Suíços investem 32 milhões em Central Fotovoltaica em Pinhal Novo

Projeto prevê a criação de 200 novos postos de trabalho durante a fase de construção

O fornecedor de energia suíço EKZ e o promotor de ativos de energias renováveis Smartenergy vão investir, na freguesia de Pinhal Novo, que evitará a emissão anual de quase 35 mil toneladas de CO2 para a atmosfera. O ato simbólico de lançamento da primeira pedra da Central Fotovoltaica de Pessegueiro [rua da Lagoa da Palha Velha] foi dado nesta quarta-feira, numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, e do presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro. A central representa um investimento de 32 milhões de euros com cerca de 120 mil módulos solares, que serão ligados à rede até ao final deste ano. O projeto vai criar 200 postos de trabalho durante a sua fase de construção.
Álvaro Amaro quer concelho a liderar energia renováveis 

"Com uma capacidade de produção anual de 126.367 MWh, a energia produzida por esta central solar fotovoltaica será suficiente para fornecer eletricidade a mais de 26 mil lares, de acordo com as estatísticas de consumo doméstico médio do país", conta a empresa à ADN-Agência de Notícias. 
Ao mesmo tempo, esta central de última geração evitará a emissão anual de 34.749 toneladas de CO2 para a atmosfera. A ligação à rede elétrica nacional será feita através da subestação de Alcochete.
Com base nestes números, "esta é uma das maiores instalações solares construídas até à data em Portugal e está de acordo com a ambiciosa estratégia de descarbonização definida pelo país", destacou a empresa. 
O projeto Pessegueiro, na rua da Lagoa da Palha Velha, representa o compromisso da Smartenergy e da EKZ com Portugal, onde inauguraram recentemente uma central no Algarve, com uma produção anual de quase 100 mil MWh, suficiente para fornecer eletricidade a cerca de 20 mil lares. Num futuro próximo, a empresa suiça planeia construir mais dois projetos de dimensão semelhante no concelho de Palmela [em Algeruz e Poceirão], reafirmando a sua "confiança no país, bem como o seu compromisso com os objetivos de Portugal para a transição energética", disseram os responsáveis da empresa.  
“Identificamos, desenvolvemos e entregamos ativos de energia verde. Somos uma das forças motrizes na transição em curso do sector para a energia verde, centrada na implantação de projetos de energia solar, eólica e hidrogénio verde”, concluiu João Cunha, diretor-geral da empresa.

Palmela na mira para instalação de várias centrais fotovoltaicas
Primeira pedra foi lançada esta quarta-feira 
João Galamba sublinhou a importância de mais uma obra que vem "reforçar a estratégia do Governo no âmbito do Programa Nacional de Energia e Clima" e reconheceu ainda o "contributo de Palmela para esse desígnio" e a "boa relação" entre o município e a empresa promotora da obra. Para o secretário de Estado Adjunto e da Energia, as energias renováveis "são a forma de se produzir eletricidade mais barata".  
Para o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, este investimento, confirmam o posicionamento de Palmela na dianteira dos concelhos de "energia verde" e traduz-se numa "excelente oportunidade de desenvolvimento económico e ambiental da freguesia de Pinhal Novo e do concelho de Palmela". 
De acordo com o autarca, "o município tem conseguido atrair para o seu território investimentos estruturantes nesta área". Álvaro Amaro, realçou que este projeto será "uma mais-valia para o município e para o país" e "vem ao encontro das opções estratégicas do município em matéria de sustentabilidade e das metas estabelecidas no pacto dos autarcas". 
Desta forma, diz ainda o autarca, Palmela "quer estar no pelotão da frente da energia verde. Temos cerca de 20 projetos, dois já construídos, outros dois em construção de dimensões diversificadas". 
Mas há cuidados que a autarquia não dispensa. O ambiente na zona da Rua da Lagoa da Palha Velha, onde se situa a central fotovoltaica.  "O resgate de carbono conseguido com esta aposta no solar não coloca em causa os ecossistemas e também as outras vocações do território nomeadamente na agricultura, nos produtos endógenos e outros usos do solo. Isto leva-nos a ficar muito satisfeitos porque já estamos a conseguir tornar o concelho de Palmela, com todos estes projetos, em funcionamento dentro de dois ou três anos, num sumidor de carbono", lembra Álvaro Amaro. 
Contudo, o autarca deixou claro que esta aposta não põe em causa outros valores e vocações, mais endógenos do concelho. "Não deixaremos de ser um concelho com agricultura – damos disso prova nos vinhos, na fruta, na floricultura e noutros domínios, e temos espaço para esta coexistência, que é garante de sustentabilidade", apontou.
Em Junho último, a autarquia já havia promovido a apresentação de outras três centrais fotovoltaicas – em Algeruz, Poceirão e Pinhal Novo – a construir pela empresa suíça Smartenergy, num investimento de mais de 83 milhões de euros. Dias antes já havia sido lançada a primeira pedra da Central Fotovoltaica da Quinta do Anjo, que ascende a 35 milhões de euros, da responsabilidade da NextEnergy Capital. 
A autarquia também assinou com a Logz - Atlantic Hub, um protocolo de cooperação para a construção da Central Solar de Rio Frio. "Para além das mais-valias ambientais, a expetativa é de que o projeto contribua para a criação de emprego a nível local e para a beneficiação da rede viária na zona envolvente",  disse o presidente da Câmara de Palmela.
Com uma vida útil de 30 anos, estas centrais de produção de energia terão ainda um impacto positivo na redução das emissões de gases com efeito de estufa, cumprindo os pressupostos do Plano Nacional de Energia e Clima e do Plano de Ação para a Energia Sustentável de Palmela.

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