Tráfico de droga no Seixal: suspeitos ficam em prisão preventiva após apreensão recorde

Seis toneladas de haxixe levam à maior operação de sempre da PSP na freguesia de Corroios  

Os sete suspeitos detidos numa megaoperação da PSP no concelho do Seixal, que resultou na apreensão de cerca de seis toneladas de haxixe, vão aguardar o desenrolar da investigação em prisão preventiva. A decisão foi tomada pelo Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, após os interrogatórios realizados esta segunda-feira.
Armazém no Seixal onde foram apreendidas seis toneladas de haxixe 

A medida de coação foi aplicada pelo Tribunal Central de Instrução Criminal, onde os arguidos foram ouvidos por um juiz. À saída do tribunal, os advogados de quatro dos sete detidos garantiram à comunicação social que os seus clientes são inocentes.
A megaoperação decorreu entre sexta-feira e domingo na área metropolitana de Lisboa, culminando na apreensão de várias toneladas de haxixe, armas de fogo, centenas de milhares de euros, lanchas rápidas e automóveis.
De acordo com um comunicado da PSP, seis dos sete detidos são cidadãos portugueses.

Seis toneladas de haxixe encontradas no Seixal
A operação concentrou-se num armazém localizado no concelho do Seixal, [na freguesia de Corroios] onde os agentes encontraram cerca de seis toneladas de estupefaciente, sobretudo haxixe, além de duas embarcações rápidas.
O diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, elogiou o trabalho das equipas envolvidas, remetendo mais detalhes para uma conferência de imprensa marcada para esta terça-feira.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República confirmou que o Ministério Público requereu a prisão preventiva dos arguidos, indiciados pelos crimes de tráfico de estupefacientes agravado, associação criminosa e posse de arma proibida.
Segundo a PGR, o grupo é suspeito de atuar desde Abril de 2024, dedicando-se à aquisição e distribuição de grandes quantidades de haxixe na Grande Lisboa, recorrendo a instalações próximas de zonas costeiras para facilitar o transporte marítimo.

Defesa promete recorrer
À saída do tribunal, o advogado Bruno Ferreira Telo afirmou que o seu cliente “é um mero pescador” e que irá “analisar com cuidado o despacho” para avaliar um eventual recurso.
Rui Carvalho, mandatário de outros dois arguidos, considerou que “não há qualquer ligação” dos seus clientes ao tráfico.
Também a advogada Bárbara Carvalho assegurou que o seu representado “é um homem de família, trabalhador” e que “a justiça vai ser feita com toda a certeza”.
O inquérito, em segredo de justiça, foi aberto em Maio de 2025 pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Maior operação de sempre da PSP levanta polémica
Esta é apontada como a maior operação de sempre da PSP no combate ao tráfico de droga. Contudo, a dimensão da investigação está a gerar mal-estar na Polícia Judiciária (PJ), que alega não ter sido devidamente informada.
Em causa está o decreto-lei n.º 81/95, que confere à Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ competência exclusiva para investigar crimes de tráfico de droga desta magnitude.
Segundo a SIC, a Judiciária apenas terá tomado conhecimento da apreensão através da comunicação social.
Contactada pela mesma estação televisiva, a PSP negou qualquer falha de coordenação e assegurou ter cumprido integralmente o que está previsto no decreto-lei, afirmando ainda que partilhou informação sobre os cabecilhas da rede criminosa há cerca de oito meses.

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