Trabalhadores tentam impedir despedimentos em Palmela

Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa reuniram com o Governo

A Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa saiu de uma reunião, no final da semana passada, no Ministério da Economia a acreditar que serão mantidos os 300 postos de trabalho que estavam em risco em diversas empresas. "Saímos satisfeitos da reunião. Foi uma reunião positiva. Aquilo que nos transmitiram é que há articulação entre o Ministério do Trabalho e o Ministério da Economia, que têm vindo a desenvolver esforços para encontrar soluções para estes trabalhadores", disse à Lusa Daniel Bernardino, da Coordenadora das Comissões de Trabalhadores, após uma reunião com o adjunto do Ministro da Economia e um representante do Ministério do Trabalho.
Corte de turno na Autoeuropa preocupa trabalhadores do parque 

"As coisas estão bem encaminhadas, para estas pessoas irem para formação e haver um compromisso das empresas para ficarem com estes trabalhadores daqui a dez ou doze meses", acrescentou o dirigente.
Daniel Bernardino lembrou que algumas empresas tinham manifestado a intenção de prescindirem de alguns trabalhadores devido à quebra de produção na fábrica de automóveis de Palmela, mas os representantes dos trabalhadores de 13 empresas do Parque Industrial acreditam na possibilidade de uma solução, que passa pela formação profissional, como revindicavam os próprios trabalhadores.
A fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, vai reduzir o período laboral de dois para apenas um turno a partir de setembro, mas conseguiu encontrar soluções, incluindo planos de formação, que evitam os despedimentos até ao início da produção do novo modelo atribuído à unidade.
Os trabalhadores das empresas fornecedoras da Autoeuropa, que exercem a atividade no Parque Industrial, poderão agora vir a beneficiar de soluções semelhantes, desde que haja entendimento das empresas com o Ministério da Economia e o Ministério do Trabalho.
Caso se confirmem as referidas ações de formação profissional, as empresas terão de assegurar a manutenção dos postos de trabalho até meados do próximo ano, altura em que a fábrica da Autoeuropa de Palmela deverá iniciar a produção de um novo automóvel na fábrica de Palmela.
A Coordenadora das Comissões de Trabalhadores acredita que a esperança também poderá renascer ainda hoje para os trabalhadores das empresas Acciona e da Logister, que esta quinta-feira iniciam uma greve por tempo indeterminado pela defesa do emprego e de todos os postos trabalho.
Os trabalhadores da Acciona e da Logister receiam pelo futuro, uma vez que a Autoeuropa entregou o serviço que era efetuado pelas duas empresas à DHL, mas a Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial acredita que ainda poderá haver um acordo positivo.
 
Ministro diz-se atento e confiante na expansão de produção na Autoeuropa
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, está a acompanhar a evolução da situação da Autoeuropa, cuja produção de um novo modelo no próximo ano vai permitir uma “expansão da produção” e do “emprego indirecto” dos fornecedores em Portugal. Na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, em resposta a uma questão do deputado comunista Bruno Dias, relativamente aos receios dos trabalhadores das empresas fornecedoras da Autoeuropa, o governante afirmou: “Temo-nos reunido com a Autoeuropa, é algo que temos que estar atentos neste ano de transição”.
No entanto, “o que vem desse lado [Autoeuropa] é uma boa notícia, vêm novos modelos, vem expansão da produção, será expansão do emprego, também, indirecto do fornecedor português”, acrescentou. “O que temos de garantir é que nessa transição há formação profissional, [em que haverá] um ajustamento, não há perda de empresas ou de emprego”, afirmou.
A partir do próximo mês de Setembro, a fábrica de automóveis da Autoeuropa vai passar de dois para apenas um turno de produção, situação que se poderá prolongar até ao início de produção de um novo modelo, prevista para meados de 2017. No início de Julho, o PCP tinha acusado a Autoeuropa de promover uma “política de garrote” sobre as empresas do parque industrial, lançando concursos para fornecedores em que as empresas vencedoras são as que pagam salários mais baixos. Além disso, também a coordenadora das Comissões de Trabalhadores disse que havia cerca de 300 trabalhadores de empresas do Parque Industrial em risco de perder o emprego devido à quebra de produção da Autoeuropa.

Agência de Notícias
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