Setúbal testa sistema de alerta de tsunamis

Alerta de tsunamis de Setúbal operacional em 2015
Um novo Sistema de Alerta de Tsunamis, desenvolvido pelo Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia, será testado em Setúbal esta quinta-feira, um ensaio que visa avaliar a eficácia da análise em tempo real do nível do mar em acionar automaticamente os alertas à população em risco. O novo sistema irá permitir o envio de um alerta na eventualidade de qualquer tipo de tsunami, seja ele de origem sísmica ou causado por um deslizamento de terras, refere um comunicado da representação da Comissão Europeia, em Lisboa. O sistema pode estar a funcionar em pleno em 2015, admitiu o italiano Alessandro Annunziato, do Centro Comum de Investigação da Comunidade Europeia.


Setúbal testa hoje sistema de alerta de tsunamis 

A configuração do sistema experimental consiste em duas componentes: um painel digital e um sistema de medição do nível do mar. O painel digital – Dispositivo de Alerta de Tsunamis – está localizado no Parque de Albarquel em Setúbal. Está equipado com coletores de dados, uma sirene e altifalantes. O sistema de medição do nível do mar está localizado a 3 km do painel digital na costa de Setúbal.
Durante a fase de teste, os investigadores da  Comissão Europeia irão colocar o sistema de medição dentro de um simulador mecânico que irá simular a elevação do nível do mar correspondente a um tsunami. No instante em que o sistema de medição detetar uma elevação significativa do nível do mar irá transmitir um sinal ao painel digital que, por sua vez, irá alertar as pessoas presentes no parque.
O objectivo deste teste, explica o comunicado da delegação da Comunidade Europeia em Portugal, é analisar se a transmissão em tempo real do sinal proveniente do sistema de medição para o painel digital é fidedigna e demonstrar que a medição do nível do mar pode ser usada eficazmente como mecanismo de acionamento do Dispositivo de Alerta de Tsunamis.
O dispositivo de alerta pode ser ativado manual ou automaticamente. As autoridades responsáveis pela monitorização de tsunamis podem acionar remotamente o painel digital sempre que haja necessidade de evacuação. Alternativamente, no caso de um tsunami gerado por um terramoto, o painel pode ser automaticamente ativado utilizando um software desenvolvido por investigadores da Comissão Europeia que estima a altura da onda e o tempo de viagem com base no epicentro e magnitude do terramoto.
O dispositivo de alerta de ‘tsunamis’ de Setúbal, o primeiro a ser instalado em Portugal, pode estar a funcionar em pleno em 2015, admitiu o italiano Alessandro Annunziato, do Centro Comum de Investigação da Comunidade Europeia. Quando estiver pronto, os dados são transmitidos para a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e para o Centro Comum de Investigação da Comunidade Europeia, em Itália. Em caso de alerta de `tsunamis´, a população da zona ribeirinha teria apenas dois ou três minutos para se afastar da zona ribeirinha.

Cidade de Setúbal está exposta a "tsunami" em caso de sismo
O projeto do dispositivo de alerta de `tsunamis´ de Setúbal foi desenvolvido pelo Centro Comum de Investigação da Comunidade Europeia, em colaboração com a Câmara de Setúbal, a Proteção Civil e da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, APSS.
O dispositivo, que já dispõe do painel informativo com sistema de alerta no Parque Urbano de Albarquel e do equipamento de medição junto ao cais da Secil, deve incluir, também, outros equipamentos de medição ao serviço da APSS.
"Aqui, em Setúbal, há apenas este ponto de recolha de dados instalado no molhe da Secil, mas a APSS dispõe de outros instrumentos de monitorização, designadamente estações meteorológicas e marégrafos", disse à Lusa Ernesto Carneiro, da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, salientando que todos estes instrumentos vão ajudar à monitorização para detetar a eventual ocorrência de um `tsunami´.
"Há ainda uma rede de boias instaladas ao largo da costa que também fazem essa monitorização, o que permite a triangulação de toda essa informação e a transmissão automática para o dispositivo de alerta", acrescentou.
A zona ribeirinha da cidade de Setúbal ficou totalmente destruída após o `tsunami´ que se seguiu ao sismo de 1755, tal como aconteceu na zona ribeirinha de Lisboa.
De acordo com alguns estudos realizados em Portugal, um sismo idêntico ao de 1755 poderia provocar uma onda com sete metros de altura com um poder de destruição que poderia devastar o centro histórico e entrar pela cidade dentro, percorrendo uma distância estimada de cerca de 800 metros, desde a linha de costa até ao Parque do Bonfim.

Comentários