Sesimbra tem o maior conjunto de pegadas de dinossauros do país

Descobertas 615 pegadas de dinossauros carnívoros e herbívoros com 129 milhões de anos no Cabo Espichel

O Centro Português de Geo-História e Pré-História anunciou esta quinta-feira a descoberta de 614 pegadas de dinossauros carnívoros e herbívoros, com cerca de 129 milhões de anos, na zona do Cabo Espichel, em Sesimbra. Em comunicado, o instituto afirma que se trata da descoberta “do maior conjunto de pegadas de dinossauros do Cretácico em Portugal”. Segundo o Centro Português de Geo-História e Pré-História, já foi publicado um artigo científico sobre o achado na revista internacional “Journal of Geoscience and Environment Protection”. No Cabo Espichel, em Sesimbra, já é conhecido pelas pegadas que foram encontradas há anos e que atraem milhares de pessoas. Há 145 milhões de anos, o promontório do Cabo Espichel era um imenso pântano por onde andavam dinossauros. As pegadas ficaram para sempre gravadas na rocha e consta que até as pegadas na Pedra Mua, foram inspiração para uma cena do filme Jurassic Park, de Steven Spielberg.
Fotografia de Orlando Almeida/GI
Cabo Espichel tem mais achados de pegadas de dinossauros

“Estas pegadas foram deixadas por dinossauros carnívoros (terópodes) e herbívoros (saurópodes e ornitópodes), de médias a grandes dimensões. Este é um conjunto monumental de pegadas que se distribui por uma área não muito grande”, refere a entidade.
De acordo com a Centro Português de Geo-História e Pré-História, as pegadas foram encontradas em diferentes camadas no topo de uma formação geológica datada do período Cretácico Inferior.
As pegadas, segundo a investigação, ter-se-ão formado em ambiente litoral frequentado por um número “elevado de dinossauros herbívoros, que ali deixaram um intenso pisoteamento e que, provavelmente, usavam este local como zona de passagem entre áreas de pastos e onde possivelmente seriam perseguidos por dinossauros carnívoros que os pretendiam caçar”.
Os estudos sobre este novo sítio com pegadas de dinossauro continuam em progresso, sendo que outras novidades integram um novo artigo que está em fase de finalização e em breve será submetido para publicação”, lê-se na nota.
O trabalho científico tem como objetivo o registo de pegadas de dinossauros do Cretácico português, através de uma vasta equipa de paleontólogos e geólogos portugueses, espanhóis, franceses e brasileiros, liderada pelo paleontólogo Silvério Figueiredo.
"Este estudo enquadra-se no projeto de investigação do Centro Português de Geo-História e Pré-História denominado 'Os Vertebrados do Barremiano do Cabo Espichel e o seu contexto Ibérico: implicações paleoambientais e paleogeográficas'", que tem vindo a estudar esta região desde 1998 [...]", indica a entidade. 
A investigação conta ainda com a colaboração do Instituto Politécnico de Tomar, do Centro de Geociências e do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e do Geopark Naturtejo Mundial da Unesco.

Pegadas de dinossauros da Pedra Mua inspirou o filme Parque Jurássico   
Pegadas da Pedra da Mua inspiraram Spielberg
No Cabo Espichel, em Sesimbra, já é conhecido pelas pegadas que foram encontradas há anos e que atraem milhares de pessoas. A escarpa ( Pedra Mua ) a sul da praia dos Lagosteiros, revela pistas de pegadas de Dinossauros que ali passaram à cerca de 145 milhões de anos, final do período Jurássico. Conhecem-se 38 pistas de Saurópodes (dinossauros herbívoros) e dois de Terópodes (dinossauros carnívoros).
Depois de o paleontólogo Miguel Telles Antunes ter publicado um estudo sobre o local, em 1976, a jazida foi considerada um monumento natural, em 1997. No país só existem sete, e três deles encontram-se no concelho de Sesimbra.
“Esta é considerada uma das zonas mais ricas em vestígios, pelas circunstâncias de termos pegadas da época jurássica (145 milhões de anos) e cretácica (120 milhões de anos) na mesma laje e de termos dinossauros saurópodes e terópodes”, diz uma das responsáveis pelas visitas ao local. 
E o que se vê na laje escura da Pedra da Mua é um trilho de 10 pegadas (sete de dinossauros pequenos e três de dinossauros grandes), que ajudam a imaginar uma manada de dinossauros a passar por ali. “As sete pistas que identificámos são de animais saurópodes quadrúpedes (de pescoço e cauda compridos), herbívoros”. 
Segundo o município de Sesimbra, estes vestígios terão atraído “a atenção dos consultores científicos de Steven Spielberg” e inspirado uma das cenas iniciais do filme Jurassic Park, de 1993, em que se vê braquiossauros andar em manada e a personagem do palentólogo Alan Grant exclama “Eles andam mesmo em manada!”.
"Pode observar a Pedra da Mua do outro lado da praia e ver as pegadas dos dinossauros, mas também a bonita vista que este local nos oferece", diz a câmara de Sesimbra. 

Agência de Notícias
Fotografia de Orlando Almeida/GI

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