Centro hospitalar apoiam a Refood Barreiro

Comida excedentária nos hospitais do Barreiro e Montijo distribuída a famílias carenciadas

Diversas famílias do concelho do Barreiro vão poder ter acesso a mais e melhor alimentação em virtude de um protocolo de colaboração celebrado entre o Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, a Uniself e o projeto Refood, que tem como missão resgatar comida excedentária e distribuí-la. No ano passado este projeto que envolve os hospitais do Barreiro, do Montijo e a Refood, entregou mais de 15 mil refeições a 300 agregados. “Foi um salva-vidas para as nossas famílias”, contou Hunter Halder, fundador do movimento Refood, lembrando que todos os procedimentos de trabalho tiveram de ser revistos e reformulados durante a pandemia. 
Refood ajudou 300 famílias da região



Numa semana em que se assinala, pela primeira vez, o Dia Internacional da Consciencialização Sobre Perdas e Desperdício Alimentar, instituído pelas Nações Unidas, surge em Portugal um movimento cívico que pretende sensibilizar os cidadãos e as empresas portuguesas para a luta contra o desperdício de comida.
Por cá,  a Refood recolheu no Hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro,  refeições em bom estado de conservação e que não haviam sido consumidas tendo as mesmas sido posteriormente distribuídas por famílias carenciadas.
Com uma equipa composta apenas por voluntários, a Refood chegou ao Barreiro em Fevereiro de 2019 e já distribuiu mais de 15 mil refeições, apoiando atualmente mais de 300 famílias no concelho.
Nos hospitais do Barreiro e Montijo, até ao final de Agosto, foram confecionados mais de 120 mil almoços e jantares, sendo agora direcionado o excedente destas refeições para apoiar quem precisa. Este centro hospitalar serve as populações de quatro concelhos da península de Setúbal: Barreiro, Montijo, Moita e Alcochete. 

Pandemia trouxe mais problemas a quem precisa 
O fundador da Refood explica os diferentes beneficiários que desde o início recorreram ao apoio do movimento: “Alguns percebe-se que sempre tiveram necessidades, por gerações, outros têm pensões miseráveis, outros são estudantes que conseguiam pagar as propinas mas depois não chegava para a comida e há também pessoas que nunca tinham tido problema de pobreza, pois sempre trabalharam, e deixam de ter trabalho”.
“Conhecemos esta pandemia social porque nascemos na última crise, que chegou a Portugal em 2010. Mas agora vai haver problemas mais profundos”, concluiu.
Com as novas parcerias, o Refood descobriu empresa de distribuição alimentar que desconhecia: “Há mil  empresas em Lisboa que fazem distribuição de comida e nem conhecíamos, 220 em Santarém, mais de 200 em Braga… estas empresas existem, o produto está ainda válido e não têm como o fazer chegar as pessoas. Isto é a nossa praia”.
Hunter Halder aconselha quem precisa de ajuda a dirigir-se à respetiva junta de freguesia, que depois fará a ponte com os serviços sociais e organizações como Refood, e sublinha a importância de haver um apoio do Estado nesta fase, em que “a capacidade das misericórdias, bancos alimentares e outras instituições não vão chegar”.


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