Barreiro, Seixal e Almada mostram-se aos brasileiros

Terrenos da Lisnave, Quimigal e Siderurgia Nacional estão a ser vendidos no estrangeiro

A Margem Sul vai ser Lisbon South Bay para estrangeiro ver, escreve o Dario de Notícias. Lisboa, Almada, Barreiro e Seixal juntaram-se para promoverem os seus concelhos a nível internacional e captar investimento para novos projetos imobiliários e industriais. Em Abril, começa o roadshow em quatro cidades do Brasil. Em Março, estiveram todos juntos a "vender a região" na maior feira do imobiliário da Europa, em França. Com acompanhamento da Invest Lisboa, empresa do município lisboeta e Câmara de Comércio e Indústria, a empresa pública Baía do Tejo levará às cidades brasileiras  de Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, o projecto elaborado para os municípios portugueses de Almada, Barreiro e Seixal. Alemanha, lá para o Outono, poderá ser a próxima paragem. 
A cidade da água está projetada para os terrenos da antiga Lisnave 

Lisboa bate recordes de turistas há três anos consecutivos, permite taxas de rentabilidade bem mais elevadas do que as grandes cidades europeias e oferece incentivos atrativos, como os vistos gold . Falta-lhe uma coisa: área disponível para instalar grandes projetos industriais. Nos concelhos ribeirinhos do Tejo, não falta espaço, o que falta é visibilidade. Os responsáveis de um lado e outro do Tejo juntaram dois mais dois e decidiram promover as duas regiões em conjunto, como uma marca. A Lisbon South Bay foi criada no ano passado pela Baía do Tejo, empresa do universo Parpública que gere os terrenos da Lisnave, em Almada, a Quimigal, no Barreiro, e da Siderurgia Nacional, no Seixal.
Estes espaços começam agora a ser apresentada no estrangeiro, com a ajuda da Invest Lisboa (empresa criada em parceria entre a Câmara de Lisboa e a Câmara de Comércio e Indústria) e com os municípios de Almada, Barreiro e Seixal. A primeira paragem foi na feira internacional de imobiliário MIPIM, em Cannes, no mês passado.
A campanha começa a ser feita depois de um trabalho de consolidação ao longo dos últimos três anos. "Passámos de um saldo negativo de cerca de 40 empresas, entre as que saíram e as que entraram nos parques empresariais, para um saldo positivo de cerca de 50 empresas no final de 2015. Há uma clara inversão estrutural, com tendência para se consolidar nos próximos tempos", aponta Jacinto Pereira, presidente da Baía do Tejo. Mas aquilo que foi conseguido, "mesmo em contraciclo", é só uma parte do que é necessário. "Para promovermos territórios a nível internacional, temos de ter escala, porque estamos a concorrer com grandes cidades europeias", diz. Em Lisboa, o problema é outro. "Já tivemos dificuldades quando indústrias queriam instalar-se cá. Não há espaço para isso", refere Rui Coelho, presidente da Invest Lisboa.

Imobiliário, lazer e indústria
Ao todo, há quase 900 hectares disponíveis para investimento. Em Almada, na zona onde ficava a Lisnave, está planeada a construção da Cidade da Água, um megaprojeto imobiliário com 63 hectares e um investimento previsto de 1,2 mil milhões de euros. O projeto prevê a construção de habitação e serviços, uma marina, um terminal multitransportes, hotéis, escritórios e áreas culturais e de lazer.
O parque do Barreiro, com 290 hectares, onde ficava a Quimigal (do grupo CUF), estará vocacionado para logística e serviços. O do Seixal, na zona da Siderurgia Nacional, tem 536 hectares disponíveis para receber indústria pesada.
Não há ainda uma meta para o investimento a captar, até porque os contactos ainda agora começaram a ser feitos e tudo dependerá da dimensão dos projetos que vierem para cá. O objetivo, explica a Câmara do Barreiro, passa por "requalificar aquelas áreas, urbana e ambientalmente, gerar postos de trabalho, criar riqueza, reestruturar e regenerar o centro da cidade e o concelho". No fundo, "gerar a dinâmica económica local e regional" necessária para "recentrar o papel do Barreiro como polo de desenvolvimento e emprego qualificado". Ao mesmo tempo, a parceria com Almada e Seixal vai servir para conseguir "complementaridade económica com os concelhos vizinhos".
Para já, há consultas "constantes" aos espaços disponíveis. "A mensagem que importa passar é que há capacidade para acolher qualquer tipo de projeto, seja de que dimensão for", sublinha Jacinto Pereira. Os contactos, acrescenta, vêm de vários pontos do globo. "Temos tido manifestações de interesse de Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Oriente. Temos até instalações de apoio a uma embaixada", explica o homem forte da Baía do Tejo.

Brasil recebe municípios este mês 
A próxima fase da promoção arranca este mês, com um roadshow por quatro cidades brasileiras: Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. "Serão apresentações abrangentes, para mostrar todas as valências da região de Lisboa. Vamos divulgar as vantagens que a região oferece para a instalação de empresas, nomeadamente de logística, indústria e de serviços, e para acolher startups, talentos", explica Rui Coelho.
A Expo Real, feira internacional de imobiliário que vai decorrer em Munique, na Alemanha, em Outubro, poderá ser a paragem seguinte para vender mais um pedaço dos concelhos do Barreiro, Almada e Seixal.

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