou desencarceramentos.
Os bombeiros protestam contra a criação de um quinto turno de serviço, além dos quatro que actualmente existem, pela Câmara de Lisboa. A greve tem início às 20h de hoje e decorre até às 24h de 8 de Janeiro.
António Pascoal, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), realçou que "o aumento de um turno de serviço sem a entrada de novos elementos vai trazer uma redução de 25% nos turnos existentes, o que pode por em causa a segurança dos bombeiros e da população.
"Em média, neste momento temos 120 homens em cada serviço. Com as alterações, passam a ser 90, porque os outros 30 são necessários para criar o quinto turno. Vamos ter menos pessoal a trabalhar, vamos ter menos capacidade operacional e vamos ter de deixar de fazer muitos dos serviços que são feitos agora pelos sapadores bombeiros", afirmou.

Pequenos socorros não poderão ser realizados

O sindicalista exemplifica que se os dois fogos que ocorreram na sexta-feira e na madrugada de domingo, em Lisboa, acontecessem no mesmo dia, com a redução de pessoal para criar o quinto turno, os bombeiros não teriam capacidade para combater os dois incêndios ao mesmo tempo.
"Também não vamos ter capacidade de realizar o chamado pequeno socorro: fechar águas, abrir portas. E, mesmo os mais importantes, não sabemos se os conseguiremos fazer ou não, porque acontece que, às vezes, existem várias ocorrências ao mesmo tempo e poderemos não ter capacidade", referiu.
Quanto aos serviços mínimos durante a greve, já acordados com a Câmara, apenas será efectuado "tudo o que mete em risco iminente a vida humana", como fogos ou desencarceramentos, revelou António Pascoal.
De fora destes serviços mínimos ficam, por exemplo, a limpeza de óleo na estrada, abrir fechaduras ou desligar águas.

Bombeiros de Sintra e Amadora suspendem transporte de doentes dia 4 de Janeiro

As dez corporações de bombeiros de Sintra e Amadora anunciaram ontem a suspensão, a partir de 04 de Janeiro, do serviço de transporte de doentes não urgentes contratado pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
As direcções das nove corporações de Sintra e a da Amadora estiveram reunidas ontem à tarde e deliberaram “por unanimidade” suspender este serviço até que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) “altere procedimentos” de pagamentos, disse o presidente da direcção da associação de bombeiros de Agualva-Cacém, Luís Silva.
As corporações alegam que o novo Sistema de Gestão Transportes de Doentes da ARSLVT, que instituiu novas regras no pagamento desses transportes, retirou aos bombeiros a sua “mais importante receita”, uma vez que provocou quebras de 70 por cento de facturação.


Agência de Notícias

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