"Temos o direito de nascer no Hospital do Barreiro"
No sábado de manhã, dezenas de utentes do Barreiro reuniram-se em marcha desde o centro da Baixa da Banheira, no concelho da Moita, até ao hospital do Barreiro para denunciar a degradação dos serviços de saúde. Com palavras de ordem e determinação, exigiram melhores condições no acesso à saúde. A marcha reuniu utentes do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, mostrando que a defesa da saúde pública é uma causa comum a toda a região.![]() |
Manifestantes exigem mais médicos e melhores condições no SNS |
O protesto, organizado pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro, partiu da Baixa da Banheira e dirigiu-se ao Hospital do Barreiro, onde se concentraram para exigir o reforço de profissionais e equipamentos. Em causa está o encerramento rotativo das urgências de pediatria e obstetrícia, que obriga muitas grávidas a deslocarem-se para outros hospitais, como a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.
Mesmo debaixo de chuva no início do percurso, os manifestantes mantiveram-se unidos, entoando frases como "mais investimento, encerramento não!" e "médicos para toda a gente, é preciso, é urgente".
Junto ao hospital, Antonieta Bodziony, da Comissão dos Serviços Públicos do Barreiro, reafirmou a necessidade de impedir o encerramento da maternidade, que serve os quatro concelhos do Arco Ribeirinho. "Exigimos mais médicos de família para os milhares de utentes que estão sem acompanhamento. Temos o direito de entrar numa urgência sem precisar de ligar antes", afirmou.
José Manuel Fernandes, da Comissão de Utentes da Baixa da Banheira, destacou a adesão popular ao protesto e sublinhou que a luta pela saúde pública deve continuar. "A Constituição da República não pode ser metida na gaveta. Pagamos impostos, mas quando precisamos de cuidados médicos, não temos acesso", denunciou.
Luís Leitão, Coordenador da União dos Sindicatos de Setúbal, encerrou a manifestação com um apelo à continuação da luta pela defesa do SNS. "Não nos resignamos. Queremos um Serviço Nacional de Saúde público, universal e gratuito, onde todos tenham direito a cuidados de saúde, independentemente da sua condição económica, cor ou religião".
Os utentes exigem mais profissionais e mais equipamentos, num protesto a que se juntaram o PCP e o Bloco de Esquerda contra o encerramento das urgências de obstetrícia.
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