Hospital de Setúbal já não tem doentes com covid-19

Centro Hospitalar de Setúbal vai contratar mais 25 enfermeiros

O Centro Hospitalar de Setúbal vai contratar "mais 25 enfermeiros e 25 auxiliares" para restabelecer o normal funcionamento do Hospital São Bernardo e manter a separação de doentes covid-19, revelou a enfermeira diretora Carla Mendes. "Além da contratação de mais enfermeiros e auxiliares, o centro hospilar, que integra o Hospital São Bernardo, está também a montar uma nova estrutura [junto ao parque de estacionamento do Serviço de Urgência] para acolher doentes com suspeitas de covid-19", disse a diretora dos enfermeiros, sublinhando a importância de se manter a separação de doentes no futuro próximo. Nesta terça-feira não há nenhum doente com o novo coronavírus no hospital. O São Bernardo recebe doentes de Setúbal, Palmela e Sesimbra onde, até esta terça-feira, estão registados 111 doentes, todos a ser tratados em casa. 
Setúbal avança para a contratação de enfermeiros 

A enfermeira diretora lembrou ainda que o Centro Hospitalar de Setúbal duplicou a capacidade para doentes em cuidados intensivos, que passou de apenas sete para 13/14 camas, também neste caso com a necessária separação de doentes com covid-19.
Carla Mendes falava aos jornalistas durante a visita a uma exposição do fotógrafo setubalense António Carvalho, que está patente no Hospital São Bernardo e que ilustra o trabalho dos enfermeiros no combate à pandemia da covid-19 em múltiplas vertentes, nesta data em que se celebra o Dia Internacional do Enfermeiro.
"Estamos a celebrar aquilo que é o passado e a história de uma profissão, mas também a ter a oportunidade de viver um presente com características totalmente diferentes, o que nos permite repensar aquilo que será o futuro [dos enfermeiros]", disse Carla Mendes.
No que respeita ao impacto da covid-19 na zona de influência do Centro Hospitalar de Setúbal, que abrange os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra, Carla Mendes admitiu que, até agora, esse impacto da covid-19 no Hospital São Bernardo foi bastante reduzido.
"Tivemos um número limitado de enfermeiros contagiados [com a covid-19] - não mais do que meia dúzia de casos - em que o contágio, curiosamente, ocorreu, maioritariamente, fora do hospital", disse, acrescentando que "todos os enfermeiros foram tratados em ambulatório e já todos regressaram ao trabalho".
Segundo Carla Mendes, no Hospital São Bernardo houve apenas "um caso de contágio de um enfermeiro por um doente", sendo que os restantes terão ocorrido no exterior, "com profissionais que também trabalham noutros locais, designadamente em lares (Estruturas Residenciais Para Idosos".

Setúbal não foi muito fustigada pela doença 
A diretora dos enfermeiros destacou ainda o envolvimento de toda a comunidade desde o início da pandemia, que disponibilizou diversos apoios aos profissionais de saúde, incluindo a possibilidade de beneficiarem de alojamento temporário em hotéis e outros espaços.
"Todos os profissionais de saúde foram informados dessa possibilidade, mas penso que apenas uma dezena terá usufruído dessa possibilidade. Neste momento, penso que já não temos nenhum enfermeiro nessa situação", disse Carla Mendes, reconhecendo que "a cidade de Setúbal, até ao momento, também não foi muito fustigada pela covid-19"
Nos três concelhos da área do hospital há 111 pessoas infetadas. 68 em Setúbal, 23 em Sesimbra e 20 em Palmela. Todos casos sem gravidade e em tratamento domiciliário.
"Nunca tivemos mais do que três doentes infetados com a covid-19 e internados em simultâneo, nem mais do que um ou dois doentes em cuidados intensivos. E, neste momento, até nem temos nenhum. Tem sido fácil gerir e lidar com estes números no Centro Hospitalar de Setúbal", concluiu.
Portugal contabiliza hoje 1.163 mortos associados à covid-19 em 27 mil 913 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
Relativamente a segunda-feira, há mais 19 mortos (mais 1,7 por cento) e mais 234 casos de infeção ( mais 0,8 por cento).
Das pessoas infetadas, 709 estão hospitalizadas, das quais 113 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados é de 3.013.
Portugal entrou no dia 3 de Maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de Março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilânciaativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

Agência de Notícias com Lusa 

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