Tribunal de Setúbal condena "burlona do amor" a 12 anos

Ganhou um milhão a burlar empresários, bancários, um polícia e até a mulher-a-dias 

Elisabeth Saraiva, a mulher que ficou conhecida como a 'burlona do amor', foi condenada a 12 anos e quatro meses de prisão pelo Tribunal de Setúbal, por ter lesado nove homens em mais de um milhão de euros. O pai, Angelino Saraiva, julgado por cumplicidade, leva uma pena de três anos e dois meses de cadeia. O Ministério Público tinha pedido a condenação da mulher e a absolvição do pai. Elisabeth, estava a viver no Algarve, mas esteve presente nas duas últimas sessões. As vítimas testemunharam perante o coletivo de juízes logo na primeira sessão.
Mulher estava acusada de burlas no valor de um milhão de euros

Nem a empregada de limpeza escapou aos esquemas de Elisabeth Saraiva, que ficou conhecida como "burlona do amor", tendo perdido 20 mil euros. Foi convencida por Elisabeth a entregar-lhe o dinheiro que tinha amealhado ao longo da vida com a garantia de que estaria a dar uma entrada para a compra da casa. A mulher-a-dias seria apenas uma das nove vítimas das burlas qualificadas de Elisabeth Saraiva, entre 2001 e 2012, que renderam mais de um milhão de euros, mas que terminaram com a sua condenação a 12 anos e quatro meses de prisão efetiva pelo tribunal de Setúbal. Angelino Saraiva, o seu pai, também arguido por cumplicidade com a filha, apanhou três anos de pena suspensa.
Elisabeth, 47 anos, e o pai, de 80, faltaram a leitura do acórdão, alegando problemas de doenças, o que contribuiu para que o Ministério Público tenha pedido a prisão domiciliária com vigilância eletrónica enquanto o processo não transitar em julgado, considerando haver risco da continuação da atividade criminosa ou perigo de fuga, já que Elisabeth nasceu na África do Sul e terá facilidade em se movimentar naquele país. O MP reclama ainda passaporte da arguida, que dizia às vítimas ser credora de 15 milhões de euros do governo da África do Sul, que iriam ser pagos em breve por patentes de invenções da autoria do seu pai.
O advogado de defesa limitou-se a dizer que ia analisar o acórdão para decidir sobre um eventual recurso, enquanto os poucos queixosos que marcaram presença no tribunal mostraram satisfação pela condenação em cúmulo jurídico, lamentando não haver forma de serem ressarcidos do prejuízo, uma vez que Elisabeth não tem bens suscetíveis de penhora.

A mulher que "roubou" um milhão de euros 
Uma mulher bonita, sedutora, bem-falante e, sobretudo, demonstrando uma atitude convincente e de segurança quando o tema de conversa era negócios, burlou empresários, bancários, uma mulher-a-dias e, até um polícia.
Segundo o Diário de Notícias a mulher tem atribuitos suficientes para convencer nove homens com quem terá tido relacionamentos amorosos. No total, levados ao engano, os homens deram-lhe mais de um milhão de euros durante 11 anos.
"Depois de seduzir os homens, falsificava documentos de títulos de propriedade pedindo às vítimas que sinalizassem os negócios com verbas sempre avultadas propondo bons negócio", conta o diário. 
A arguida era acusada de nove burlas, quinze falsificações e ainda dois furtos, mas o Coletivo de Juízes deixou cair a maioria das falsificações, onde assinava declarações de dívida com reconhecimento notarial para credibilizar o recebimento das verbas avultadas que eram pagas pelas vítimas a quem garantia ser a proprietária de terrenos que estaria disponível para vender a preços bastante aliciantes. Ficou-se pela falsificação de uma assinatura num cheque.
Apesar de ter ficado conhecida como "burlona do amor", o tribunal considerou que Elisabeth apenas se envolveu com um dos nove queixosos.

Agência de Notícias

  

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