Moita denuncia uma dívida de clientes irrecuperável deixada pelo anterior executivo

Auditoria descobre saldo de 5,3 milhões dos quais só 863 mil eram considerados recuperáveis

A Câmara da Moita (PS), disse terça-feira que detetou nas contas do município uma dívida de clientes irrecuperável no valor de mais de quatro milhões de euros deixada pelo anterior executivo. Em declarações à agência Lusa, a vice-presidente da Câmara da Moita, Sara Silva, explicou que, quando foi apresentado o relatório de contas de 2021, o auditor externo referiu que tinha sido detetada uma dívida incobrável relativa ao abastecimento de água refletida na conta de clientes no valor de 4,4 milhões de euros. A conta de clientes, adiantou Sara Silva, tinha um saldo de 5,3 milhões dos quais só 863 mil eram considerados recuperáveis.
CDU deixou dívidas irrecuperáveis de 4,4 milhões 

Por opção nunca foram consideradas imparidades ao longo deste tempo, estamos a falar de dívida acumulada desde 1992 relativamente ao abastecimento de água e que realmente aumentava a rubrica de clientes, supostamente era uma dívida que não era recuperável e que não iria entrar na receita dos cofres da autarquia”, disse.
O Partido Socialista venceu as eleições autárquicas na Moita, que sempre pertenceu à CDU. A autarquia que era presidida por Rui Garcia (CDU) é atualmente presidida por Carlos Rodrigues Albino (PS).
A vice-presidente da autarquia adiantou em declarações à Lusa, que a dívida detetada era apresentada como se entrasse nos cofres, mas na realidade isso não aconteceria porque era incobrável por terem passado os prazos de cobrança.
“Estamos a falar de um camuflar de valores que estavam refletidos na conta de clientes e que não vai ser possível recuperar e entrar nos cofres da autarquia. É considerado irrecuperável e por isso passaram para gastos”, disse adiantando que o valor deveria ter sido há muito considerado como um gasto e imparidade.
Este valor de mais de quatro milhões de euros, frisou, é dinheiro que a autarquia estimava poder utilizar e que não vai ser possível cobrar.
"Gostaríamos de usar no que fosse útil para o concelho e que neste momento é irreal, não existe e isso é o que é o que nos interessa que a população saiba, que havia uma rubrica e dinheiro que podíamos cobrar e que, na realidade, é incobrável", concluiu a autarca. 

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