Santiago do Cacém acolhe Centro UNESCO

Centro vai gerir a arquitetura e a arte religiosas do Alentejo 

O Centro UNESCO para a Arquitetura e Arte Religiosas vai ser criado na cidade de Santiago do Cacém com a assinatura de um protocolo de cooperação entre a Comissão Nacional da UNESCO, a Câmara de Santiago do Cacém e diversas instituições. O futuro Centro UNESCO tem como objetivo disseminar boas práticas na conservação do património religioso e torná-las acessíveis a todos.“Trata-se de um ponto de documentação na medida em que os centros UNESCO estão disponíveis para realizar tarefas como a disseminação da informação técnica e cientifica visto que, hoje em dia, em Portugal destrói-se muito património religioso porque as pessoas não sabem como atuar”, explica José António Falcão, diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. Os parceiros propõem-se “limpar e consolidar” o interior da capela de São Jorge e da casa de Chá do antigo Palacete dos Condes de Avillez, na Tapada do Castelo da cidade alentejana, onde passará a funcionar o secretariado, para apoio técnico e cientifico ao centro. 
Capela de São Jorge irá receber Centro da Unesco 

A Capela de São Jorge e a Casa de Chá da Tapada do Castelo, em Santiago do Cacém, vão albergar o primeiro Centro UNESCO em Portugal destinado à salvaguarda e valorização do património cultural religioso. O protocolo para a criação do espaço já foi assinado na semana passada. 
Os edifícios para o Centro UNESCO para a Arquitetura e a Arte Religiosas foram cedidos pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém e o protocolo foi assinado pela Comissão Nacional Portuguesa da UNESCO, pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, pela Pedra Angular – Associação dos Amigos do Património da Diocese de Beja e pela Real Sociedade Arqueológica Lusitana.
Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de Santiago do Cacém, reconhece “uma importância muito grande” na criação deste Centro. “Termos a chancela da UNESCO em Santiago do Cacém é motivo de orgulho. Esta é uma parceria entre várias entidades, onde a autarquia também se integra, embora não seja subscritora do protocolo, mas disponibilizou os edifícios para sediar o Centro. É o reflexo também da longa parceria que nós temos tido com Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja”.
Álvaro Beijinha ressalva a “disponibilidade total para abraçar este projeto” manifestada pela autarquia “desde a primeira hora”. Para que a implementação do Centro se efetive, ainda há trabalho a fazer, nomeadamente “na recuperação da Casa de Chá e da Capela de São Jorge, que foram intervencionadas pela Câmara há uns anos atrás. Contudo, na altura, não foi possível a recuperação dos seus interiores e hoje, com este projeto, também temos essa mais-valia. São edifícios que representam um momento histórico importante em Santiago do Cacém, no início do século XX. Estamos também, desta forma, a contribuir para a valorização desse património”, destaca o autarca.

Cartografia da cultura da paz e da defesa da identidade
José António Falcão, Diretor do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, destaca o pioneirismo do Centro.“É a primeira vez que se cria, no nosso país, um Centro UNESCO especificamente destinado à salvaguarda e valorização do património cultural religioso. A arquitetura e a arte religiosas vão ser o grande objetivo deste Centro, que visa, sobretudo, a disseminação de boas práticas e também a partilha da própria experiência que o Alentejo tem vindo a realizar neste domínio da proteção, da conservação e da promoção das suas igrejas históricas, mas também de outros patrimónios de caráter religioso”.
A escolha de Santiago do Cacém para a localização do Centro prende-se com o facto de ser “uma das terras que tem vindo a colaborar há mais tempo com o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. É um trabalho consolidado. Além disso, sendo a Diocese de Beja uma diocese que toca dois distritos – Beja e a zona sul de Setúbal – pareceu-nos que fazia todo o sentido que este Centro UNESCO pudesse estabelecer-se aqui”, sublinha José António Falcão.
A representação da Comissão Nacional da UNESCO no protocolo esteve a cargo do Ministro plenipotenciário Jorge Lobo de Mesquita. O responsável destaca “o empenho das entidades em criar um organismo que polarize, mobilize e dinamize a reabilitação de património, que tem uma grande ocupação neste espaço. É necessário concentrar recursos e saberes para esta salvaguarda e colocar Santiago do Cacém numa cartografia da cultura da paz e da defesa da identidade, com um projeto que ligue o passado e o futuro”.

Agência de Notícias
Leia outras notícias do dia em 

Comentários