PS ganha eleições em Setúbal mas perde Portugal

PS venceu em Setúbal e tirou dois deputados à coligação PSD/CDS-PP

O PS venceu claramente as eleições legislativas no distrito de Setúbal, círculo que passou a eleger 18 mandatos, mais um do que os 17 de eleições anteriores. Os socialistas obtiveram 34,31 por cento, um resultado que permitiu aos socialistas eleger sete deputados, mais dois do que nas anteriores legislativas. PSD e CDS surgem em segundo lugar com 22,5 por cento e cinco assentos parlamentares conquistados. Trata-se de uma quebra face a 2011, ano em que o PSD elegeu cinco deputados e o CDS dois. A CDU que perdeu um pouco mais de três mil votos manteve, ainda assim, a terceira posição e voltou a assegurar a eleição de quatro deputados. Segue-se ainda o BE que obteve 13 por cento, alcançando dois mandatos, mais um do que há quatro anos. A abstenção foi de 41,6 por cento, ainda assim, média inferir aos 43 por cento a nível nacional.  A coligação Portugal à Frente ganhou as eleições legislativas, ficando com 104 deputados, à frente do PS que garantiu 85 mandatos. O Bloco de Esquerda ficou com 19 deputados, mais dois que a CDU. O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) foi o único dos "pequenos" a garantir presença no Parlamento. A abstenção atingiu um recorde.
PS foi o partido mais votado no distrito de Setúbal  

Se a nível nacional, a coligação Portugal à Frente conseguiu uma vitória minoritária, em Setúbal foi o Partido Socialista a fazer a festa. O PS, com 145 mil 302  votos, foi o vencedor das legislativas de 4 de Outubro no distrito de Setúbal, onde a Coligação Portugal à Frente (22,5 por cento) perdeu 60 mil votos, face aos resultados de PSD e CDS-PP em 2011. Com um aumento significativo da votação - mais 30 mil votos do que há quatro anos-, o PS foi um dos partidos que registou uma subida significativa no distrito, conseguindo a eleição de sete deputados, mais dois do que em 2011, a par do BE (13,5 por cento) que também obteve mais 25 mil votos e garantiu a eleição de dois deputados, mais um do que há quatro anos.
Fortemente penalizada pelo eleitorado do distrito de Setúbal, foi a Coligação Portugal à Frente (95 mil 659 votantes), que não foi além de cinco deputados eleitos, menos dois do que os sete (cinco do PSD e dois do CDS-PP) eleitos em 2011.
Ainda assim a "aliança à direita" foi a segunda mais votada no distrito, deslocado os comunistas para a terceira força mais votada do distrito. A CDU que jogava forte em terras de Setúbal não foi além dos 79 mil 606 votos, o que lhe garante quatro deputados, os mesmos que a coligação entre PCP e "Os Verdes" já tinham em 2011, ainda assim com menos três mil 210 votantes em relação à legislatura anterior. 
Em crescendo está ainda o O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) que ganhou quase mais dois mil votos. Ainda assim sem eleger a cabeça de lista do partido por Setúbal.  
O grande vencedor destas eleições continua a ser quem não vota. E no distrito de Setúbal não votaram 302 mil 549 pessoas. Ou seja, 41,6 por cento dos inscritos. Relativamente à abstenção, ainda que de forma ligeira, aumentou em nove concelhos do distrito: Alcochete, Grândola, Montijo, Palmela, Santiago do Cacém, Seixal, Sesimbra, Setúbal e Sines. A estes juntam-se sete mil 261 que foram as urnas mas não deixaram a cruz e seis mil 183 votos nulos. Números que poderiam representar um cenário bem diferente na Assembleia da República.
Falava-se antes das eleições da importâncias dos círculos eleitorais de Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Aveiro que elegem mais metade dos deputados. E se a norte (Porto, Braga e Aveiro) a coligação Portugal à Frente lutava para a maioria absoluta, em Lisboa e Setúbal ajudam a explicar a perda da maioria absoluta por parte do PSD/CDS. Em Lisboa, a coligação de direita perdeu sete mandatos em relação a 2011, passando de 25 para 18 deputados. Já o PS obtém 33,54 por cento assegurou mais quatro deputados do que nas últimas legislativas. BE duplicou na capital a votação e divide cinco deputados com os comunistas e o PAN entra nas contas e "rouba" um deputado à direita.
Em Setúbal, como já se explicou, o PS ganha dois à dupla Passos e Portas que ainda perde a eleição de outro parlamentar para o Bloco de Esquerda.
Consulte aqui os resultados eleitorais, concelho a concelho, do distrito de Setúbal.

PàF vence com maioria relativa 
Pedro Passos Coelho e Paulo Portas continuam a liderar Governo 
PSD e CDS ganham com o segundo pior resultado de sempre e o Parlamento está "pendurado", sem viabilidade governativa à vista. A coligação de Passos e Paulo venceu as legislativas. Costa perdeu. À esquerda do PS ganharam todos como é costume, mas desta vez só o BE pode mesmo cantar. E o PAN - a sensação da madrugada desta segunda-feira - entrou no Parlamento.
Estão fechados os resultados nas 3.092 freguesias portuguesas, faltando nesta altura apenas os resultados dos círculos Europa e fora da Europa, que elegem quatro deputados e só serão apurados dentro de dias.
Os partidos da coligação ganharam as eleições mas são os únicos a baixar face às legislativas de 2011. O PS, que falhou a vitória nestas legislativas, até reforça a bancada parlamentar. O Bloco de Esquerda é um dos vencedores da noite, mais do que duplicando o número de deputados. A CDU reforça em votação e elege 17 deputados.
A coligação Portugal à Frente, constituída pelo PSD e CDS, obteve 36,83 por cento dos votos nas eleições legislativas deste domingo. Um resultado que lhe permite eleger 99 deputados para a Assembleia da República. Somando os resultados do PSD na Madeira e Açores (1,51 por cento e 5 deputados), a coligação garante um total de 104 deputados e uma votação de 38,34 por cento. Fica assim distante da maioria absoluta (116 deputados).
Em 2011 o PSD e o CDS (que concorreram separados) conseguiram 50,3 por cento dos votos e 129 deputados. Ou 132 deputados considerando os 3 eleitos nos círculos Europa e Fora da Europa.
Em número de votos, a coligação conseguiu 2.060.186 votos (somando PaF e PSD Madeira e Açores) nestas eleições, abaixo dos 2.146.108 conquistados em 2011 pelo PSD sozinho. Somando aos 652.379 conquistados pelo CDS em 2011, os partidos da coligação perderam um total de 738.301 votos.

PS fica a 19 deputados da coligação apesar de ter ganho 12 mandatos
O PS foi um dos derrotados da noite, apesar de ter aumentado a votação face a 2011. O partido de António Costa obteve uma votação de 32,38 por cento, o que garantiu a eleição de 85 deputados. Uma subida de 12 mandatos face aos resultados de 2011 (73 mandatos), mas que ficou ainda assim muito longe dos números da coligação, com menos 19 deputados que o PSD e o CDS juntos.
Foram 1.740.300 os que votaram no PS nestas eleições, mais 182.050 do que em 2011. Contra os partidos da coligação, os socialistas receberam menos 320 mil votos.

Bloco de Esquerda mais do que duplica presença no Parlamento
Catarina Martins foi uma das grandes vencedoras da noite 
O partido de Catarina Martins foi um dos grandes vencedores da noite, conseguindo o melhor resultado de sempre. Conseguiu 10,22 por cento dos votos, o que corresponde a 19 mandatos. Em 2011 tinha obtido 5,19 por cento dos votos, o que lhe garantiu na altura oito deputados. Nas eleições de 2009 o Bloco de Esquerda, então liderado por Louça, conseguiu eleger 16 deputados.  Em termos de número de votos, o Bloco de Esquerda obteve 549.153, o que representa um aumento de 260.947 face a 2011.

CDU ganha mais um deputado mas passa para quarto
A CDU teve uma resultado misto. Até ganhou em termos de votos e de mandatos, mas foi superado pelo Bloco de Esquerda.  A coligação liderada por Jerónimo de Sousa obteve 8,27 por cento dos votos, garantindo a eleição de 17 deputados. Um resultado superior ao obtido em 2011 (7,94 por cento, 16 deputados).

PAN foi o único dos "pequenos" a eleger
Havia a expectativa de vários pequenos partidos conseguirem nestas eleições a eleição de deputados para a Assembleia da República, mas só o Pessoas Animais e Natureza (PAN) o conseguiu. Com um resultado nacional de 1,39 por cento, equivalente a 74.656 votos, foi no distrito de Lisboa que o PAN conseguiu eleger um deputado. Na capital obteve 22.583 votos, ou 1,97 por cento.
O Livre de Rui Tavares e Ana Drago, o PDR de Marinho e Pinto e o AGIR de Joana Amaral Dias, que muito queriam entrar no Parlamento, falharam a eleição de qualquer deputado.

Abstenção recorde
Os dados divulgados ao longo do dia faziam antever que a abstenção iria baixar nestas eleições, mas os números finais indicam que esta voltou a atingir recordes.
Dos 9.439.651 inscritos, votaram 5.374.363 portugueses, o que resulta numa taxa de participação de 56,93 por cento. Desta forma, a abstenção ficou nos 43,07 por cento, o que representa o valor mais elevado de sempre numas eleições legislativas em Portugal. Nas legislativas de 2011 a abstenção ficou nos 41,93 por cento, já acima dos níveis de 2009 (40,32 por cento). Nestas eleições, que garantiram a reeleição de Sócrates, a abstenção superou os 40 por cento pela primeira vez

Deputados eleitos por Setúbal
PS (7) 
Ana Catarina  Mendes
Eduardo  Cabrita
Eurídice Pereira
Paulo Trigo  Pereira
Catarina Marcelino da Silva
Ricardo Mourinho Félix
Inês de Saint-Maurice de Almeida

Coligação PSD/CDS-PP (5) 
Maria Luís de Albuquerque
Bruno Vitorino
Nuno Miguel Magalhães
Maria das Mercês Borges
Pedro do Ó  Ramos

CDU (4) 
Francisco Lopes
Paula Santos Barbosa
Heloísa  Apolónia
Bruno Dias

BE (2) 
Joana Rodrigues Mortágua
Sandra Mestre da Cunha

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