Falta banhistas nas praias da Costa de Caparica

Com lotação verde há mais de um mês, concessionário da Caparica falam em Verão “negro”

O fim de semana foi de calor intenso e, nessa semana, os termómetros ameaçam subir ainda mais e convidar as pessoas a encherem as praias da Costa de Caparica. A realidade, no entanto, anda longe das enchentes de outros verões quentes. A bandeira que indica a lotação ainda não saiu da cor verde nas praias da frente urbana da Costa de Caparica, em Almada, levando os concessionários a falar num verão “negro, com prejuízos enormes”. Devido a este panorama, os 11 concessionários das praias  mostram-se descontentes pela responsabilidade imposta aos empresários do “pagamento de todos os custos inerentes à praia, neste caso com os nadadores-salvadores”, que representa um encargo anual de cerca de 15 mil euros por concessionário. Outros empresários criticam a Câmara de Almada criticou a falta de ajuda da Câmara de Almada, defendendo que a autarquia deveria “diminuir dispositivo de nadadores-salvadores na praia" ou suspender “as rendas por um determinado tempo”. 
Falta de turistas e banhistas preocupa empresários 

“É muito negativo, muito negro, porque vivemos numa atividade sazonal, vivemos do turismo e, não havendo, o negócio morre”, disse à Lusa o presidente da Associação Apoios de Praia Frente Urbana da Costa de Caparica, Acácio Bernardo.
O responsável falava em frente ao seu estabelecimento, o Paraíso Bar, num dia em que a temperatura não estava muito convidativa à prática balnear e a praia estava quase deserta. No entanto, frisou que a afluência estava como “num dia normal” da nova realidade, marcada pela pandemia de covid-19.
“Infelizmente desde o dia 1 (de Junho) está ali a bandeira verde hasteada, que é a praia disponível”, lamentou.
Segundo Acácio Bernardo, também “não resultou” a regra definida pelo Governo de que os toldos e chapéus só podem ser alugados numa manhã (até às 13h30) ou tarde (a partir das 14 horas).
“Realmente a lei foi feita, mas não resultou porque infelizmente não há necessidade. Estamos aqui e é quase uma da tarde, deveria haver gente a sair para outros entrarem, para haver alguma razoabilidade, mas infelizmente não é necessária porque não temos pessoas”, frisou.
Também Miguel Inácio, proprietário do restaurante Dr. Bernard, relatou à Lusa que as praias da Costa de Caparica “estão claramente com falta de pessoas”, o que era possível constatar nos toldos que estavam vazios.
“Não sei se é igual para o país inteiro, mas nas praias da frente urbana da Costa de Caparica tem-se notado um decréscimo muito grande, como se pode ver. As praias continuam desertas”, frisou.


As criticas ao governo e câmara de Almada por falta de apoio 
Devido a este panorama, o responsável mostrou-se descontente pela responsabilidade imposta aos empresários do “pagamento de todos os custos inerentes à praia, neste caso com os nadadores-salvadores”, que representa um encargo anual de cerca de 15 mil euros por concessionário.
“O salvamento marítimo deveria ser uma obrigação do Estado e não de 11 empresários, porque há tanta gente que desenvolve negócios aqui na Costa de Caparica e que vive essencialmente do turismo. Porque é que são 11 concessionários que suportam toda uma equipa enorme de salvamento?”, questionou.
Já Acácio Bernardo criticou a falta de ajuda da Câmara de Almada, defendendo que a autarquia deveria “diminuir o dispositivo de nadadores-salvadores na praia” ou interromper “as rendas por um determinado tempo”.
“Da parte das entidades que administram o território não está a acontecer rigorosamente nada”, sublinhou.
No dia em que a Lusa visitou a Costa de Caparica, a perspetiva de futuro dos empresários encontrava-se como o tempo, com “uma nuvem muito negra”.
“Vamos aguentar até podermos, mas os prejuízos são enormes. O negócio não anda, não há gente para consumir, não há gente de férias. Há concessionários, inclusive, a quererem fechar e em Outubro não vão abrir de certeza, porque os custos continuam iguais relativamente a anos anteriores, mas aquilo que se poderia fazer não estamos a fazer”, lamentou Acácio Bernardo.
O empresário tinha contratado mais colaboradores, mas já equaciona “começar a reduzir”.
A época balnear vai estender-se até Setembro e o pedido de Miguel Inácio é que “as pessoas voltem” às praias da Caparica.
“Não temos estrangeiros, mas temos aqui uma praia linda, maravilhosa, com muito sol, com segurança, e é o convite que faço às pessoas, venham à Costa de Caparica e apoiem o comércio local”, apelou.

Agência de Notícias com Lusa 

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