Piratas informáticos pedem bitcoins à Câmara da Moita

O ataque sofrido na quarta-feira afetou todo o sistema informático mas o município recusa pagar resgate

Há mais um ataque informático com recurso a ransomware em Portugal. Nas últimos dias há registo de vários ataques informáticos, com especial destaque para o ataque que teve como alvo o Hospital Garcia de Orta, em Almada e o hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém. O mais recente foi à Câmara da Moita que sofreu "um ataque" que afetou todo o sistema informático do município, segundo anunciou a autarquia. Os piratas informáticos autores do ataque à Câmara da Moita pediram um resgate em bitcoins, sem qualquer indicação de valor. O presidente da Câmara disse à Antena 1 que a extensão do problema está ainda a ser avaliada. Carlos Albino adianta que, desde o primeiro momento, as autoridades foram chamadas a investigar e agora estão a tentar retomar a normalidade dos serviços.
Mais um ataque informático a um organismo público 

Câmara da Moita ainda está a funcionar a meio gás, com muitas limitações. A maioria dos serviços de atendimento ao público não está disponível depois de, na quarta-feira, a autarquia ter sido alvo de um ataque informático.
Segundo o gabinete de relações públicas do município diz que os técnicos continuam a tentar resolver os problemas na rede, mas ainda não há garantias de que tudo fique resolvido durante esta semana. Na sequência deste ataque, a Câmara da Moita foi obrigada a encerrar temporariamente todos os serviços municipais.
Em comunicado, a autarquia explica que, após o ataque registado, foram acionados de imediato os meios para averiguar o problema, estando já a trabalhar em conjunto com o Centro Nacional de Cibersegurança e a Polícia Judiciária.
“Apesar dos constrangimentos provocados por este ataque informático, e de forma a minimizar o impacto nos serviços que presta aos seus munícipes, a autarquia mantém todos serviços abertos, ainda que condicionados pela situação”, afirma a autarquia. 
Durante a tarde de quinta-feira, a equipa de informática estava “a fazer todos os esforços para restabelecer a normalidade o mais breve possível” e, “de acordo com as informações disponíveis, os dados de funcionários e munícipes não estão comprometidos”.
“O prioritário são os serviços de atendimento ao público, das escolas, nomeadamente o carregamento dos passes. Estes já ficarão disponíveis. No que diz respeito aos nossos balcões, também acreditamos que possa ser para breve, mas para o resto dos serviços é uma questão de algum tempo”, referiu Carlos Albino, presidente da Câmara. 
A autarquia ficou sem acesso ao sistema informático na quarta-feira, na sequência de um ataque informático.
“Na prática, traduz-se pelo facto de entrarem nos nossos servidores e tentarem encriptar tudo o que é possível encriptar e depois pediram um resgate, a exemplo do que tem acontecido em múltiplas entidades, sejam públicas ou privadas”, explica o autarca.
Este é mais um caso de “ransomware”, ou seja, os piratas pediram dinheiro em troca dos dados confiscados. Mas o presidente da Câmara nem quis saber o valor.
“A indicação que pedem é em bitcoins, mas nem nos interessou saber o valor do pedido de resgate, porque nem me passa pela cabeça ceder a esse tipo de situações. Primeiro, estamos a falar de dinheiro público e, por outro lado, a PJ dá indicação para que não se faça qualquer tipo de resgate. Acho que isso não passa pela cabeça de ninguém”, afirmou o autarca. 
O ataque surgiu um dia depois de casos semelhantes no Hospital Garcia de Orta, em Almada, ao Jornal Económico e à Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém.

Comentários