Produção de "diesel" na refinaria de Sines pode ser afetada em Maio

Necessidades de combustível em Portugal estão asseguradas diz a Galp 

Galp ainda não conseguiu encontrar alternativa às importações da Rússia o que poderá obrigar a uma redução da produção na refinaria de Sines já em Maio. Em causa está a importação de gasóleo de vácuo da Rússia, que a empresa suspendeu logo no início de março, o que obrigou à procura de alternativas. "Asseguramos as nossas necessidades para Abril, maio ainda está em aberto e poderá ser necessário reduzir um pouco, na ordem dos 10 a 20 por cento, a refinação em Sines", explica o presidente executivo da empresa. Andy Brown garantiu que não há razão para alarme, uma vez que as necessidades de combustível em Portugal estão asseguradas, mas admitiu que pode levar à diminuição temporária da produção da refinaria de Sines e das exportações.
Reservas de combustíveis podem sofrer alterações em Maio

A produção de "diesel" na refinaria da Galp em Sines pode ser afetada em Maio, se não forem encontradas alternativas que garantam o fornecimento de gasóleo de vácuo, que a empresa comprava à Rússia.
"Ainda não assegurámos o abastecimento [de gasóleo de vácuo] para maio e, se não o conseguirmos fazer, poderemos ter de reduzir um pouco a atividade na refinaria", alertou Andy Brown, num encontro com jornalistas, na sede da Galp, em Lisboa, sobre o contexto geopolítico e as suas implicações no mercado energético.
O gestor lembrou que a Galp deixou de importar matéria-prima da Rússia, após a invasão da Ucrânia, incluindo gasóleo de vácuo, que é refinado em "diesel" em Sines, e que ainda não encontrou alternativa capaz de garantir as necessidades para o mês de maio, o que pode afetar a produção naquela refinaria.
Andy Brown garantiu que não há razão para alarme, uma vez que as necessidades de combustível em Portugal estão asseguradas, mas admitiu que pode levar à diminuição temporária da produção da refinaria de Sines e das exportações.
Assim, segundo o responsável, a empresa tem estado a trabalhar com o Governo para diversificar as fontes de matéria-prima.
Andy Brown lembrando, ainda, que, com a transição energética, muitos têm sido os discursos políticos promovendo uma redução dos investimentos no petróleo e no gás, o que também limitou as disponibilidades de produtos para venda. 
A guerra na Ucrânia "veio piorar uma situação que já de si era má", frisou, lembrando que a Rússia é produtor: produz à volta de 11 milhões de barris de petróleo ao dia e exportam cerca de sete milhões de barris/dia, entre crude e refinados.
Questionado se esta crise é boa para as empresas petrolíferas, Andy Brown garante que a volatilidade nunca é bem-vinda. "Num negócio em que investimos mil milhões de euros ao ano para mudar o nosso portefólio, a estabilidade dos mercados é muito mais valiosa para planearmos e mudarmos o nosso futuro", frisa.

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