"É sempre bom quando se coloca a arte nas ruas e nas praças de forma gratuita"
O FIG - Festival Internacional de Gigantes trouxe a Pinhal Novo, no último fim de semana, cerca de 20 mil espetadores para assistir aos mais de 30 espetáculos e ao Desfile de Gigantes. A edição de 2023 contou com um número recorde de países participantes (artistas de 13 nacionalidades), proporcionando, ao longo dos três dias, espetáculos de teatro, dança e música, um grande desfile com mais de 300 desfilantes e dezenas de figuras (com destaque para os gigantones), exposições e arte urbana, em oito espaços diferentes. Os dois projetos comunitários apresentados (“Cantata do Fim do Mundo” e “Imperphecto”) encheram a Praça da Independência nos dois primeiros dias do festival.O espetáculo de sábado comemorou 25 anos de Bardoada |
Apesar do 'relativo sucesso', do festival, nem todos os visitantes partilharam da mesma ideia da autarquia e deixaram sugestões.
Bruno e Alexandra atravessam o país no autocaravana. Partiram sem rota nem destino, de uma aldeia perto de Guimarães. Param em localidades onde há eventos e por ali ficam uns dias. "Estamos no FIG porque seguimos as redes sociais dos Galandum Galundaina [banda que encerrou as festas] e soubemos que estariam aqui", disseram. Mas sobre o festival "pouca ou nenhuma informação encontramos. Não vimos os folhetos, os sítios complicados de achar para quem não mora em Pinhal Novo. Acabamos só por conhecer a zona da gastronomia e este palco". Apesar disso... "é um ambiente incrível e maravilhoso".
A falta de divulgação e de informação foram das queixas mais ouvidas pela equipa da ADN que acompanhou o evento durante os três dias. Mas no geral, como nos disse, Tiago Ribeiro, que veio de Lisboa, "este é um evento que cruza várias culturas e várias performances. É sempre bom quando se coloca a arte nas ruas e nas praças de forma gratuita. Podia estar melhor organizado e sobretudo mais e melhor divulgado. É um evento para ter mais pessoas, ainda mais propostas culturais".
Outra crítica construtiva chegou das irmãs Rita e Daniela Martins, de Mafra. "Não faz sentido num festival deste tipo ter espetáculos de sala [no auditório]. Apostem mais nas ruas e em lugares insólitos", referiam.
Este ano, decorreu em simultâneo o I Encontro Internacional de Gaitas de Fole, em parceria com Gaitafolia - Associação Portuguesa para o Estudo e Divulgação da Gaita-de-foles, que contou com a participação de gaiteiros, para espetáculos e conferências, num momento especial de divulgação deste instrumento musical.
O Espaço Infantil trouxe às famílias espetáculos, ateliês e atividades de animação, destacando-se a construção de um papagaio artesanal, evocando a paz, através de dezenas de mensagens deixadas por crianças e pais.
Nesta edição, procurou-se reforçar algumas medidas para garantir o FIG como Festival Acessível, num processo que se pretende continuar. A iniciativa “FIG para Todas/Todos!”, numa parceria com a Associação Bengala Mágica, resultou numa partilha especial do Festival com um grupo de visitantes com cegueira e baixa visão, permitindo-lhes usufruir de forma plena do espaço e do programa. O FIG contou ainda com três espetáculos com áudio descrição e tradução em língua gestual portuguesa.
Nesta edição, procurou-se reforçar algumas medidas para garantir o FIG como Festival Acessível, num processo que se pretende continuar. A iniciativa “FIG para Todas/Todos!”, numa parceria com a Associação Bengala Mágica, resultou numa partilha especial do Festival com um grupo de visitantes com cegueira e baixa visão, permitindo-lhes usufruir de forma plena do espaço e do programa. O FIG contou ainda com três espetáculos com áudio descrição e tradução em língua gestual portuguesa.
Uma parceria de sucesso e com futuro
A ADN foi o único meio de comunicação social a acompanhar o evento |
No momento de abertura, todos mostraram a sua satisfação por esta parceria, que tem dado frutos a cada edição que passa. "Estamos muito felizes por, há 12 anos, termos encetado este percurso com os nossos parceiros de sempre e termos criado uma marca indelével", referiu o presidente do município, Álvaro Amaro, agradecendo a "esta parceira gigante que temos, que são pessoas com grande coração e dedicação à arte e à cultura".
Jaime David, Presidente do Bardoada, confessou que o grupo está feliz por, depois das restrições impostas pela pandemia, esta edição poder decorrer já nos moldes habituais. Este Festival, considera, distingue-se por ser um evento em que "qualquer pessoa encontra espetáculos de que gosta".
A alegria é partilhada por Bruno Gomes, do ATA, para quem este é um "Festival especial", uma "festa da cultura e da arte, em que todos vamos encontrar a nossa criança interior e regalar os olhos".
Filipe Pinto, da AJCOI, concorda que este é um Festival diferente, por proporcionar ao público "espetáculos fora do comum, que não ia ter facilidade de ver", noutros eventos.
Também para Pedro Leal, da PIA, o FIG é "um Festival particular", apostando no "cruzamento entre o tradicional e o contemporâneo, com artistas de todos os cantos do país e do mundo".
Como se trata de um festival bienal, estará de volta em 2025 para mais uma edição da "festa dos gigantes". Já não estará na altura de tornar o FIG, que é uma marca com selo de qualidade, num evento anual?
Consulte aqui o álbum completo de fotografias dos três dias do Festival Internacional de Gigantes, assinado por Inês Sampaio, fotógrafa da ADN- Agência de Notícias.
Consulte aqui o álbum completo de fotografias dos três dias do Festival Internacional de Gigantes, assinado por Inês Sampaio, fotógrafa da ADN- Agência de Notícias.
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