Voos comerciais aterram no Montijo em 2017

ANA quer deslocar companhias de baixo custo para o Montijo 

A ANA – Aeroportos de Portugal está a trabalhar numa solução para transformar a pista da base aérea do Montijo no complemente do aeroporto da Portela, escreve o Expresso. Depois de o Governo ter afastado esta possibilidade, num momento em que a nova localização do Portela+1 estava praticamente certa, agora tanto a ANA (gestora de aeroportos nacionais) como o Ministério da Economia admitem que o aeroporto complementar pode avançar em 2017 para aumentar a vida do aeroporto da Lisboa. As principais companhias de baixo custo em Portugal estão receptivas à mudança. 

Base Área do Montijo pode receber aviões comerciais em 2017  
 Ana - Aeroportos de Portugal está a trabalhar no projeto da utilização da Base Aérea do Montijo como complemento à atividade do aeroporto da Portela. Segundo escreve o jornal Expresso, há interesse em ter a pista do Montijo operacional para voos comerciais em 2017.
A ANA tem mantido conversas com a TAP sobre o Montijo e o presidente da companhia, Fernando Pinto, vêm com bons olhos a utilização do Montijo para desenvolver a atividade das companhias de baixo custo.
Esta decisão prende-se com a recorrente concentração de voos nas horas de pico, mesmo ainda estando longe de atingir o limite de utilização de 22 milhões de passageiros (ultrapassou os 16 milhões em 2013).
A concessionária dos aeroportos portugueses confirmou à mesma publicação que está a estudar essa solução assim como o horizonte temporal desejável para a sua entrada em funcionamento.
"A ideia de abrir a base militar a voos comerciais é obviamente uma solução muito interessante e poderia permitir a manutenção da operação da Portela durante mais uns anos", admitiu Jorge Ponce de Leão, presidente da ANA, que vê naquela base militar a única solução para complementar a Portela. O governo é menos taxativo, mas a secretaria de Estado dos Transportes confirmou no final do mês passado em declarações ao Dinheiro Vivo que "o Montijo é uma das infraestruturas militares em análise para a acomodação de um aeroporto complementar" e é o local "mais procurado pelas companhias aéreas e o preferido pelo gestor aeroportuário".
A ideia de criar uma extensão do aeroporto de Lisboa não é nova e foi levantada pela primeira vez em 2007 como forma de garantir o crescimento sustentável do aeroporto de Lisboa, que começa a aproximar-se do limiar máximo de capacidade. Na negociação da privatização da ANA ficou estabelecido que número máximo de capacidade da Portela são 22 milhões de passageiros ao ano. No ano passado, o aeroporto atingiu os 16 milhões; os 22 milhões de passageiros devem chegar em 2022, o que dá tempo ao governo e à francesa Vinci, proprietária da ANA, para avançar com uma alternativa.

Companhias seduzidas pelo Montijo  
Que benefícios traria? A ANA lembra que atualmente consegue 40 partidas e chegadas por hora na Portela e que parte do princípio de que o Montijo pode ter cerca de 10 movimentos por hora. E, se o Terminal 2 da Portela, que atualmente recebe voos low-cost, fosse libertado, poderia passar a receber charters e voos em Executiva, o que facilitaria a saída de passageiros, e valorizaria as companhias de bandeira que ali servissem. O objetivo, claro, fica dependente da disponibilidade e do interesse das companhias aéreas low-cost em passar para o Montijo.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo, Michael O"Leary, o número um da Ryanair, mostrou-se não só disponível para passar os voos da sua companhia para o Montijo, como sublinhou que "seria muito importante, para Lisboa, que a base militar fosse aberta a civis". Para o irlandês, "poderia aumentar para 30 ou 40 milhões ao ano o número de passageiros de Lisboa". 
A easyJet mostra-se menos recetiva e confessa que "a intenção é estar no aeroporto da Portela", uma vez que "voa para os principais aeroportos, assumindo o compromisso de levar os seus passageiros ao coração das cidades, poupando tempo e custo nas deslocações".
Sem saber ainda quantas companhias podem ser passadas para o aeroporto complementar, Governo e ANA juntam vozes para dizer que o investimento necessário para adaptar as estruturas militares deve ser financiado pelas receitas provenientes da operação aeroportuária. E esse valor seria marginal, garante Ponce Leão: "Algo como 150 milhões de euros", disse. 
Sobre a privatização da TAP, o ministro da Economia, Pires de Lima, defende a venda parcial da empresa, mas considera que esta operação não deve ser feita a poucos meses das eleições. E diz que, para já, não estão reunidas as condições para a privatização avançar.

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