PS e PSD chumbam contas da maioria CDU na Câmara de Setúbal

Oposição defende a necessidade de um novo modelo de gestão do município

Os partidos da oposição na Câmara de Setúbal, PS e PSD, chumbaram o relatório de contas de 2021, que apresenta uma receita de 102 milhões de euros, um aumento de nove por cento face a 2020, foi anunciado nesta quinta-feira.  PS e PSD votaram contra o documento apresentado pela maioria CDU, alertando para o aumento das despesas e das dívidas a fornecedores, e defenderam a necessidade de um novo modelo de gestão do município. Os socialistas referem que as "dívidas a fornecedores também aumentaram quatro milhões de euros" em 2021 e defendem que é necessária "uma alteração ao atual modelo de gestão". O vereador do PSD Paulo Calado,  diz que "a execução do orçamento do ano de 2021 ficou muito aquém do que era expectável, com uma execução de receitas que não vai além de 70 e de 68 por cento nas despesas".
Contas comunistas chumbadas em Setúbal  

Na sessão pública de quarta-feira, o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU), destacou o aumento da receita do município em cerca de nove por cento, em grande parte devido ao aumento da receita de impostos diretos, que, em 2021, permitiram ao município arrecadar um total de 45,7 milhões de euros, mais 10 por cento do que no ano anterior.
"A realização de muitos projetos, como vem acontecendo em Setúbal, só é possível graças ao recurso a receitas provenientes dos impostos diretos, das taxas cobradas no âmbito do normal funcionamento dos serviços, dos rendimentos de propriedade e do recurso a empréstimos de médio ou longo prazo", disse.
André Martins sublinhou ainda a importância dos investimentos realizados pelo município em 2021, no âmbito das candidaturas a diversos programas de financiamento comunitário.
O documento de Prestação de Contas e Relatório de Gestão de 2021 acabou, no entanto, por ser reprovado, com os votos contra de socialistas e social-democratas, que manifestaram preocupação com o aumento da dívida do município, particularmente com o aumento das dívidas a fornecedores.

Os motivos da oposição para o chumbo 
PS e PSD querem novo modelo de gestão da cidade 
O PS reconhece, em comunicado, que, "do ponto de vista meramente contabilístico, 2021 foi um ano de particular sucesso no que concerne à arrecadação de receita por parte da Câmara de Setúbal", mas lembra que a autarquia sadina "aumentou os compromissos assumidos para exercícios futuros em nove por cento, num movimento que tem vindo em crescendo ao longo dos últimos anos".
Os socialistas referem ainda que as "dívidas a fornecedores também aumentaram quatro milhões de euros" em 2021, defendem que é necessária "uma alteração ao atual modelo de gestão", com uma "redução de despesas e do passivo", a par de um aumento do investimento reprodutivo no concelho.
Para o vereador do PSD Paulo Calado, "a execução do orçamento do ano de 2021 ficou muito aquém do que era expectável, com uma execução de receitas que não vai além de 70 e de 68 por cento nas despesas".
"O endividamento municipal cresceu cerca de mais de quatro milhões e meio de euros, devido aos contratos de locação financeira", acrescentou o autarca social-democrata, salientando que o serviço da dívida teve um "incremento de 11 por cento em termos de juros".
"Os empréstimos de médio e longo prazo e os contratos de locação financeira são responsáveis por cerca de 42 por cento do passivo", criticou Paulo Calado, que justificou o voto contra da bancada social-democrata.
O executivo da Câmara de Setúbal é liderado por uma maioria relativa da CDU, que tem cinco eleitos. Os dois partidos da oposição têm um total de seis vereadores eleitos, quatro do PS e dois do PSD.

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