65 quilómetros de praia limpas entre Tróia e Sines

Voluntários retiram toneladas de lixo das praias da Costa Alentejana 

O dia, sempre no terceiro sábado de setembro, foi criado pela organização Ocean Conservancy e destina-se a promover a proteção dos oceanos, sendo atualmente assinalado em mais de cem países, reunindo milhões de voluntários na limpeza costeira. O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, esteve em Grândola, para acompanhar o resultado da ação de limpeza de 65 quilómetros de praia da costa alentejana, entre Tróia e Sines, promovida pela Brigada do Mar, que retirou mais de seis toneladas de lixo das praias. O governante destacou a "importância de a sociedade mudar comportamentos e reduzir os desperdícios".  Das toneladas de lixo retirados das praias do distrito, "oitenta e cinco por cento do que encontramos nas praias tem a ver com a atividade de pesca, muitas porque se perdem e outras porque as pessoas deixam no areal o lixo que produzem", realçou a Brigada do Mar. 
Seis toneladas de lixo tiradas da praias


A iniciativa, desenvolvida em parceria com o projeto TransforMar, lançado pelo Lidl Portugal, teve como objetivo proceder à limpeza dos cerca de 65 quilómetros de areal contínuo, entre Tróia e Sines, recolhendo resíduos, como plásticos, cordas e redes de pesca, esferovite, garrafas de plástico, bidons de óleo, madeiras, calçado e muitos outros objetos relacionados com a atividade da pesca", explicou Simão Acciaioli, um dos dinamizadores da Brigada do Mar.
Devido à pandemia covid-19, a ação de limpeza, contou apenas com a participação de 10 voluntários e pretendeu "libertar o complexo dunar deste lixo que se deposita, mata a vegetação fazendo com que dinamizadores da Brigada do Mar. "85 por cento do que encontramos nas praias tem a ver com a atividade de pesca, muitas porque se perdem e outras porque as pessoas deitam ao mar o lixo que produzem", acrescentou.
O Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, associou-se à iniciativa e destacou a importância de a sociedade mudar comportamentos e reduzir os desperdícios.
"Estas ações são muito importantes porque permitem limpar a nossa costa e torna-la mais saudável. Por outro lado, permite recolher informação que é útil para percebermos melhor como devemos gerir o nosso lixo a montante e mostrar o tipo e quantidade que é recolhido e com isso sensibilizar a sociedade para mudar comportamentos e reduzir o desperdício", sublinhou Ricardo Serrão Santos. 
O governante viu a quantidade e os diferentes tipos de resíduos recolhidos nos últimos dias, e louvou "o trabalho voluntário de limpeza e de sensibilização ambiental que a Brigada do Mar faz, nomeadamente em escolas".
A ação de limpeza, que arrancou há uma semana, contou este ano com a participação de voluntários “experientes”, atentos a objetos “maiores do que uma garrafa de água de 1,5 litros” e com o objetivo “de libertar o complexo dunar deste lixo que se deposita, mata a vegetação fazendo com que a duna perca a sua capacidade de defesa da orla costeira”.
Ao abrigo da parceria com o projeto TransforMar, os resíduos em plástico e metal serão convertidos num valor que será doado a instituições de solidariedade social.
“É bastante difícil explicar a quem não conhece a orla costeira, na zona mais selvagem, o nosso esforço, mas é fácil quando alguém chega a um sítio e vê o nosso lixo ao fim de uns dias e percebe a necessidade de limpar. Seguramente temos de arranjar outra forma de não poluir”, realçou a Brigada do Mar.
“Oitenta e cinco por cento do que encontramos nas praias tem a ver com a atividade de pesca, muitas porque se perdem e outras porque as pessoas deixam no areal o lixo que produzem. Há muitos objetos que são bem mais acima do que uma garrafa de água e por isso, nesta semana, vamos tentar minimizar estes impactos dentro do tempo que temos”, adiantou Simão Acciaioli. 
O lixo recolhido, que o voluntário estima “ficar longe das doze toneladas inicialmente previstas”, será separado e selecionado no recinto da Feira de Melides, no concelho de Grândola, e encaminhado posteriormente para tratamento, divulgou a associação em comunicado. “Julgo que estamos, felizmente, longe das 12 toneladas porque até agora devemos ter cerca de três toneladas. Isto é um fenómeno que temos verificado, limpeza após limpeza, e temos constatado que, nos últimos anos, a quantidade de lixo que encontramos é mais reduzido”.
Nos últimos 12 anos, a associação que tem sede em Melides, no concelho de Grândola, já limpou em Portugal mais de 1400 quilómetros de costa, retirou mais de 800 toneladas de lixo das praias.


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