Brigada do Mar já recolheu seis camiões TIR de resíduos em Palmela

Lixo ilegal está a "matar" a serra da Arrábida 

Em Palmela, a Brigada do Mar já recolheu o equivalente a seis camiões TIR de resíduos. A iniciativa “Tudo é (a)mar e a Arrábida está a morrer” quer alertar a sociedade para a denúncia de despejos ilegais e contribuir para a limpeza dos espaços públicos da zona. A Brigada do Mar, um grupo de voluntários dedicado à proteção da biodiversidade e do ambiente, em particular na orla marítima, já recolheu 200 metros cúbicos de resíduos numa acão de limpeza iniciada a 5 de Junho, e que decorre até início do próximo mês na zona das Marquesas e Vila Amélia, na freguesia de Quinta do Anjo, nas imediações do Parque Industrial da Autoeuropa e que se estende a diversas zonas da serra da Arrábida.
Lixo continua a ser deixado pelos campos 

“Tudo é (a)mar e a Arrábida está a morrer" é o lema da ação de remoção de resíduos de grandes dimensões, que envolve dezenas de voluntários e que decorre até dia 9 de Julho, organizada pela Brigada do Mar, organização não-governamental que tem o Alto Patrocínio do Presidente da República.
A iniciativa pretende alertar a população para a necessidade de denúncia das situações de despejo ilegal de resíduos e educar e sensibilizar para a utilização dos meios disponibilizados pela autarquia e outras entidades, como a associação Electrão e outros operadores na recolha deste tipo de resíduos.
Segundo Simão Acciaioli, da Brigada do Mar, a ação de limpeza que decorre na zona das Marquesas e Vila Amélia, na freguesia de Quinta do Anjo, nas imediações do Parque Industrial da Autoeuropa, e que se estende a diversas zonas da serra da Arrábida, já permitiu a recolha de cerca de 200 metros cúbicos de resíduos (o equivalente a seis camiões TIR).
“Já retirámos óleos, pneus, frigoríficos e muitos eletrodomésticos que foram depositados indevidamente em zonas de mato e de pinhal”, disse à agência Lusa Simão Acciaioli, salientando a importância de se “acabar com o conceito de lixo, para evitar que as pessoas continuem a deitar fora objetos e artigos que continuam a ter algum valor monetário”.
“Além do ‘ecovalor' que as pessoas pagam, e bem, para adquirir alguns produtos, é preciso haver também um valor de tara, que seja devolvido aos proprietários no fim de vida desses produtos. Só assim poderemos acabar com os aterros e com a deposição ilegal de resíduos um pouco por todo o lado”, defendeu o representante da Brigada do Mar.
Os voluntários da Brigada do Mar desenvolvem ações de proteção da biodiversidade e intervenção ambiental na orla costeira e outras zonas sensíveis e, desde 2009, já retiraram mais de 860 toneladas de resíduos do litoral, descontaminando mais de 1.700 quilómetros de costa. Ao longo dos últimos 12 anos, desenvolveram ações de limpeza que envolveram mais de 6.200 voluntários, durante 450 dias, um pouco por todo o país, particularmente na orla costeira do litoral alentejano.
A partir de Setembro, a Brigada do Mar, com o apoio de diversas entidades, vai levar a cabo uma nova acão de limpeza que abrange diversas zonas da orla costeira entre Leiria e Viana do Castelo.

Agência de Notícias com Lusa 
Foto: Brigada do Mar 

Comentários