Onda de violência e vandalismo urbano já chegou ao Seixal

Autarca diz que tem o mais baixo índice de criminalidade da Área Metropolitana de Lisboa

O presidente da Câmara do Seixal disse que o concelho tem o mais baixo índice de criminalidade da Área Metropolitana de Lisboa e que defender a criação de uma Polícia Municipal "demonstra um desconhecimento do território". Paulo Silva falava à agência Lusa sobre a proposta do PS/Seixal que defende a criação de uma Polícia Municipal naquele concelho. O autarca manifestou-se preocupado com os desacatos registados na Área Metropolitana de Lisboa, um dos quais na Arrentela, levado a cabo por “um grupo organizado de cerca de 20 pessoas”. A onda de violência que começou na capital e já chegou a vários municípios do distrito de Setúbal. Na noite desta quinta-feira ardeu um ecoponto na Amora, e registaram-se problemas também nos concelhos de Almada e Setúbal. 
Autocarro ardeu esta madrugada na Arrentela  

Em declarações à agência Lusa, Paulo Silva adiantou que, segundo os dados de que dispõe, “um grupo organizado de cerca de 20 pessoas mandou parar o autocarro na Arrentela, fez sair os passageiros e o condutor, e regou o veículo com combustível”.
Este foi, segundo a PSP, um dos dois autocarros incendiados na madrugada de quinta-feira, nos concelhos do Seixal e de Loures (distrito de Lisboa), que se somam assim aos outros dois queimados na noite anterior na Amadora e em Oeiras, no âmbito dos desacatos registados desde a noite de segunda-feira.
Os protestos decorrem na sequência da morte de Odair Moniz, baleado por um agente policial na Amadora na madrugada de segunda-feira.
“Apesar de ser um grupo numeroso, não houve mais qualquer ocorrência no concelho, o que dá a entender que não seriam de cá e que se deslocaram aqui para fazer este desacato”, disse Paulo Silva, referindo, contudo, que houve contentores ardidos no Miratejo, freguesia de Corroios, com o fogo imediatamente apagado pela população.
"Somos um concelho seguro. Os números que temos demonstram redução da criminalidade no concelho na ordem dos 5%. Além de sermos seguros, os índices estão a descer pelo que não se justifica a criação de uma Polícia Municipal", disse, adiantando que, nos concelhos onde existe, não há registo de redução dos índices de criminalidade porque a sua função é administrativa e não de policiamento do território.

Um território seguro diz a autarquia 
Em Almada também já arderam viaturas 
A Câmara do Seixal emitiu um comunicado onde repudia todas as manifestações de violência ocorridas recentemente em diversos municípios da Área Metropolitana de Lisboa, incluindo Loures, Sintra, Lisboa, Almada, Barreiro, Setúbal e Oeiras, ações protagonizadas por grupos de marginais. A autarquia destacou que os seus munícipes são cidadãos ordeiros, trabalhadores e defensores da paz e concórdia, o que é corroborado pelo facto de o concelho ter o mais baixo índice de criminalidade da região, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna.
A autarquia enaltece o empenho e profissionalismo das forças de segurança que atuam no Seixal e sublinha a colaboração contínua entre o município e as autoridades. O comunicado reforça também a necessidade de um maior investimento em matéria de segurança
Paulo Silva referiu que o direito ao protesto é constitucional, mas que nada justifica atos violentos como os que têm ocorrido.
“O direito ao protesto é constitucional. Todas as pessoas devem exercer, mas dentro dos limites constitucionais e sem violência e episódios que colocam em causa pessoas e bens”, disse.

Agência de Notícias 
Fotografia: Rúben Antunes e DR 


Comentários