Grupo escravizava pessoas em Setúbal apanhado pela PJ

Rede de trafico humano desfeito por Polícia Judiciária 

Um grupo violento sequestrou à força ou aliciou com comida e local onde dormir, pessoas que viviam na rua, no centro da cidade de Setúbal, e colocou-os a realizar trabalhos forçados nos campos, construção civil e em feiras. Um homem e duas mulheres foram agora detidos pela PJ de Setúbal. Um dos homens ficou a aguardar julgamento na cadeia.
PJ de Setúbal desmantela grupo que escravizava sem abrigo  

A Policia Judiciária já identificou quatro alegadas vítimas: uma que se libertou há um ano e três que foram agora soltas pelos inspetores de um contentor de chapa fechado pelo exterior. Segundo escreveu o jornal Correio da Manhã, as três vítimas agora libertadas - e já entregues a um centro de acolhimento e proteção de vítimas de tráfico de seres humanos - eram escravizadas há três, dois e um ano.
Uma foi agredida com um pé de cabra. Ficou com uma lesão de tal forma grave que tem uma placa de titânio no lugar do osso. Outro sofreu afundamento dos ossos da face.
A PJ de Setúbal investigava o caso desde Junho do ano passado. Mas o grupo atuava há pelo menos três anos. As vítimas eram estudadas - teriam de ser pessoas em pobreza extrema e sem família que pudesse denunciar o desaparecimento - e apanhada na cidade de Setúbal.
Depois, eram colocadas em armazéns em Setúbal ou num contentor da Lourinhã. Não tinham água, gás ou eletricidade. Alimentavam-se dos restos de comida que os criminosos deixavam. As vítimas eram trancadas e só saíam para a apanha da batata ou fruta ou trabalhar como carpinteiros ou pedreiros, sem horário ou pagamento. Segundo a investigação, eram sempre vigiadas e impedidas de falar. Eram agredidas com violência e ameaçadas de morte.
Os detidos [um homem e duas  mulheres] foram na semana passada presentes a primeiro interrogatório judicial, mas só o arguido do sexo masculino ficou em prisão preventiva. Para as duas mulheres foram decretadas as medidas de coacção de apresentações bissemanais e proibição de contactos entre si e com os restantes intervenientes processuais.

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