Governo vai aprovar em Setúbal resolução para projetos do Arco Ribeirinho

Expansão do Metro Sul do Tejo, construção de novas ligações entre o Barreiro, Montijo e Seixal e um novo terminal fluvial na Moita

Quando chegou à margem esquerda do Tejo, António Costa já ia com a promessa impressa num artigo de opinião na imprensa local a dar conta do arranque do plano para a expansão do Metro Sul do Tejo, a construção de novas ligações entre o Barreiro e o Montijo e o Barreiro e o Seixal, um novo terminal fluvial na Moita e o Passeio do Arco Ribeirinho Sul. Vias pedonal e ciclável e uma estrutura verde a ligar Almada e Alcochete (38 quilómetro). Serão as propostas contemplados numa resolução que o Conselho de Ministros vai aprovar esta quinta-feira. O governo está em força no distrito de Setúbal até esta quinta-feira, privilegiando os contactos de proximidade, auscultando os representantes locais e promovendo o desenvolvimento económico e social da região. O programa inclui mais de 80 iniciativas, distribuídas por todos os concelhos, e uma reunião descentralizada do Conselho de Ministros.
Governo dedica dois dias aos problemas do distrito de Setúbal

"A margem esquerda do Tejo merece um grande projeto de regeneração urbana", afirmou o Primeiro-Ministro António Costa na cerimónia de apresentação do projeto do Arco Ribeirinho Sul, no Barreiro, no âmbito da iniciativa Governo Mais Próximo, no distrito de Setúbal.
António Costa disse que "este passo tem de possuir continuidade e assentar numa visão estratégica. Pretende-se criar um novo polo dinâmico de progresso e de internacionalização". 
E salientou a importância do começo dos trabalhos da regeneração e selagem de solos contaminados, da infraestruturação do território com a expansão do transporte público, em especial do metro do sul do Tejo, da instalação de um novo terminal fluvial na Moita e da construção do passeio ribeirinho de 38 quilómetros entre Alcochete e Almada.
"Este é o começo, mas é neste começo que se criam as oportunidades para que tudo o resto seja possível, designadamente para haver mais habitação acessível em solos em que ainda não é possível construir", disse.
O primeiro-Ministro acrescentou "queremos que esta volte a ser uma fortíssima área de atividade económica, geradora de emprego qualificado, já não com as indústrias do passado mas com as do futuro, com os serviços do presente e do futuro".
O Ministro das Finanças afirmou o apoio a vários projetos de investimento para regeneração de solos, requalificação urbanística e melhoria da mobilidade.
Na sessão estiveram também presentes os Ministros do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, da Habitação, Marina Gonçalves, e da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
Num artigo publicado esta quarta-feira, António Costa garante que o Governo vai continuar a investir em Setúbal, como "distrito incontornável no desenvolvimento do país", dando como exemplo a "aposta no projeto do Arco Ribeirinho Sul, que colocará estes territórios à disposição das populações através da requalificação urbanística de importantes áreas da margem sul do estuário do Tejo".
"Os primeiros passos para a sua concretização serão dados neste 'Governo + Próximo', através da aprovação de uma resolução do Conselho de Ministros que permitirá, entre outros, o arranque dos trabalhos técnicos das próximas fases da expansão do Metro Sul do Tejo e a concretização de projetos para a construção de novas ligações entre o Barreiro e o Montijo e o Barreiro e o Seixal".

Aposta forte em Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo e Seixal
Governo mostra investimento no Arco Ribeirinho 
António Costa recorda que "o Arco Ribeirinho Sul, que envolverá seis municípios (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo e Seixal), será um território pensado para a utilização equilibrada do espaço: terá espaços de habitação, serviços, indústria tecnológica e lazer".
Na opinião do primeiro-ministro, "Setúbal já não é um distrito satélite, nem vive na sombra de ninguém", como aconteceu no passado - em que se tornou num dormitório devido à proximidade de Lisboa -, mas é um distrito que cresceu e que se assumiu pelos próprios méritos, evolução que fez o Governo lutar para que fosse criada uma nova NUTS II (nomenclatura de unidade territorial para fins estatísticos e que serve de critério para receber fundos europeus) para a Península de Setúbal, aprovada no início deste ano.
Referindo-se a Setúbal como "um distrito único", António Costa salienta que se trata de uma região que "em pouco mais de cinco mil quilómetros quadrados combina o que poucos países oferecem em todo o seu território".
"A maior praia da Europa e a maior empresa exportadora de Portugal, um parque natural que se estende por 35 quilómetros, mas contém 40 por cento da flora portuguesa, e um dos maiores portos da União Europeia (o de Sines)" são vantagens enumeradas pelo socialista.
Na caracterização do distrito, António Costa destaca também o facto de se tratar de território com mais de 89 mil empresas, com uma região vinícola com mais de oito mil hectares.
"É o terceiro distrito mais populoso do país, depois de Lisboa e Porto, mas também um dos destinos de férias mais cobiçados do mundo. Tem serra, planície, rio, mar... e uma das universidades mais inovadoras do país. Só pode continuar a crescer", sustenta o chefe do Governo.

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