Suspeitos de homicídio de agente da PSP são de Sesimbra

Dois dos agressores de polícias à porta do Mome já terão sido detidos

A Polícia Judiciária deteve os três suspeitos das agressões que levaram à morte do agente da PSP, à porta de uma discoteca, em Lisboa. Vão responder pelos crimes de homicídio qualificado e ofensa à integridade física qualificada. Dois dos suspeitos são fuzileiros. Em causa estão dois fuzileiros que estarão a frequentar o curso para primeiro marinheiro – posto anterior ao de cabo – na Escola de Fuzileiros, no Barreiro, e que também praticarão boxe num ginásio em Sesimbra. Os dois suspeitos preparavam-se para partir para uma missão das Nações Unidas nos próximos dias. Em comunicado enviado nesta segunda-feira às redações, a autoridade avança ainda que deteve também um terceiro homem. Os suspeitos estão ligados a ginásios de boxe (um foi mesmo campeão nacional na sua categoria) do concelho de Sesimbra.
PSP agredido morreu esta segunda-feira em São José 


Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, segundo a PJ, sem adiantar mais pormenores.
“A investigação prossegue com vista à eventual identificação de outros envolvidos e ao cabal esclarecimento dos factos”, referiu.
A CNN Portugal avança ainda que, nos próximos dias, deverão ser detidos mais suspeitos ligado ao incidente.
Esta segunda-feira, o Expresso avançou que os dois fuzileiros se apresentaram na Base do Alfeite depois de terem admitido ter participado nas agressões. De acordo com o jornal, os homens terão dito à Marinha que um grupo lhes fez uma “espera” à porta da discoteca e que, por isso, agiram em “legítima de defesa”.
Os dois militares disseram ainda que um civil terá sido o autor dos pontapés que provocaram as “graves lesões cerebrais”. Esta versão do acontecimento é diferente da que foi avançada pela PSP, que diz que os agentes intervieram numa rixa para a terminar e que acabaram “violentamente agredidos”. As imagens das câmaras de segurança desmontam as teses dos fuzileiros.  
Segundo relatou a PSP, no local encontravam-se “quatro polícias, fora de serviço, que imediatamente intervieram, como era sua obrigação legal”, acabando por ser agredidos violentamente por um dos grupos, formado por cerca de 10 pessoas. Os outros três agentes agredidos tiveram alta hospitalar este domingo.
“A Marinha Portuguesa encontra-se disponível para cooperar no que for necessário, com vista ao apuramento de todos os factos, sendo que não tolerará que nenhum militar seu tenha quaisquer comportamentos que violem a ética e os deveres militares”, acrescenta na nota enviada.
A outra linha de investigação em curso aponta para o facto de alguns suspeitos terem cadastro e serem conhecidos por fazerem segurança ilegal na noite de Lisboa.
Estarão em causa pelo menos dois militares que estarão a frequentar o curso para primeiro marinheiro – posto anterior ao de cabo - na Escola de Fuzileiros, no Barreiro, e que também praticarão boxe num ginásio em Sesimbra
Os agentes da PSP tinham decidido ir à discoteca Mome, na Avenida 24 de Julho, para uma noite de diversão. Eram 6h45 quando saíram da discoteca. Os primeiros dois verificam que uma discussão no exterior levara ao início de agressões entre seguranças do estabelecimento e um grupo com cerca de dez clientes. Decidem intervir, identificam-se como agentes da PSP e em poucos segundos ficam no meio dos dois grupos em contenda. Os outros dois polícias, que ficaram para trás para pagar, rapidamente aparecem e, querendo ajudar os colegas, são também alvo de agressões em longos minutos marcados por extrema violência e confusão.
Um dos agentes, com 30 anos, ficou no chão prostrado. Sem se conseguir levantar ou defender, foi alvo de sucessivos pontapés. Faleceu na segunda-feira no hospital São José, na capital.
São todos agentes da Esquadra de Alfragide, na Amadora, onde começaram a trabalhar depois de terem acabado o penúltimo curso de polícia da PSP, em Outubro de 2020.
“Durante a acção policial, um dos polícias foi empurrado e caiu ao chão, onde continuou a ser agredido com diversos pontapés enquanto os restantes polícias continuavam também a defender-se das agressões”, descreve a PSP de Lisboa. 

Agência de Notícias 

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