Barreiro e Seixal terão quatro terminais portuários

Governo escolheu Barreiro para instalar terminal de contentores 

O Governo anunciou que o Barreiro é a única localização em cima da mesa para a instalação do terminal de contentores, avançando agora a candidatura a fundos comunitários para a realização de estudos de impacte ambiental. "A única localização que continua a ser estudada é a do Barreiro, que foi a que reuniu consenso", declarou o secretário de Estado das Infraestruturas, adiantando que "se os estudos confirmarem as expectativas que existem, não haverá um euro de dinheiro público envolvido neste projeto". Em declarações aos jornalistas, Sérgio Monteiro avançou que se inicia agora a fase de estudos para o projeto de instalação do terminal de contentores no Barreiro, ficando pelo caminho a solução da Trafaria, em Almada. A opção por Setúbal nunca esteve em cima da mesa. O projeto do terminal de contentores do Barreiro permitirá ter operacionais quatro infraestruturas portuárias, sendo que a obra permitirá reativar o cais da Siderurgia Nacional, no Seixal. A autarquia do Barreiro exige uma decisão formal do Governo. 
Governo já escolheu o Barreiro para destino dos contentores 

A construção do terminal de contentores do Barreiro permitirá reativar o cais da Siderurgia Nacional, no Seixal,  escreve o jornal  Expresso. Ao todo, juntamente com os terminais da Tanquipor e da Atlanpor, esta zona sul do estuário do Tejo ficará com quatro infraestruturas portuárias operacionais.
No final da semana passada, o Governo anunciou que o Barreiro é a localização escolhida para construir o novo terminal de contentores do Tejo - inicialmente proposto para a Trafaria -, tendo agora sido candidatado aos fundos comunitários disponíveis para a realização de Estudos de Impacte Ambiental.
O futuro terminal será construído numa área gerida pela sociedade Baía do Tejo, presidida por Jacinto Guilherme Pereira, e fica ao lado dos parques industriais e logísticos do Barreiro (com cerca de 300 hectares) e do Seixal (com mais de 500 hectares).
O concurso público internacional para construção e gestão deste terminal não será lançado na atual legislatura, sendo um projeto que terá de ser conduzido pelo próximo Governo.
A sociedade Baía do Tejo considera que "a construção do Novo Terminal de Contentores de Lisboa terá um grande impacto no Parque Empresarial Baía do Tejo, no Barreiro, porque acreditamos que vai potenciar a procura e aumentar de forma significativa o número de empresas no parque, que atualmente já são 177", refere Jacinto Pereira.
"Acreditamos que este crescimento se verificará também no Parque do Seixal, mais vocacionado para empresas industriais de maiores dimensões, que, com a proximidade do novo terminal de contentores e com a prevista reativação do Cais da Siderurgia Nacional, vai, com certeza tornar-se mais competitivo", admite o responsável da Baía do Tejo.
A implantação deste equipamento no Barreiro irá permitir concretizar a missão da Baía do Tejo ao nível do reordenamento territorial e da requalificação ambiental de todos os territórios do Arco Ribeirinho Sul.
Neste processo estão envolvidos, através de um protocolo, Administração do Porto de Lisboa - APL, a autarquia do Barreiro, a Rede Ferroviária Nacional e as Estradas de Portugal.
O actual Governo avançou inicialmente apontando para a localização da Trafaria, mas face à oposição popular e da Câmara de Almada, decidiu rever a localização do projecto e reorientar o novo terminal de contentores do porto de Lisboa para o Barreiro. No entanto, como está no final da legislatura, o concurso só deverá estar concluído com um novo Executivo em funções.

Câmara do Barreiro exige decisão formal do Governo 
Infraestrutura vai mudar toda a zona do Barreiro e do Seixal 
Apesar do anuncio informal do Governo, a Câmara do Barreiro aprovou, por unanimidade, uma moção que defende que o Governo deve formalizar a opção do Barreiro para receber o novo terminal de contentores de Lisboa. "Solicitamos ao Governo que formalize a localização do novo terminal de contentores de Lisboa no Barreiro e que, no percurso natural deste processo, dê orientações para que sejam efectivados os procedimentos de concessão, tendo em vista a sua célere adjudicação, construção e entrada em funcionamento", refere a moção. O documento foi aprovado por unanimidade pelo executivo liderado por Carlos Humberto (CDU), recebendo os votos favoráveis da maioria CDU e também dos vereadores eleitos pelo PS e PSD.
"Deve assegurar a melhor articulação com o funcionamento da cidade, seja em matéria de qualificação ambiental e paisagística, seja em mobilidade e transportes, procurando garantir que se aposta na melhoria das acessibilidades intrarregionais não apenas para melhorar tempos de acesso, mas como aposta efectiva na geração de sinergias económicas entre territórios complementares como são a ex-Siderurgia e a ex-CUF", acrescenta o referido documento.
Esta moção da autarquia do Barreiro defende ainda que se deve aprofundar a articulação entre todos os envolvidos no projecto do novo terminal de contentores de Lisboa, de modo a concretizar a infra-estrutura.
O actual Governo avançou inicialmente apontando para a localização da Trafaria, mas face à oposição popular e da Câmara de Almada, decidiu rever a localização do projecto e reorientar o novo terminal de contentores do porto de Lisboa para o Barreiro. No entanto, como está no final da legislatura, o concurso só deverá estar concluído com um novo Executivo em funções.

PSD satisfeito com decisão
Já o deputado parlamentar do Partido Social-Democrata, eleito pelo círculo de Setúbal, considera que o anúncio da candidatura a fundos comunitários para a realização de estudos de impacte ambiental “demonstra que a decisão política foi tomada”, acrescentando que “está satisfeito com esta decisão”.
Bruno Vitorino defende que terminal de contentores do Barreiro pode ter um impacto bastante semelhante ao da CUF, que no início do século XX transformou o Barreiro na referência da indústria nacional. O social-democrata entende que esta decisão “vai permitir potenciar os territórios da Baía do Tejo”, onde se “incluem a antiga Siderurgia, no Seixal”, e a “antiga Quimiparque, no Barreiro”, tornando-se “uma âncora no desenvolvimento do projeto Arco Ribeirinho Sul”.
O deputado refere que esta “mudança de paradigma levada a cabo pelo atual Governo privilegia a captação de investimento e de empresas” e a “criação de emprego”, ao contrário do que “estava previsto pelo Partido Socialista (PS) que assentava na especulação imobiliária”.

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