Vantagens estratégicas do Porto de Setúbal em debate

Estudo diz que Porto de Setúbal é mais barato do que o Barreiro

O custo das dragagens necessárias para manter aberto o canal de acesso ao futuro terminal do Barreiro implica um acréscimo de custo da operação portuária superior a sete euros por tonelada de carga movimentada, tornando a operação no Porto de Setúbal bastante mais vantajosa. Esta é uma das conclusões do estudo que o Professor José Augusto Felício vai apresentar na conferência que a Comunidade Portuária de Setúbal realiza na manhã do dia 4 de Dezembro, no Fórum Luisa Todi, em Setúbal, na defesa da "candidatura" do Porto de Setúbal para receber o terminal de contentores de Lisboa que, quase todos, dão como certo no Barreiro. “Análise comparativa de serviços de contentores do Porto de Setúbal com o Porto de Lisboa” é o nome do estudo realizado e apresentado pelo académico, que é também presidente do Centro de Estudos de Gestão do ISEG.
Porto de Setúbal quer atrair contentores de Lisboa 

Outra das conclusões desta análise comparativa revela que o transporte de carga portuária para a margem norte do Tejo é mais rápido se for feito a partir de Setúbal do que a partir da Trafaria ou do Barreiro. A distância entre Setúbal e Lisboa, por via ferroviária e em matéria de movimentação de carga, é mais curta do que a distância entre Barreiro e Lisboa ou Trafaria e Lisboa. Acresce que o custo da operação de cargas no porto de Setúbal é mais baixo quer em relação ao Barreiro quer em relação à Trafaria.
Estas são algumas das vantagens estratégicas do Porto de Setúbal que a Comunidade Portuária de Setúbal quer mostrar ao país na conferência de amanhã, 4 de Dezembro, uma iniciativa que vai contar com a presença do Secretário de Estados dos Transportes e Comunicações. Sérgio Monteiro intervém na sessão de abertura dos trabalhos, que tem inicio às 10 horas.
Depois da sessão de abertura e da apresentação do estudo do Professor José Augusto Felício, segue-se um debate moderado por Ricardo Costa, diretor do jornal Expresso, que conta com a participação de José Eduardo Martins (ex-secretário de Estado do Ambiente do XV Governo Constitucional), Pedro Reis (ex-presidente do AICEP) e Tiago Pitta e Cunha (assessor da Presidência da República para os Assuntos do Mar).
Nesta mesa-redonda serão abordadas outras dimensões positivas para o porto sadino, nomeadamente o facto de, a partir de 2016, o Porto de Setúbal passar a ter capacidade para receber navios de maiores dimensões, uma vez que os trabalhos para aumentar a capacidade da barra para fundos de 14m estarão concluídos nesse ano.
Outro fator que se espera venha a beneficiar os portos portugueses, e também o Porto de Setúbal, é a conclusão do acordo de parceria transatlântica entre a União Europeia e os Estados Unidos da América, cujo objetivo é acabar com medidas protecionistas de forma a incrementar as trocas comerciais entre ambos os blocos económicos.
A Comunidade Portuária de Setúbal vai aproveitar mais esta oportunidade para sublinhar outros argumentos do Porto de Setúbal, uma infraestrutura que está pronta para responder ao desafio do Governo de aumentar o movimento de contentores em portos nacionais, dos 2,2 milhões para os 6,5 milhões, até 2020. Isto sem investimento adicional.
De destacar que o Porto de Setúbal tem um terminal de contentores de 20 ha, o segundo maior do país. Neste momento, esse terminal está a operar a 25 por cento da capacidade neste segmento e a 50 por cento nos segmentos de carga geral e granéis.

Agência de Notícias

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