Greve na Amarsul deixa municípios de Setúbal reduzidos a serviços mínimos

Recolha de lixo com fortes condicionantes durante esta semana nos nove municípios da península 

Os municípios da Península de Setúbal estão esta semana reduzidos a serviços mínimos de recolha de lixo. Os trabalhadores da empresa Amarsul – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos entraram nesta segunda-feira em greve ao trabalho normal. No último sábado, já haviam iniciado greve ao trabalho suplementar, que vai durar até ao próximo dia 4 de Dezembro (sábado), anunciaram as estruturas sindicais do sector. Os trabalhadores da empresa reivindicam o aumento geral dos salários bem como do subsídio de refeição e de transporte em vigor na empresa. A greve foi decretada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionarias e Afins e pelo Site-Sul – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul.
Municípios de Setúbal com menos recolha de lixo esta semana

Em comunicado, as estruturas sindicais explicam que os trabalhadores lutam ainda pela "reversão imediata dos cortes efetuados no subsídio de turno, pela passagem ao quadro de todos os trabalhadores com vínculo precário a ocupar postos que correspondem a necessidades permanentes da empresa, pela redução do período normal de trabalho, pelo regresso ao direito ao dia de Carnaval como feriado obrigatório e pelo direito a um período mínimo de férias de 25 dias úteis". 
Os trabalhadores reivindicam ainda a criação de "um subsídio de insalubridade, penosidade e risco e de um subsídio de risco rodoviário".  
A greve ao trabalho normal arrancou às zero horas de segunda-feira e prolonga-se até ao final do próximo dia 3 de Dezembro, abrangendo todos os trabalhadores ao serviço da Amarsul. Já a greve ao trabalho suplementar, iniciada no sábado, vai estender-se por mais um dia: até final de 4 de Dezembro.
Tendo em conta a garantia dos serviços mínimos, as estruturas sindicais propõem uma equipa de recolha seletiva, composta por um motorista e um operador, por turno, para cada um dos Ecoparques do Seixal, de Palmela, à semelhança de igual decisão emitida num acórdão do Tribunal Arbitral a propósito de uma greve realizada na ResiNorte que, tal como a Amarsul, presta os mesmos serviços de recolha e tratamento de resíduos. 
Os sindicatos propõem ainda um trabalhador com a categoria de operador de veículos especiais por cada um dos aterros existentes na empresa, por cada turno, para a realização das tarefas ligadas à deposição de resíduos em aterro. Para a Central de Valorização Orgânica não são propostos serviços mínimos.

Barreiro pede à população para evitar acumulação de resíduos na via pública
A Câmara do Barreiro informa que, no seguimento da greve na Amarsul, as viaturas de recolha de resíduos indiferenciados do município do Barreiro, estão a "ter dificuldades de acesso ao interior do aterro para proceder ao respetivo despejo". 
Por este motivo, a autarquia apela para que "procure colocar o seu lixo em caixotes cuja capacidade ainda o permita ou que evite colocar lixo nos contentores já cheios, para evitar acumulação de resíduos na via pública, prevenindo, assim, problemas de saúde pública". 
A Amarsul, constituída em 1997, tem a concessão de exploração e gestão do Sistema Multimunicipal de Tratamento e de Recolha Seletiva de resíduos urbanos da Margem Sul do Tejo até 2034.
A empresa é responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos urbanos dos nove municípios da Península de Setúbal: Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal. 

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