Cidade do Conhecimento define estratégia no Vale da Rosa, em Setúbal

Reconhecimento do potencial do país, da Área Metropolitana de Lisboa e da cidade

A Câmara de Setúbal aprovou na quarta-feira, em reunião pública ordinária, o Plano Estratégico Setúbal Cidade do Conhecimento, documento que define as bases para a concretização do projeto do The Pitroda Group, desenvolvido em estreita parceria com o município. A autarquia e o grupo económico estabeleceram, em Fevereiro de 2020, um protocolo de cooperação para a elaboração do Plano Estratégico Setúbal Cidade do Conhecimento, projeto apontado para uma área de 180 hectares no Vale da Rosa [local onde tem sido descobertos depósitos de resíduos clandestinos]. A 'nova cidade' "vai congregar polos catalisadores de empresas e instituições ligadas ao desenvolvimento tecnológico e do conhecimento". Este investimento é, no entender da autarquia, um "reconhecimento do potencial do país, da Área Metropolitana de Lisboa e da cidade de Setúbal". O complexo do The Pitroda Group propriedade do investidor e filantropo Sam Pitroda, será um investimento de mais de 800 milhões de euros.
Setúbal irá receber mega investimento urbanístico 

A Câmara de Setúbal aprovou o Plano Estratégico Setúbal Cidade do Conhecimento, que prevê um investimento de 800 milhões de euros na transformação do Vale da Rosa num espaço de ensino, inovação e desenvolvimento económico, anunciou a autarquia
O Plano Estratégico da Cidade do Conhecimento foi elaborado na sequência de um protocolo assinado em fevereiro de 2020 entre o município e o Pitroda Group LLC, de Sam Pitroda, que desenvolveu a sua atividade no setor das telecomunicações em três continentes diferentes, tendo trabalhado nos Estados Unidos, Europa e Índia.
“Esta iniciativa de planeamento estratégico resulta do reconhecimento do potencial do país, da Área Metropolitana de Lisboa e da cidade de Setúbal para acolherem um empreendimento inovador, nas suas características físicas e funcionais, e na forma como promove a sustentabilidade e a integração das infraestruturas ecológicas e urbanas, suportado por pilares como a inovação, o conhecimento, a sustentabilidade e a coesão”, refere a deliberação camarária aprovada na quarta-feira por unanimidade e divulgada pelo município.
“Esta ferramenta faz, igualmente, uma leitura das novas formas urbanas de desenvolvimento da inovação e conhecimento, através do levantamento das experiências recentes de concretização de ‘innovation districts’, e identifica os principais fatores sociais, económicos, ambientais, científicos e tecnológicos que terão impacte na concretização do projeto”, acrescenta.

Uma nova cidade para aprofundar o conhecimento 
Acordo com Sam Pitroda foi selado em 2020
Para o município liderado pela comunista Maria das Dores Meira, o projeto é reflexo da capacidade de Portugal e da Área Metropolitana de Lisboa para ter uma participação significativa no processo de globalização, potenciando redes de infraestruturas, de investigação e desenvolvimento, atrativos ambientais e culturais, e “um quadro intenso de relações com a Europa, América, África e Ásia, para atrair investimento, empreendedores e talento”.
No que respeita ao planeamento urbano da cidade, o objetivo do plano estratégico é “criar uma nova centralidade que valorize a infraestrutura ecológica, com especial relevo para os corredores hídricos, que qualifique as áreas edificadas envolventes e que promova a dinamização de outras âncoras de inovação, dinamização económica e conhecimento, como o BlueBiz Global Parques e o Instituto Politécnico de Setúbal”, sublinha a nota.
Os terrenos em causa, que pertenciam ao antigo BPN, são agora detidos maioritariamente por fundos de investimento do Millennium.
De acordo com informações da Câmara de Setúbal, o grupo de Sam Pitroda já chegou a acordo com os proprietários dos terrenos da Nova Setúbal, única zona de expansão da cidade, que está limitada pelas áreas protegidas do Parque Natural da Arrábida e da Reserva Natural do Estuário do Sado.
Sam Pitroda, acrescenta o município, trabalhou já na Índia como consultor do primeiro-ministro Rajiv Ghandi, contribuindo para a transformação das infraestruturas de telecomunicações e tecnologias de informação do país, liderou diversas empresas nos Estados Unidos e, na Europa, colaborou com a International Telecom Union no desenvolvimento de infraestruturas de telecomunicações em países em vias de desenvolvimento.
Citada na nota, Maria das Dores Meira acredita que o Plano Estratégico da Cidade do Conhecimento representa “uma perspetiva de requalificação e uma oportunidade de desenvolvimento sustentável” daquela que é a única zona de expansão da capital do distrito de Setúbal.

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